sexta-feira, 29 de julho de 2011

Amigos, pais e baladas influenciam jovens a começar a fumar, diz estudo

G1

Levantamento da Unifesp aponta início do uso do cigarro aos 14 anos. Pesquisa ouviu 2.691 estudantes de escolas particulares de São Paulo.

Um levantamento feito com estudantes do ensino médio de escolas particulares da cidade de São Paulo constatou que muitos adolescentes experimentam o uso do cigarro aos 14 anos de idade, e os fatores que levam os jovens a começar a fumar varia entre homens e mulheres.



A pesquisa foi feita pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que ouviu 2.691 estudantes das escolas particulares, pertencentes às classes socioeconômicas A, B e C.

O estudo permitiu comprovar que a influência dos amigos, a relação com os pais e a presença dos jovens nas “baladas” são fatores importantes na iniciação ao cigarro. De acordo com a pesquisa, pais fumantes influenciam tanto meninos quanto meninas. “A relação dos jovens em casa também é um fator que se mostrou preponderante”, explica Zila Van der Meer Sanchez, uma das coordenadoras da pesquisa. “No caso das meninas, quanto menos atenção dos pais maior é o risco de ela começar a fumar. Já os meninos são influenciados pelos amigos e por uma eventual morte dos pais.”

Ainda de acordo com a pesquisa, o contato dos jovens do ensino médio com o cigarro ainda é esporádico. Entre os entrevistados, 14% tinham fumado pelo menos um cigarro nos últimos mês. A maioria usou o cigarro no máximo 5 dias no mês. Apenas 3% dos entrevistados fumavam todo dia.

Os dados da pesquisa foram coletados em 2008, antes do início da lei antifumo em São Paulo, que foi promulgada no ano seguinte. A prevalência do cigarro nas baladas mostrou que enquanto a chance de fumar entre os meninos aumentava em mais de 800% quando a frequência a baladas é intensa, nas meninas sobe para 1.400%.

O Cebrid prepara um novo levantamento sobre uso de tabaco, álcool e drogas entre os jovens. Os números preliminares mostram que no ensino médio das escolas públicas, por exemplo, a incidência é um pouco maior, de 17,5% comparada aos 14% registradas nas escolas particulares. E a iniciação ao cigarro nas escolas públicas se dá em média aos 13 anos e seis meses.

Fonte: UNIAD

quarta-feira, 27 de julho de 2011

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Dislexia existe?

Enviado por luisnassif, sex, 11/02/2011 - 12:01

Por Alexandra M. Mello

Caro Luis Nassif,

Há alguns meses, falei sobre a visão da pediatra Maria Aparecida Moysés no meu blog (coxi-Xan-do) e fiquei surpresa com a quantidade de reações desproporcionais que causei em pais de crianças com diagnóstico de dislexia. É bem provável que tenham chegado ao meu blog, por meio de buscas que tinham o nome dela como palavras-chave. Talvez, eu tenha sido infeliz com o título da postagem ("Dislexia existe?") e com ele, tenha causado tanto furor. Com "Dislexia existe?", eu questionava a existência dela como distúrbio neurológico e não, das dificuldades reais em leitura e escrita. Estas, podem ser determinadas por inúmeros fatores e combinações. A precipitação dos diagnósticos é realmente assustadora. Abaixo, está o link para a postagem e todos os comentários. Um abraço. Alexandra.

http://xan-mello.blogspot.com/2009/11/dislexia-existe.html

Do coxi-Xan-do

Dislexia existe?

O que já foi cegueira verbal congênita, lesão cerebral mínima, dislexia específica de evolução, dislexia de desenvolvimento, entre outros nomes, é hoje a tão falada e tão pouco conhecida dislexia. Na Câmara Municipal de São Paulo, há um projeto de lei do vereador Juscelino Gadelha (PSDB), feito em parceria com a ABD (Associação Brasileira de Dislexia) e já aprovado em primeira instância, que propõe um programa para diagnosticar alunos disléxicos em toda a rede de ensino, e encaminhá-los para tratamento.

Especialistas de Instituições como o Conselho Regional de Psicologia, a USP e a Unicamp são contrários à aprovação do projeto por acreditarem que a dislexia, como doença neurológica de quem tem dificuldades para ler e escrever, nunca foi devidamente comprovada. Segundo eles, um projeto assim contribui apenas para a estigmatização de crianças, desconsiderando as questões sociais.

