quarta-feira, 30 de março de 2011

Brincadeira Ecológica e Saudável

Vídeo do site Inhabitots, mostra como é fácil e divertido brincar com materiais re-aproveitados:






segunda-feira, 28 de março de 2011

Desenhando Pensamentos _4/4

Quarta postagem de uma série de 4 matérias que entrarão nos dias 21/03, 23/03, 25/03 e 28/03, de 2011.

Como o cérebro humano processa imagens até mil vezes mais rápido do que palavras, o uso de técnicas que privilegiam a exploração criativa por associação gráfica ajuda a exercitar a imaginação, treinar a racionalidade e se conhecer melhor.

Por Vera F. Birkenbihl

Psicóloga especializada em analografites como recurso diagnóstico e terapêutico

[Conclusão]

Os desenhos resultantes foram bem diferentes uns dos outros. Um garotinho de 9 anos desenhou um martelo que golpeava o topo da cabeça, ao passo que uma jovem de 18 anos esboçou uma nuvem da qual caem gostas de chuva. A flecha apontando para sua cabeça mostra com clareza quando chove, sinto dor na têmpora.

Mesmo entre os pacientes que não sofrem de enxaqueca, imagens relativas a suas dores de cabeça revelam-se bastante distintas. No desenho de uma menina de 9 anos uma garotinha põe as mãos na cabeça, no ponto de onde acredita que a dor irradia. Um garoto de 10 anos localizou um a sensação dolorosa mais para o lado, na altura a orelha , para onde sua mão aponta. Muitos desenhos sugerem ainda náusea e desconforto na região do estômago.

Ao todo, crianças e jovens demonstraram surpreendente capacidade de representar sua dor por meio desenhos – e sem qualquer treinamento para isso. Quanto não conseguiríamos se, nas escolas, o pensamento com o lápis de cor fosse exercitado de maneira mais criativa? Talvez muitos conflitos pudessem ser mais bem compreendidos pelos professores se eles apenas pedissem que seus alunos desenhassem o que sentiam sobre determinados assuntos (incluindo dificuldade de relacionamento ou aprendizagem) e depois falassem sobre o que fizeram.

O que menos importa é se as pessoas empregam seu incômodo com perfeição. O fato é que as imagens são instrumento preciosos de comunicação, que ás vezes surpreendem até mesmo quem desenha. Em séries de estudos duplos-cegos, neurologistas analisaram os desenhos de pacientes, nos quais não haviam sequer realizado exames fisiológicos. Seus diagnósticos, baseados apenas nas analografites, coincidiram em grande parte com aqueles de colegas que, para o mesmo fim, utilizaram recursos técnicos sofisticados. Ambos os procedimentos chegaram ao mesmo diagnóstico de 83% dos pacientes que não sofriam de enxaqueca, e m em 93,1% dos caso de enxaqueca.

Fonte: Revista Mente & Cérebro n° 214, nov/2010

sexta-feira, 25 de março de 2011

Desenhando Pensamentos _3/4

Terceira postagem de uma série de 4 matérias que entrarão nos dias 21/03, 23/03, 25/03 e 28/03, de 2011.

Como o cérebro humano processa imagens até mil vezes mais rápido do que palavras, o uso de técnicas que privilegiam a exploração criativa por associação gráfica ajuda a exercitar a imaginação, treinar a racionalidade e se conhecer melhor.

Por Vera F. Birkenbihl

Psicóloga especializada em analografites como recurso diagnóstico e terapêutico

[Segundo Experimento]

Vamos agora que o segundo experimento. Foi muito difícil descrever a dor com palavras? Em que medida você foi capaz de reproduzi-la com exatidão? É possível que também aqui o processo não verbal tenha utilidade. Foi o que pensou o pesquisador Stefan Büchi, da clínica psiquiátrica do Hospital Universitário de Zurique. E foi por isso que ele desenvolveu a pictorial representation of illness and self measures (Prism, na sigla em inglês).

A Prism é um processo de pensamento idêntico à analografite, embora o desenho não seja necessário. Neste caso, os pacientes depositam um disco vermelho, representando a doença (ou a dor ou outro aspecto a ser observado) sobre uma placa branca de metal que representa a vida. Nesse caso, é fundamental a distância escolhida entre a patologia e o “eu” – simbolizado por um disco amarelo também sobre a placa branca. Essa distância pode ser facilmente medida e nos diz algo sobre como o paciente vive sua enfermidade no plano subjetivo. Curiosamente, as pessoas reagem de maneiras muito diversas, mesmo quando afligidas por dor semelhante. Segunda Büchi, o recurso é uma tentativa de, com o auxílio de um método visual, compreender a pressão que a dor exerce sobre o paciente para entender melhor a relação entre a pessoa e seus problemas de saúde.