No dia 21 de setembro deste ano, houve um seminário na Câmara, para se discutir o tema antes da segunda votação. Uma das palestrantes convidadas, a Doutora Maria Aparecida Afonso Moyses, professora titular em Pediatria Social da Unicamp, fez uma brilhante explanação sobre as razões da não aprovação do projeto pelas Instituições citadas.

Ela traz inicialmente a definição da doença mais aceita pelos autores e entidades que defendem a existência da dislexia e à partir daí, vai questionando a falta de embasamento científico, tanto para o reconhecimento da dislexia como distúrbio neurológico, como para a forma como é feito o diagnóstico.

Segundo esta definição oficial, a dislexia seria um distúrbio neurológico, que comprometeria apenas a escrita e a leitura. Para confirmação, utiliza-se instrumentos de escrita e leitura. Ou seja, usa-se linguagem escrita para diagnóstico da dislexia que tem como único comprometimento justamente a linguagem escrita. Do ponto de vista médico e científico, isso é totalmente contraditório. Uma avaliação assim só vai confirmar a existência da própria dificuldade e não, se há ou não distúrbio neurológico.

Durante a palestra, a professora Maria Aparecida questiona a falta de rigor científico em alguns exames. Um exemplo é a existência de simetria de neurônios no plano frontal para comprovação do diagnóstico de dislexia. A falha no rigor é mostrada num estudo (curiosamente do mesmo autor que defende esse diagnóstico) que mostra que 16% da população "normal" também tem a tal simetria.

Um outro exemplo é a presença de ectopia neuronal (quando um neurônio que deveria estar numa região, vai para outra), em algumas áreas do cérebro. Aqui, a falta de rigor está na ausência de estudos da ectopia neuronal na população dita normal. Para a professora, é complicado dizer que uma doença neurológica se caracteriza por questões que também estão presentes em qualquer pessoa que tenha dificuldade para ler e escrever, pelos mais diferentes motivos. Ela dá como exemplo exames de neuroimagem que precisam ativar o cérebro na função que está sendo avaliada. No caso da dislexia, essa ativação se dá, novamente, por meio de instrumentos de escrita e leitura. Uma pessoa que não sabe ler, em consequência de uma alfabetização mal sucedida por exemplo, pode ter essa função diminuída como uma reação saudável a testes que tenham como objetivo avaliar seu desempenho em leitura. São duas as principais questões que ela nos deixa: uma, se as dificuldades em leitura e escrita não seriam reflexo da diversidade, não só de seres humanos, como também das condições a que estão expostos e não, consequência de distúrbios neurológicos. A outra, se os exames de neuroimagem não detectariam a consequência no cérebro de não saber ler, e não, a sua causa.

Fonte: http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/dislexia-existe

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Pediatras defendem fim do álcool na gravidez

O Estado de S. Paulo – Caderno Vida
Livro da Sociedade de Pediatria traz dados científicos sobre efeitos nocivos ao feto

Karina Toledo

A Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP) lançou ontem uma publicação em que defende que as grávidas não consumam álcool - mesmo moderadamente.

A abstinência é recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e demais entidades da área, como sociedades de obstetrícia, mas há médicos que liberam uma taça de vinho de vez em quando às pacientes. Estudos brasileiros indicam que de 20% a 40% das gestantes consomem bebida alcoólica.

"Mesmo entre os médicos, a desinformação ainda é grande", alerta Clóvis Constantino, presidente da SPSP. "Além de alertar a população e os profissionais de saúde, queremos sensibilizar o poder público para a necessidade de incluir advertências nos rótulos de bebidas." O livro Efeitos do Álcool na Gestante, no Feto e no Recém-Nascido reúne as principais evidências científicas sobre o tema.


De acordo com a pediatra Conceição Segre, coordenadora do livro, o álcool ingerido pela gestante ultrapassa a barreira da placenta e se acumula no líquido amniótico. Também atinge o feto pelo sangue do cordão umbilical, prejudicando a transferência de nutrientes e oxigênio. Em cerca de uma hora, os níveis de álcool no sangue fetal são iguais aos da mãe. Mas, como o bebê tem massa corporal menor e o fígado imaturo para metabolizar a substância, calcula-se que o efeito tóxico para ele seja oito vezes maior.