Büchi reconhece que uma técnica tão incomum pode, sim, resistir ao crivo rigoroso da ciência. “Nós medimos essas distâncias em cerca de 1.500 pacientes com doenças crônicas. É nítida a constatação estatística de que, em pessoas que se vêem mais prejudicadas, a distância é menor, ao passo em que outras, com a mesma enfermidade, mas com melhor disposição psíquica, a distância é maior”. O quadro resultante da Prism exige nítidas similaridades com os resultados de outros procedimentos de diagnose.

Direção semelhante torna o procedimentos dotado pelo neurologista americano Carl Stafstrom, da Universidade de Wisconsin em Madison. Ele pediu a seus jovens pacientes, com idade entre 4 re 19 anos, que desenhassem suas dores de cabeça, fazendo-lhes perguntas parecidas com as que sugeri neste texto, no segundo experimento: onde está a dor? Como é senti-la?

Fonte: Revista Mente & Cérebro n° 214, nov/2010

quarta-feira, 23 de março de 2011

Desenhando Pensamentos _2/4

Segunda postagem de uma série de 4 matérias que entrarão nos dias 21/03, 23/03, 25/03 e 28/03, de 2011.

Como o cérebro humano processa imagens até mil vezes mais rápido do que palavras, o uso de técnicas que privilegiam a exploração criativa por associação gráfica ajuda a exercitar a imaginação, treinar a racionalidade e se conhecer melhor.

Por Vera F. Birkenbihl

Psicóloga especializada em analografites como recurso diagnóstico e terapêutico


[Primeiro Experimento]

Antigamente, os resultados de eleições, por exemplo, eram oferecidos em longas colunas de números. Hoje, já as primeiras projeções aparecem na forma de gráficos, o que facilita a visualização de uma imagem imediata dos resultados.

Dito isso, vamos em frente: faça um gráfico em forma de pizza com os percentuais do primeiro experimento. Você perceberá de imediato que atividades tomam mais seu tempo. Não precisará fazer contas para sabê-lo. Se perceber que as proporções não estão corretas (porque nota, digamos, que passa muito mais tempo ao telefone), basta deslocar um pouquinho a linha divisória do pedaço de pizza na direção desejada.

Provavelmente a essa altura você já terá notado que é muito mais fácil visualizar do que calcular as proporções. Para calculá-las, o pensamento normal precisa fazer um duplo desvio: primeiro, transformando idéias em números. Depois, revertendo os números de volta dêem idéias. Com o auxílio da analografite, vemos de pronto o que é de fato relevante, tanto no momento da produção do gráfico quanto depois. Se, 20 anos mais tarde, retornarmos às mesmas anotações, bastará um olhar para nos inteirarmos das informações.

De resto, muita gente aprende de passagem uma importante lição de vida ao fazer esse exercício. Em geral, quanto mais cheio o dia, tanto mais trabalho imprevisto se acrescenta a ele. Isso soa familiar a você? Se a resposta é sim, examine de novo o gráfico que acabou de produzir. De que tamanho é o pedaço da pizza que você se reservou para cumprimento de tarefas imprevistas? Normalmente as pessoas não reservam área nenhuma para isso – ou, ao menos, não em seu primeiro exercício. Se você observar seu cotidiano com atenção por duas semanas, vai aprender quanto tempo do seu dia típico precisa disponibilizar, em média, para o inesperado. Inclua o pedaço correspondente na pizza e veja que o tempo reservado para outras atividades terá de ser diminuído ou suprimido. , para que seu gráfico corresponda à realidade. Isso ajudará também a protegê-lo do estresse excessivo que o tempo insuficiente reservado ao inesperado pode originar. É claro que podemos usar o mesmo recurso para “pensar graficamente” temas bem mais complexos.


Fonte: Revista Mente & Cérebro n° 214, nov/2010

segunda-feira, 21 de março de 2011

Desenhando Pensamentos _1/4

Primeira postagem de uma série de 4 matérias que entrarão nos dias 21/03, 23/03, 25/03 e 28/03, de 2011.

Como o cérebro humano processa imagens até mil vezes mais rápido do que palavras, o uso de técnicas que privilegiam a exploração criativa por associação gráfica ajuda a exercitar a imaginação, treinar a racionalidade e se conhecer melhor.

Por Vera F. Birkenbihl

Psicóloga especializada em analografites como recurso diagnóstico e terapêutico


[Primeiro Experimento]

Gostaria de convidá-lo para participar de dois pequenos experimentos. E como a primeira vez só existe uma vez, você sairá perdendo caso leia este artigo sem participar dos experimentos. Mas é uma escolha ... Exercitar o cérebro significa também embrenhar-se por aventuras mentais, experimentar coisas novas, adquirir conhecimentos. Para aceitar esse desafio peço que você pegue lápis, papel e borracha. E me acompanhe nos exercícios a seguir.

Primeiro, faça uma lista daquelas atividades que, em geral, fazem parte de sua rotina de trabalho, indicando logo à frente apenas de que a soma não deve ultrapassar 100%. Utilize no máximo três minutos para fazer isso.

Pronto? Agora, lembre-se de uma situação na qual você tenha sido obrigado a suportar uma dor intensa. Em duas ou três linhas, descreva a sensação dolorosa. Em que região do corpo ela se localiza? Como é senti-la?

Sobre o primeiro experimento: talvez você tenha descoberto que pode ser bastante difícil listar com rapidez aquilo que fazemos em um dia típico de nossa vida. Na maioria das vezes, a soma das atividades ultrapassa 100%, requerendo solução para um problema aritmético. Vamos agora para outra etapa do experimento: construir uma imagem desenhando um típico dia de trabalho com lápis de cor.

Mas antes vale partilhar algumas considerações. Essa técnica é denominada exploração criativa por associação gráfica (ou analografite) e propõe a apresentação de idéias sob a forma de pequenos desenhos. O objetivo é promover uma expansão de nossas capacidades mentais e ver situações cotidianas com maior clareza. À parte o fato de que essa ferramenta fomenta a criatividade, é importante ressaltar que ela pode ajudar a fortalecer o pensamento racional e analítico. E, para tanto, não é necessário nenhum talento especial para o desenho, no sentido mais usual da palavra. Os mais simples esboços de homenzinhos esquemáticos, como os que uma criança de 4 anos de idade é capaz de desenhar, são mais do que suficientes. De resto, as fronteiras da arte costumam ser elásticas: podemos arriscar dizer que muitas obras tardias de Pablo Picasso nada mais são do que explorações criativas por associação gráfica. Ao compor muitos de seus trabalhos o artista espanhol sacrificou a beleza convencional quem prol da expressão de determinadas idéias. Assim, reuniu, por exemplo, num mesmo rosto, as visões de frente e de perfil.

Também gráficos e diagramas, pictogramas e ideogramas podem ser considerados analografite. Eles são mais agradáveis à mente do que as meras palavras, uma vez que o cérebro processa imagens numa velocidade bastante elevada, até mil vezes mais rápido do que palavras. Os antigos chineses já sabiam que “uma imagem pode valer (até) mil palavras”. Simplificações à parte, em alguns casos essa afirmação é verdadeira. E é bom lembrar que quanto mais conhecida uma imagem, quanto mais familiarizados estamos com o que ela reproduz, tanto mais rápido somos capazes de processá-la.


ANALOGRAFITE criado por Vera F. Birkenbihl:

letras, símbolos e figuras, são recursos eficazes

para organizar o raciocínio e expressar sentimentos

Fonte: Revista Mente & Cérebro n° 214, nov/2010

sexta-feira, 18 de março de 2011

Vacina bloqueia prazer da cocaína

O Dia Online

Antes de chegar ao cérebro, efeito da droga é zerado pelo sistema imunológico

Rio - A difícil luta de dependentes de cocaína poderá contar, no futuro, com uma ajuda importante. Uma nova vacina testada em animais nos Estados Unidos provou ser eficaz para combater o prazer causado pela droga.

Cientistas financiados pelo Instituto Nacional sobre Abuso de Drogas combinaram partes de um vírus de resfriado com partículas que imitam cocaína.


O resultado foi um composto que induz o sistema imunológico a combater o princípio ativo da droga antes que chegue ao cérebro, inibindo o prazer. Os pesquisadores usaram ratos como cobaias. Nesses animais, o efeito da vacina durou 13 semanas.

A expectativa dos pesquisadores é que a vacina seja eficaz para quem já é viciado e esteja tentando parar de utilizar a droga. “Os dados mostram que podemos proteger ratos dos efeitos da cocaína, e achamos que o mesmo procedimento pode ser promissor para tratar a dependência de cocaína em humanos”, diz o líder da pesquisa, Ronald G. Crystal, da faculdade de Medicina Weill Cornell.

TESTE EM HUMANOS

Segundo o médico, atualmente não há vacinas contra nenhum tipo de dependência química nos EUA. Existem, no entanto, outras tentativas de criar uma vacina contra a cocaína, mas esta é a primeira vez que se consegue algo que não exija caras e múltiplas aplicações, fazendo com que seja simples o caminho para o próximo passo: testar o remédio em humanos. Não há data para a nova etapa.

“Se as pessoas usarem cocaína, resposta imunológica vai destruir a droga antes que ela alcance o centro de prazer do cérebro”, diz Crystal.

Fonte: UNIAD

quarta-feira, 16 de março de 2011

4 meses....

Silvia Schmidt


Outro dia foi o aniversário da partida de uma senhora por muitos conhecida e muito querida.

Algum tempo antes, chegando de uma das dezenas de consultas médicas que já fizera, ela disse aos familiares:

Pedi franqueza à junta médica que me examinou, pedi-lhes que não me poupassem de saber a verdade sobre meu estado de saúde.