Sequelas. As consequências dessa intoxicação permanecem a vida inteira, com intensidade variável, diz Conceição. Nos casos mais graves, que caracterizam a síndrome alcoólica fetal e atingem um a cada mil bebês, ocorrem malformações na face, diminuição no perímetro cefálico - por causa das alterações no sistema nervoso - e retardo no crescimento pré e pós-natal.

Estima-se que para cada caso da síndrome completa haja outros três do chamado "espectro de distúrbios fetais causados pelo álcool". "São alterações neurológicas percebidas apenas mais tarde, quando a criança está em idade escolar", conta a médica. Dificuldades de linguagem, déficit de atenção e hiperatividade são alguns dos efeitos tardios.

"O nível seguro para o consumo é desconhecido. Por isso, a não ingestão de álcool pela grávida e pela mulher que deseja engravidar é a única forma de prevenção", defende Conceição.

O psiquiatra Erikson Furtado, professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, conta que um estudo feito nos anos 1980 mostrou que uma única dose de álcool era capaz de provocar o que os médicos chamam de sofrimento fetal - alterações no batimento cardíaco associadas à queda na oxigenação.

"Pacientes relatam que depois de beber percebem o bebê mais inquieto. Isso pode ser sinal de sofrimento fetal", diz a psiquiatra Camila Magalhães Silveira, do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa). "Há a cultura de que se pode beber um pouquinho. Mas, de pouquinho em pouquinho, faz-se um consumo regular", afirma.

Antonio Moron, da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), afirma que alguns médicos adotam uma postura mais liberal para parecer mais "simpático" às suas pacientes. "A crença de que só uma tacinha não faz mal é muito difundida, mas é um conceito totalmente errôneo."

Autorização. As colegas de trabalho Fernanda Guerra, de 33 anos, e Cintia Castellanos, de 29, estão grávidas do primeiro filho. As duas contam que foram autorizadas por seus obstetras a consumir álcool moderadamente. "Passei por vários médicos até escolher um para fazer o pré-natal e o parto. Todos disseram que não tinha problema beber só um pouquinho", conta Fernanda. Apesar da autorização, ambas optaram por não arriscar.

Já a estudante Iara (nome fictício), de 24 anos, revela que sentia muita vontade de tomar vinho quando esperava a filha, hoje com 7 meses. "O médico disse que depois do primeiro trimestre não havia problema em consumir o equivalente a uma taça por semana. E eu aguardava esse dia muito ansiosa."

''Minha mãe sempre bebeu muito, mesmo quando estava grávida''

Depoimento

L.M.M.

37 ANOS, ROTEIRISTA

"Tenho 37 anos e sou filha de uma alcoólatra que morreu de cirrose há três meses, aos 60 anos. As melhores amigas da minha mãe comentavam que ela bebia muita cerveja, mesmo quando estava grávida de mim e dos meus irmãos.

Não consumo atualmente nenhuma bebida alcoólica. Sempre sofri de depressão, mesmo na infância, quando não se imagina que uma criança possa ter uma doença tão complexa. Eu e meus irmãos estamos sempre tristes nas fotos.

Quando adolescente, provei bebida e senti a voz do sangue gritar bem alto. Amei aquele gosto, como se fosse um leite materno! Amigas repararam que eu não sabia parar. Bebia a garrafa toda, até cair. Tive de me disciplinar severamente para parar. Bebi muito, sem limites, durante três anos.

Entrei na faculdade e a vontade de vencer na vida cresceu, mas o pavor de ficar como minha mãe me amedrontava. Hoje, passo longe de bebida, mas se alguém abre uma garrafa de vinho, é como um canto de sereia. Quase saio correndo. No Natal, grávida de sete meses, quase cedi à tentação."