Eu sinto que me resta pouco tempo. Diante dos olhares ansiosos, ela continuou:

Eles me revelaram que sou portadora de uma moléstia incurável e que minha previsão de vida é de aproximadamente 4 meses.

E a senhora nos conta isso com essa naturalidade? perguntou uma das filhas, em prantos.

Continuou a senhora, com muita serenidade:

Ora, eu tenho um bom tempo para fazer tudo que já devia ter feito há muito.

Arrumarei todos os meus armários, guardarei o que realmente uso e o resto jogarei fora ou doarei a quem precisa.

Colocarei belas cortinas em todas as janelas e elas me impedirão de ficar olhando a vida alheia.

Todos os dias tirarei o pó da casa e, durante esse trabalho, pensarei: “estou me livrando das sujeiras que guardei do passado”.

Evitarei ouvir e assistir más notícias e alimentarei o meu espírito com leituras saudáveis, conversas amigáveis, dispensarei fofocas e não criticarei a mais ninguém.

Pensarei naqueles que já me magoaram e, com sinceridade, os perdoarei.

Todas as noites, agradecerei a Deus por tudo que estarei conseguindo fazer nestes últimos 4 meses que me restam.

Todas as manhãs, ao acordar, perguntarei a mim mesma: “O que posso fazer para tornar o dia de hoje um dia melhor?”.

E farei de tudo para transmitir felicidade àqueles que de mim se aproximarem.

E a cada dia que passar farei pelo menos uma boa ação.

Quatro meses são mais de 120 dias, portanto, quando eu fechar os olhos para nunca mais abri-los, eu terei feito no mínimo 120 boas ações.

Todos que a ouviam, pouco a pouco se retiraram dali,indo cada um para um canto, para chorar sozinho.

A mulher ali ficou e nos seus olhos havia um brilho de alegria.

Pensava consigo mesma: "não posso curar meu corpo, mas posso mudar a vida que me resta".

Ela tinha uma grande tarefa: transformar seu mundo interior, tornar-se uma pessoa totalmente diferente do que já fora em apenas 4 meses ela conseguiu cumpri-la plenamente.

O mais curioso dessa história é que, após a notícia dada aos familiares, ela viveu mais 23 anos.

Ela curou a sua própria alma e sua moléstia desapareceu e ela morreu de velhice.


"Somos o que fazemos repetidamente. Por isso o mérito não está na ação e sim no hábito”. (Aristóteles)


"Possuímos em nós mesmos, pelo pensamento e a vontade, um poder de ação que se estende muito além dos limites de nossa esfera corpórea”. (Allan Kardec)


"Se você não quer ser esquecido quando morrer, escreva coisas que vale a pena ler ou faça coisas que vale a pena escrever”. (Benjamin Franklin)


"Os homens que tentam fazer algo e falham são infinitamente melhores do que aqueles que tentam fazer nada e conseguem". (Martyn Lloyd Jones)


"Se o seu navio não chega, nade até ele." (Jonathan Winters)

segunda-feira, 14 de março de 2011

Meditação muda estrutura do cérebro

Estudo de Harvard mostra, pela primeira vez, que a prática pode aumentar a concentração de massa cinzenta

Ressonância magnética exibiu variações em áreas ligadas a estresse, aprendizagem e à regulação de emoções

Paula Giolito/Folhapress


A gerente administrativa Bia Farah, 51, em aula de meditação na escola Ciymam

MARIANA VERSOLATO
DE SÃO PAULO

De olhos fechados, em silêncio e, de preferência, sentados, os praticantes da meditação de atenção plena devem se concentrar em apenas uma coisa: a respiração.
A técnica é antiga, da tradição budista, mas começou a ser mais difundida depois de ter sido usada em um curso não religioso de redução de estresse, criado em 1979 por Jon Kabat-Zinn, professor da Escola Médica da Universidade de Massachussets.
Os benefícios da técnica, conhecida também como "mindfulness", já foram relatados em vários estudos.
A lista vai da melhora de sintomas de esclerose múltipla (como diz estudo publicado na "Neurology") à prevenção de novos episódios de depressão (demonstrada em artigo na "Archives of General Psychiatry").
Mas, agora, um estudo mostra, pela primeira vez, os efeitos provocados por essa meditação no cérebro.
A pesquisa, publicada hoje na "Psychiatry Research: Neuroimaging", foi feita pela Harvard Medical School, nos EUA, em conjunto com um instituto de neuroimagem da Alemanha e a Universidade de Massachussets.
E o mais importante: as mudanças ocorreram em apenas oito semanas de meditação em praticantes adultos iniciantes.
As conclusões foram feitas após comparações entre as ressonâncias magnéticas dos que praticaram a meditação e de um grupo-controle que não fez as aulas.
Outros estudos já haviam sugerido que a meditação causa mudanças no cérebro. Mas eles não excluíam a possibilidade de haver diferenças preexistentes entre os grupos de meditadores experientes e não meditadores.
Ou seja, não era possível afirmar se os efeitos eram causados pela prática.