Fonte: UNIAD

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Cuide de sua saúde – quando a boca cala o corpo fala

por Ana Paula Inkis
30 de Agosto de 2010
Blog Welleda

O resfriado escorre quando o corpo não chora.
A dor de garganta entope quando não é possível comunicar as aflições.
A febre esquenta quando as defesas detonam as fronteiras da imunidade.
O estômago arde quando as raivas não conseguem sair.
O diabetes invade quando a solidão dói.
O corpo engorda quando a insatisfação aperta.
A dor de cabeça deprime quando as duvidas aumentam.
A alergia aparece quando o perfeccionismo fica intolerável.
As unhas quebram quando as defesas ficam ameaçadas.
O coração enfarta quando chega a ingratidão.
O peito aperta quando o orgulho escraviza
A pressão sobe quando o medo aprisiona.
As neuroses paralisam quando a”criança interna” tiraniza.
O coração desiste quando o sentido da vida parece terminar.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

QUANDO É DIFÍCIL APRENDER_4/4

Problemas nos estudos podem ter diversas causas. Consultar um psicopedagogo pode ajudar a resolver a questão.

por Vera Fiori

Fonte: Estadão, 26.05.1996


Laços de família

Desde os primeiros passos, os pais devem observar a forma como a criança brinca, se expressa e fala. “Dou uma atenção especial a história familiar da criança”, observa Clélia Pastorello, que atua na área de Psicopedagogia há 18 anos.

E lembra que família é um sistema forte e extremamente dinâmico, que leva à seguinte reflexão: que lugar ela ocupa na vida de uma criança e vice-versa? A partir daí, Clélia desenrola o novelo até estudar com a família, os limites de trabalhar com as necessidades e demandas. A participação dos pais ou do responsável é fundamental durante o acompanhamento psicopedagógico.

Ela lembra ainda que diferentes situações podem prejudicar o processo de aprendizagem, como perdas (morte de alguém querido), deficiências físicas (como surdez), separação dos pais, etc. “A criança que não aprende tem um sintoma e cabe ao psicopedagogo saber as causas”, fala.

Crianças com dificuldades maiores trazem tensões para aprender, apresentando intolerância, hiperatividade, medo de arriscar no novo e falta de concentração.

Também importante é a falta de tempo das crianças. “Brincar significa conhecer e agendas infantis sobrecarregadas, excesso de som, TV e shoppings fazem com que falte tempo para elas mesmas, influindo na aprendizagem”, afiança.

Erro de escolha

Também pode haver um conflito com a metodologia de ensino. A rotatividade de professores ou faltas excessivas deles acaba refletindo no desempenho do aluno, que perde no conteúdo e sente-se desestimulado. “Nem sempre a escola está adequada ao universo da criança ou do adolescente”, afirma Clélia, que leva a família, muitas vezes, a ponderar sobre a escolha da escola. Guardadas as proporções, a cobrança dos pais deve ter um limite. Afinal, o erro faz parte da construção do conhecimento. É onde você dá saltos.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

QUANDO É DIFÍCIL APRENDER_3/4

Problemas nos estudos podem ter diversas causas. Consultar um psicopedagogo pode ajudar a resolver a questão.

por Vera Fiori

Fonte: Estadão, 26.05.1996


Super-mães, cuidado!

Se você é do tipo que arruma a mochila do filho, faz a lição, amarra o cadarço do tênis... cuidado! Segundo a psicopedagoga Geórgia Vassimon, do Getep – Grupo de Estudos e Técnicas Psicodramáticas – a superproteção é uma das causas que prejudica a criança nos estudos. Neste caso, a mãe recebe uma orientação e o aluno é estimulado a criar autonomia.

O drama começa por volta da quinta série, quando a criança sai de uma escolinha acolhedora para uma maior. Podem ocorrer vários problemas: a criança é intuitiva, enquanto a escola exige lógica, ou é mais lenta para assimilar as informações. Outras se expressam muito bem verbalmente, mas têm dificuldades com a escrita ou são imaturas em relação â classe.

Nos casos dos adolescentes, a psicopedagoga diz que a maioria não se organiza para estudar. Faz isso com a TV ou o som ligado e se perde ao fazer uma pesquisa ou até mesmo ao consultar índices.

Também são comuns as dificuldades do jovem com trabalhos que envolvem análise-síntese, como assistir a um filme de época e fazer um resumo dos costumes. Os casos encaminhados via escola ao Getep são sempre analisados por um grupo de trabalho formado por psicólogos, pedagogos, professores de Educação Física, eutonistas e especialistas em letras. “Dessa forma”, diz Geórgia, “cada um contribui com sua especialidade, abrindo novas possibilidades para solucionar as dificuldades de cada aluno”.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

QUANDO É DIFÍCIL APRENDER_2/4

Problemas nos estudos podem ter diversas causas. Consultar um psicopedagogo pode ajudar a resolver a questão.

por Vera Fiori

Fonte: Estadão, 26.05.1996


Longo Prazo

Ao contrário das aulas de reforço, por exemplo, as sessões com o psicopedagogo podem levar até dois anos para que o estudante se sinta mais seguro e fortalecido. A ideia é trabalhar com as deficiências e aprender a valorizar as potencialidades, o que pode levar tempo.