MENOS ESTRESSE
Todos os 16 participantes da pesquisa, com idades de 25 a 55 anos, deveriam obedecer a um critério: não ter feito nenhuma aula de meditação "mindfulness" nos últimos seis meses ou mais de dez aulas em toda a vida.
Eles frequentaram oito encontros semanais, com duração de duas horas e meia.
Também foram instruídos a fazer 45 minutos de exercícios diários e a praticar os ensinamentos da meditação em atividades do dia a dia, como andar, comer e tomar banho.
Para avaliar as mudanças, todos os participantes e o grupo-controle fizeram ressonâncias magnéticas antes e depois do período de aulas.
Os exames iniciais não indicaram diferenças entre grupos, mas as ressonâncias feitas após o curso mostraram um aumento na concentração de massa cinzenta no hipocampo esquerdo naqueles que haviam meditado.
Análises do cérebro todo revelaram mais quatro aumentos de massa cinzenta: no córtex cingulado posterior, na junção temporo-parietal e mais dois no cerebelo.

BENEFÍCIOS
Britta Hölzel, pesquisadora da Harvard Medical School e uma das autoras do estudo, disse à Folha que isso pode significar uma melhora em regiões envolvidas com aprendizagem, memória, emoções e estresse.
O aumento da massa cinzenta no hipocampo é benéfico porque ali há uma maior concentração de neurônios, afirma Sonia Brucki, do departamento científico de neurologia cognitiva e do envelhecimento da Academia Brasileira de Neurologia.
"Antes, acreditava-se que a pessoa só perdia neurônios durante a vida. Agora, vemos que podem brotar em qualquer fase da vida, e determinadas atividades fazem a estrutura do cérebro mudar."
Isso significa que o cérebro adulto também é plástico, capaz de ser moldado.
No ano passado, um estudo dos mesmos pesquisadores já mostrava redução da massa cinzenta na amígdala cerebral, uma região relacionada à ansiedade e ao estresse, em pessoas que fizeram meditação por oito semanas.
Mas qualquer um que começar a meditar amanhã terá esses mesmos efeitos benéficos em algumas semanas?
"Provavelmente sim", diz a neurologista Sonia Brucki.
Ela ressalta, no entanto, que a idade média dos participantes da pesquisa é baixa e, por isso, não dá para afirmar com certeza que isso acontecerá com pessoas de todas as idades.
Agora, a pesquisadora Britta Hölzel quer entender como essas mudanças no cérebro estão relacionadas diretamente à melhora da vidas das pessoas.
"Essa é uma área nova, e pouco se sabe sobre o cérebro e os mecanismos psicológicos relacionados a ele. Mas os resultados até agora são animadores."

sexta-feira, 11 de março de 2011

Cientistas chilenos desenvolvem vacina contra alcoolismo

(AFP) -Cientistas chilenos trabalham no desenvolvimento da primeira vacina contra o alcoolismo, baseada em uma mutação genética presente em 20% da população asiática que, de forma natural, sofre consequências tão severas ao consumir álcool que isto inibe seu vício, explicou o médico coordenador do projeto.

Estas populações não têm um gene que produz a enzina "aldeído desidrogenase", que metaboliza o álcool no organismo. Sem essa enzina, ao beber "ocorre uma reação tão forte que as pessoas não tomam o álcool", explicou o médico da Universidade do Chile, Juan Asenjo, chefe dos pesquisadores, à rádio Cooperativa.

A vacina, portanto, aumentaria os enjoos, a sensação de náusea e a vasodilatação nos viciados. "Com a vacina, a vontade de beber será muito pequena devido às reações que terá", disse o médico.

O princípio já foi testado com sucesso em ratos alcoólatras, nos quais o consumo do álcool diminuiu em 50%. "A ideia é que nos seres humanos o consumo de álcool diminua entre 90 e 95%", acrescentou.

A vacina consiste em induzir a mutação nas células do fígado através de um vírus que transmite esta informação genética.

Atua sob o mesmo princípio sobre o qual são elaborados os parches e remédios utilizados para controlar o vício em álcool, mas sua eficácia seria maior porque, diferentemente das fórmulas anteriores, não depende da vontade imediata do paciente e tem menos efeitos colaterais.

"A vacina é específica para as células do fígado. Os emplastros (parches) afetam todas as células e têm muitos efeitos colaterais", explicou Asenjo.

Após demonstrar seu princípio ativo, os cientistas trabalham agora para cultivar as células necessárias para produzir o vírus em reatores e em grandes quantidades. Depois vem a fase de otimizar a produção, purificar o vírus e a aprovação por parte de diferentes comitês de ética e institutos de saúde pública.