A psicopedagogia estuda a estrutura do pensamento. Quando detecta falhas, deve trabalha-las até obter resultados positivos, assinala Carla Labaki Agostinho.

As dificuldades, diz, começam a surgir por volta da quinta ou sexta séries, quando as exigências aumentam. “Os maiores problemas são com a escrita, leitura e organização nos estudos”.

Segundo Carla, ao ir mal na escola, a criança ou adolescente fica com o auto-conceito em baixa, refletindo isso nas relações com os amigos e a família. “Buscar ajuda é um grande passo”.

Também pode ocorrer uma inadaptação aos métodos da escola, embora alguns pais resistam à ideia. A psicopedagoga conta o caso de um menino de 8 anos que ia muito bem, até que substituíram uma professora. Não deu outra: começou a ter problemas.

Visitando a escola – procedimento de rotina em seu trabalho – constatou que a criança não se adaptava ao método da nova professora. Ela sugeriu aos pais escolas que melhor condiziam com as características do filho. Após certa resistência, eles aceitaram e o menino rapidamente se recuperou nos estudos.

Certos pais escolhem a escola baseados em status, modismos, proximidade de casa, tradição familiar, sem considerar o perfil dos filhos.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

QUANDO É DIFÍCIL APRENDER_1/4

Problemas nos estudos podem ter diversas causas. Consultar um psicopedagogo pode ajudar a resolver a questão.

por Vera Fiori

Fonte: Estadão, 26.05.1996


Quando os estudos dos filhos vão de mal a pior, a quem recorrer? Psicólogos, psicopedagogos, ludoterapeutas... Embora com atuações distintas, as atribuições destes profissionais ainda confundem muitos pais. Frequentemente o psicopedagogo é tido com um professor particular de luxo, quando, na verdade, sua atuação é bem mais profunda, já que lida não apenas com o processo de aprendizagem, mas também com o emocional.

Enquanto as aulas de reforço visam o imediatismo como, por exemplo, socorrer o aluno com dificuldades em Matemática, o trabalho do psicopedagogo investiga as causas que levam a essas deficiências.

Entre os problemas apresentados pelas crianças, pode-se destacar a dificuldade de se organizar para os estudos, inaptidão pra leitura e escrita, apatia, falta de concentração, além de dificuldades de raciocínio e fixação de números, letras e sílabas.

Vários fatores fazem com que a criança ou adolescente apresentem mau desempenho escolar: problemas físicos (neurológicos, por exemplo), emocionais, a família e até mesmo o professor. Daí a importância de procurar-se um profissional que, com informações dos pais e do estudante, traçará uma linha de trabalho.

Para solucionar os déficits de aprendizagem, são usadas técnicas terapêuticas como dramatizações, modelagem, jogos (excelentes para o raciocínio), produção de textos e outros meios que ajudam o aluno a se expressar. As sessões, em geral, são feitas duas vezes por semana, e seu custo vai de R$ 40 a R$ 70. No entanto, a maioria dos profissionais estuda uma forma especial de pagamento.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Maconha aumenta o risco de psicose

essoas que consumiram maconha na adolescência ou no início da vida adulta enfrentam maior risco de apresentar sintomas de psciose mais tarde, afirma um estudo recém-divulgado.

A pesquisa, realizada pelo professor Jim van Os, da Universidade de Maastricht, da Holanda, foi feita na Alemanha, e contou ainda com pesquisadores da Suíça e da Grã-Bretanha.

A psicose é uma desordem mental na qual o indivíduo perde o contato com a realidade.

O estudo, publicado na revista especializada British Medical Journal, acompanhou um total de 1.923 pessoas ao longo de um período de dez anos

Apesar de as relações entre maconha e psicose já serem conhecidas, ainda não estava claro se era a maconha que desencadeava os sintomas dessa condição ou se as pessoas se sentem propensas a consumir a droga devido a seus sintomas. A pesquisa indica que a primeira hipótese é a mais provável.

Estudo

Os participantes da pesquisa tinham entre 14 e 24 anos. Eles foram avaliados em períodos distintos para aferir possíveis relações entre o uso de maconha e de manifestações de sintomas psicóticos.

O primeiro período estudado foi feito três anos após o início da pesquisa. A segunda amostragem ocorreu oito anos depois que a pesquisa começou. E a conclusão ocorreu dez anos após o começo do estudo.

Os pesquisadores colocaram os que já fumavam maconha em um grupo e excluíram os que apresentavam um quadro pré-existente de psicose, para que pudessem melhor estabelecer as ligações entre novos usuários de maconha e a apresentação de sintomas da doença.

A pesquisa também teria mostrado que aqueles que já fumavam maconha na época do começo da pesquisa enfrentariam riscos mais elevados de apresentar sintomas psicóticos persistentes.

Aumento

O estudo concluiu que o uso de maconha aumenta ''significativamente'' a incidência de sintomas psicóticos, mesmo quando outros fatores, como situação sócio-econômica, o uso de outras drogas e de condições psiquiátricas estão em jogo.

Além de afiramrem que o uso da maconha +e um fator de risco para o desenvolvimento de sintomas psicóticos, os cientistas envolvidos com a pesquisa disseram também que ''o uso repetido de maconha pode aumentar o risco de sofrer desordens psicóticas por ter impacto na persistência dos sintomas

De acordo com Robin Murray, professor de pesquisa psiquiátrica do Instituto de Psiquiatria da Grã-Bretanha, a pesquisa representa ''mais um tijolo no muro de provas'', de que o uso da maconha contribui para formas de psicoses como a esquizofrenia.

Segundo Murray, a pesquisa é um dos dez estudos similares que apontam nessa mesma direção.

Fonte: UNIAD

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Quer emagrecer? Comece se livrando do estresse…

Todo mundo quer emagrecer, ou pelo menos quase todo mundo. O problema é que perder peso, ainda mais se for de forma saudável, requer empenho. Não há milagres em dietas ou em remédios para emagrecer. O jeito é encarar o problema de frente, entender que o emagrecimento é um processo do equilíbrio da alimentação e, sempre, equilíbrio da mente.

“A maioria das pessoas que procura atendimento médico para emagrecer quer, consciente ou inconscientemente, ‘ser emagrecida’ e não emagrecer. Quem adota esse comportamento normalmente tem resultados desanimadores ou apenas temporários.O que funciona mesmo é quando paciente e equipe médica atuam como parceiros”, diz o endrocrinologista Felippo Pedrinola.

Então, depois de decidir de verdade emagrecer, é preciso mudar de comportamento e pensar sobre como levamos a vida. “O alimento traz consigo grande carga emocional e cada vez mais a medicina comprova que corpo e mente fazem parte de um mesmo sistema no qual as emoções funcionam como sinalizador”, diz o médico. O alerta serve para explicar porque situações de estresse afetam o organismo e o apetite.

“O estresse contínuo pode levar á produção excessiva de alguns hormônios produzidos pelas glândulas suprarenais, principalmente a adrenalina e o cortisol. Este último, além de levar a alterações de humor e baixa da imunidade, favorece o surgimento de uma situação metabólica conhecida como resistência a insulina. Quando isso ocorre, existe uma maior tendência de acúmulo de gordura principalmente na região abdominal e dificulta a perda de peso mesmo quando as pessoas comem pouco”, diz o endocrinologista.

Essa é a chave que explica o motivo de “estresse engordar”. A sugestão para virar o jogo é afastar os elementos que trazem esse estresse. Segundo Pedrinola, a acupuntura é uma das formas. “Essa terapia milenar chinesa, hoje reconhecida como especialidade médica, trabalha com os princípios dos pontos de energia espalhados pelo corpo, também conhecidos como meridianos ou canais de energia. Os avanços da medicina já permitem avaliar os efeitos da acupuntura através de eletroencefalografia e ressonância magnética”, diz.