"Durante este ano será feita a produção em grande escala e depois serão realizados testes pré-químicos em animais para determinar a dose. Posteriormente, em 2012, serão realizados testes químicos na fase 1 em humanos", explicou Asanjo.

Se os resultados em humanos forem bem-sucedidos, bastaria que o paciente tomasse a vacima uma vez por mês para começar a sentir os sintomas por um período prolongado, o que desestimularia o vício.

O alcoolismo é o principal fator de risco de doenças entre os chilenos e gera acidentes de trânsito, cirrose e depressões, que são as principais causas de morte no Chile, segundo um estudo oficial divulgado em setembro de 2008.

Fonte: UNIAD

quarta-feira, 9 de março de 2011

Escritório, doce escritório_5/5

Mais importante do que ter um local de trabalho bem decorado é fundamental ter um lugar com a “cara” da pessoa que o ocupa - Autonomia para organizar e personalizar seu próprio espaço torna profissionais mais felizes, saudáveis e produtivos

por S. Alexander Haslam e Craig Knight

SOB CONTROLE

Outros fatores além do projeto e das armadilhas de um local de trabalho, como a acústica, podem afetar o desempenho profissional. Um estudo de 2009, da Universidade de Turku, na Finlândia, avaliou como os funcionários se saíram em tarefas cognitivas em ambientes variados com relação a sons. A equipe descobriu que, quando os trabalhadores ouviam sons irrelevantes de fala por perto (imagine um rádio ligado na mesa do colega ao lado), o desempenho em tarefas de compreensão de leitura e memorização de números declinava, assim como o conforto dos participantes. Os pesquisadores especulam que o ruído pode perturbar a memória, além de estimular o estresse; por isso recomendam paredes altas entre as estações de trabalho e uso de materiais que absorvam o som.

Mostrar aos empregados como manipular os ambientes de trabalho em benefício próprio tem vantagens distintas. Em um estudo de 2009, do Liberty Mutual Research Institute for Safety, em Hopkinton, Massachusetts, avaliaram-se os efeitos de oferecer um curso de treinamento em ergonomia aos funcionários e fornecer cadeiras de escritório altamente ajustáveis. Aqueles que receberam o treinamento e a cadeira não apenas correram menos riscos de problemas com músculos e ossos, como se sentiram melhor na situação do trabalho em geral.

Na verdade, oferecer ou negar controle sobre as condições de trabalho dos funcionários tem implicações significativas para seu bem-estar e costuma deflagrar a chamada “síndrome do prédio doente”, com sintomas como irritação nos olhos, nariz, garganta e pele, fadiga, náusea, dores de cabeça e tonturas. A patologia geralmente é atribuída a propriedades físicas do local de trabalho, como problemas de ventilação, aquecimento ou sistemas de ar-condicionado. Mas, em 1989, uma grande pesquisa da Universidade de Copenhague desafiou esse conceito. Os cientistas descobriram que as reclamações são duas vezes mais comuns entre profissionais que estão em posições inferiores e, portanto, exercem pouco controle sobre seus ambientes.

A relação entre a falta de autonomia em relação ao próprio espaço e a síndrome do edifício doente é verdadeira até em ambientes sofisticados, “favoráveis ao funcionário”, como a de uma agência de turismo no Reino Unido, estudada pelo pesquisador Chris Baldry, professor de administração da Universidade de Stirling, na Escócia. Aparentemente, o lugar parecia promissor: áreas com cores fortes eram enfeitadas com palmeiras. Mas um espaço no estilo Panaopticon, o chamado Controle da Missão, permitia que os gerentes monitorassem clandestinamente os funcionários. Estes, por sua vez, reclamavam constantemente da sensação de sufocação e da tosse seca.

A impressão de estar sendo vigiado também está ligada à produtividade. Cientistas da Universidade de Chung-Ang, em Seul, pesquisaram quase 400 trabalhadores e descobriram relação entre o controle percebido pelos funcionários em seus locais de trabalho e sua capacidade de concentração. Nesse estudo, o “controle” foi definido, parcialmente, como ter a possibilidade de mexer na mobília dentro do ambiente profissional e individualizar os enfeites, da mesma forma como nosso escritório incrementado. As respostas da pesquisa indicam que quando as pessoas sentiam que tinham poder de decisão sobre os aspectos físicos de sua área de trabalho os efeitos negativos do barulho e de outros fatores de distração eram reduzidos. O fato é que quando nos sentimos desconfortáveis ficamos menos envolvidos com as atividades. Mas se trabalhamos em espaços aos quais nos sentimos conectados ficamos mais felizes e produtivos – e até mesmo mais saudáveis. Ou seja: felicidade nos torna mais comprometidos e criativos. Pena que alguns patrões ainda não sabem disso...

Fonte: Revista Mente&Cérebro
S. Alexander Haslam e Craig Knight Haslam é professor de psicologia social da Universidade de Exeter, na Inglaterra. Knight é pesquisador, pós-doutorando em psicologia e diretor do Center for Pychological Research into Identity and Space Management, em Exeter.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Escritório, doce escritório_4/5

Mais importante do que ter um local de trabalho bem decorado é fundamental ter um lugar com a “cara” da pessoa que o ocupa - Autonomia para organizar e personalizar seu próprio espaço torna profissionais mais felizes, saudáveis e produtivos

por S. Alexander Haslam e Craig Knight

© erin siegal/reuters/latinstock
Na sede da Google, na Califórnia,
funcionários são incentivados a decorar local
com brinquedos e objetos de antiquário de preferência inusitado

Do seu jeito é melhor

Para investigar como a aparência de uma sala influencia o trabalho, o pesquisador pediu a voluntários que executassem tarefas em quatro locais. O escritório “básico” continha apenas os equipamentos essenciais. O “incrementado” foi decorado com plantas e arte. No “particular”, as pessoas tiveram liberdade para arrumar plantas e quadros como quisessem. No espaço “retomado”, o pesquisador desfez os toques pessoais. Os funcionários do ambiente “particular” foram os mais satisfeitos e produtivos.

Este último cenário pode aparentemente não ter relevância na vida real, mas, na verdade, é surpreendente como esse tipo de interferência se torna um incômodo. Recentemente, entrevistamos um gerente de tecnologia da informação (TI) em um banco importante de Sydney, Austrália, cujo projeto e decoração tinham sido mudados 36 vezes nos últimos quatro anos. “Eu me sinto como um peão no tabuleiro de xadrez, e todos ao meu redor pensam o mesmo. É uma das principais coisas sobre as quais conversamos no escritório: o que vão inventar da próxima vez. Essa situação não é nada divertida, aliás, é bem estressante”, declarou

Nossos estudos, publicados em junho na
Journal of Experimental Psychology: Applied, mostram que a produtividade do trabalhador aumenta quando sua autonomia é valorizada. As pessoas em um escritório incrementado trabalharam 15% mais rapidamente e com menos erros em comparação àquelas que estavam no escritório básico e reportaram menos queixas relacionadas à saúde. “As pinturas e as plantas realmente alegraram o local” foi uma observação típica em relação ao escritório incrementado. Um participante avaliou, referindo-se ao escritório básico: “Parecia um cenário, sem nada fora do lugar; não dava para relaxar num lugar daqueles”. A produtividade e o bem-estar aumentaram ainda mais – cerca de 30% – no ambiente customizado pelos participantes. “Foi demais; adorei. Que escritório maravilhoso”, disse um dos voluntários. No entanto, quando as escolhas pessoais foram ignoradas, seu desempenho e bem-estar caíram para os mesmos níveis demonstrados no escritório básico. “Eu me senti sabotado”, declarou um dos empregados do escritório “retomado”. “Gastei um tempão arrumando a sala para nada... Sinceramente? Tive vontade de bater em quem mexeu no ‘meu espaço’ ”, afirmou outro funcionário.

Fonte: Revista Mente&Cérebro
S. Alexander Haslam e Craig Knight
Haslam é professor de psicologia social da Universidade de Exeter, na Inglaterra. Knight é pesquisador, pós-doutorando em psicologia e diretor do Center for Pychological Research into Identity and Space Management, em Exeter.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Escritório, doce escritório_3/5

Mais importante do que ter um local de trabalho bem decorado é fundamental ter um lugar com a “cara” da pessoa que o ocupa - Autonomia para organizar e personalizar seu próprio espaço torna profissionais mais felizes, saudáveis e produtivos

por S. Alexander Haslam e Craig Knight

neue nationalgalerie, berlin
[continuação]

A proliferação de novos empreendimentos de mídia digital nos anos 1990, tentando atrair trabalhadores especializados, popularizou uma opção ao sistema de escritório aberto. Junto com as máquinas de café chegaram aos ambientes de trabalho elementos visuais vistosos, tanques com peixes tropicais e chamativas obras de arte. A ideia era fazer os profissionais se sentirem valorizados, ganhar a sua lealdade e incentivá-los a cumprir horas extras. Em Mountain View, Califórnia, no “campus” do Google (essa palavra já indica o distanciamento da dinâmica tradicional de um local de trabalho) e também em empresas de jogos virtuais e agências interativas de propaganda os funcionários têm liberdade para encher seus escritórios com peças vintage, bonequinhas Hello Kitty, objetos feitos com Lego ou qualquer coisa bonita, engraçada ou significativa. Os empregados chegam a competir para ver quem consegue criar o espaço mais atraente.

Supõe-se que os escritórios incrementados aumentem o bem-estar e a produtividade dos empregados mas nem sempre provoquem mudanças positivas profundas. Em 2009, cientistas da Universidade de Amsterdã substituíram os escritórios tradicionais por espaços projetados para funções específicas (uma cabine para tarefas que demandassem concentração e “uma sala de estar” para a interação social entre colegas). Apesar desses adicionais criativos, após seis meses foi constatado que a produtividade diminuiu ligeiramente. Por que isso aconteceu?


Recentemente fizemos dois experimentos para estudar o efeito do ambiente de escritório sobre a produtividade. Conduzimos um estudo em um laboratório de psicologia e outro com trabalhadores em um escritório comercial de Londres. Nas duas experiências pedimos aos participantes que fizessem uma hora de trabalho com tarefas rotineiras (verificando documentos e criando memorandos, por exemplo) em um dos quatro tipos de espaço de trabalho (ver quadro).

O escritório “básico” era um espaço com aparência limpa, que continha apenas os objetos necessários como uma mesa e uma cadeira giratória, além de lápis e papel. O ambiente “incrementado” tinha esses suprimentos básicos, mas foi decorado com plantas e peças de arte, como pinturas grandes e coloridas. No escritório “particular”, os voluntários receberam as mesmas plantas e obras de arte que estavam no escritório incrementado, mas tiveram a liberdade de arrumá-las do modo como quisessem ou mesmo de não usá-las. Finalmente, no espaço “retomado”, os participantes tiveram a oportunidade de decorá-lo, porém, ao terminarem, o pesquisador o redecorou para que ficasse igual ao “incrementado”.

S. Alexander Haslam e Craig Knight Haslam é professor de psicologia social da Universidade de Exeter, na Inglaterra. Knight é pesquisador, pós-doutorando em psicologia e diretor do Center for Pychological Research into Identity and Space Management, em Exeter.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Escritório, doce escritório_2/5

Mais importante do que ter um local de trabalho bem decorado é fundamental ter um lugar com a “cara” da pessoa que o ocupa - Autonomia para organizar e personalizar seu próprio espaço torna profissionais mais felizes, saudáveis e produtivos

Revista Mente&Cérebro

edição 214 - Novembro 2010

por S. Alexander Haslam e Craig Knight

Escribas, burocratas e vigilantes

A história dos escritórios modernos remonta à Idade Média, quando cabia aos escribas a responsabilidade de manter os registros da Igreja e do governo. Esses hábeis artesãos trabalhavam nas residências dos reis e nobres, escrevendo e copiando documentos à mão. Para desempenhar a função era preciso ter uma formação que não estava ao alcance da maioria dos cidadãos. Geralmente tais escribas tinham permissão de organizar suas salas de trabalho, onde misturavam cadeiras, banquetas, livros e mesas de estudo.

No final da Revolução Industrial, o quadro começou a mudar. As classes profissionais proliferaram, assim como o número de pessoas com a tarefa de supervisionar o trabalho, o que levou à criação de locais padronizados, nos quais os gerentes tinham maior controle sobre sua mão de obra e conseguiam vigiar seus subalternos. No início do século 20, o engenheiro da Pensilvânia Frederick W. Taylor foi pioneiro do que se tornou o primeiro modelo de administração científica. Para ele, o cerne da tarefa dos executivos consistia em descobrir e implementar a melhor maneira de desempenhar alguma tarefa. Em 1911, escreveu
Princípios da administração científica, livro tão influente que as empresas que tinham melhorado a produtividade passaram a ser chamadas de “taylorizadas”. Taylor postulava que, exceto pelos materiais absolutamente necessários para executar a tarefa, tudo deveria ser eliminado do espaço de trabalho. Embora essa proposta se aplicasse a indústrias e linhas de montagem, empresários passaram a usá-la em escritórios e locais de trabalho criativo.

Os burocratas de todo o planeta estão familiarizados com espaços abertos estéreis, que acomodam as pessoas sem o mínimo de privacidade e podem ser rapidamente modificados conforme as contratações, demissões ou variações de tarefas. Algumas organizações optam por não oferecer lugar fixo. Nesses ambientes, qualquer forma de acúmulo de material é vista como bagunça e impedimento à produtividade.

O sistema aberto, que permite que os supervisores monitorem sutilmente seus subordinados, se baseia no conceito Panaopticon, desenvolvido em 1785 pelo filósofo Jeremy Bentham. Tratava-se de uma prisão circular com uma torre central da qual os guardas vigiavam os reclusos sem que estes os vissem. Era uma forma eficiente de controle, no qual um pequeno número de carcereiros poderia manter todos os prisioneiros sob guarda; os reclusos nunca conseguiriam saber quando estavam sendo observados.

S. Alexander Haslam e Craig Knight. Haslam é professor de psicologia social da Universidade de Exeter, na Inglaterra. Knight é pesquisador, pós-doutorando em psicologia e diretor do Center for Pychological Research into Identity and Space Management, em Exeter.