A meditação é outra maneira de buscar equilíbrio porque, segundo o médico, é capaz de modificar o ritmo de secreção hormonal e atuar no sistema nervoso autônomo. Já os exercícios físicos são mais do que importantes, são fundamentais. Eles ajudam o corpo a queimar calorias, trazem saúde e, claro, ajudam a controlar o estresse, ansiedade…

Destinar um tempo para o autoconhecimento é sempre bom, além de ajudar na saúde e aparência. Ter uma vida prazerosa e guiada pelo equilíbrio é fundamental para manter o peso e tantas outras coisas no lugar. ”Emagrecer não se trata apenas de seguir uma dieta e tomar remédios, mas sim buscar um equilíbrio entre corpo e mente para obter um bom controle das emoções e atingir um bem-estar maior”, finaliza.

Fonte: R7

segunda-feira, 4 de julho de 2011

É hora de procurar ajuda? 4/4

Quarta postagem de 4 matérias que entrarão nos dias 27, 29 de Junho e 01, 04 de Julho.


por Robert Epstein

Doutor em psicologia pela Universidade Harvard


Fonte: Revista Mente&Cérebro - edição 216 - Janeiro 2011 - págs 48 a 53


Teste – Sentir, pensar e agir

Para conhecer o teste completo basta acessar o site http://DoYouNeedTherapy.com. A seguir, a versão abreviada que abrange dez transtornos. Para fazê-lo, marque todas as afirmações que se aplicam a você:

1- TRANSTORNOS DO CONTROLE DE IMPULSOS

(a) Às vezes não sou capaz de controlar a minha raiva
(b) Frequentemente ajo por impulso, o que, às vezes, traz
grandes problemas
(c) Estou preocupado com as apostas, parece que tenho dificuldades em controlar meu comportamento quanto ao jogo

2- ABUSO DE SUBSTÂNCIAS

(a) Durante o ano passado, tive de ingerir mais bebidas alcoólicas ou usar mais drogas para satisfazer
minhas necessidades
(b) No ano passado tentei, mas não consegui, diminuir a quantidade de bebidas alcoólicas, de drogas ou de cigarros
(c) Durante o ano passado tive de ingerir quantidades cada vez maiores de bebidas alcoólicas ou drogas para me satisfazer ou lidar com meus problemas

3- DEPRESSÃO MAIOR

(a) Nas últimas duas semanas venho tendo dificuldade em sentir qualquer prazer nas atividades diárias de que costumava gostar
(b) Há cerca de 15 dias venho pensando com frequência que quero morrer
(c) Pelo menos durante as duas últimas semanas, venho me sentindo deprimido quase todos os dias

4- FOBIAS ESPECÍFICAS

(a) Tenho medo excessivo ou irracional de algum objeto ou situação
(b) Estou com muito medo de algo, e meu medo interfere em minha capacidade de desenvolver o meu trabalho ou em conduzir a minha vida de maneira normal
(c) Tenho muito medo de um objeto ou uma situação, e quando me exponho a esse estímulo entro em pânico

5- FOBIAS SOCIAIS

(a) Sinto medo de ficar perto de outras pessoas em determinadas situações e percebo que meus medos podem ser irracionais ou excessivos
(b) Em determinadas situações sociais, sinto extrema ansiedade
(c) Sinto grande temor em uma ou mais situações em que eu precise interagir com outras pessoas

6- TRANSTORNOS DA ALIMENTAÇÃO

(a) Costumo comer muito e, em seguida, vomitar ou usar laxantes, ou outros meios radicais, para evitar ganho de peso
(b) Estou preocupado com meu peso ou com a forma do meu corpo e, consequentemente, como ou me exercito de uma forma que algumas pessoas poderiam considerar incomum
(c) Não estou disposto ou não sou capaz de comer ou digerir o alimento em quantidade suficiente para manter o peso saudável

7- TRANSTORNO DE ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO

(a) Tenho lembranças perturbadoras relacionadas a um acontecimento traumático que experimentei no passado
(b) Costumo ter sonhos perturbadores sobre uma experiência terrível ocorrida no passado
(c) Às vezes me vejo revivendo o horror de um fato traumático que experimentei no passado

8- TRANSTORNO DE ANSIEDADE GENERALIZADA

(a) Pelo menos durante os últimos seis meses, venho sentindo preocupação e nervosismo excessivos, difíceis de controlar
(b) No mínimo nos últimos seis meses, tenho ficado extremamente ansioso e preocupado com uma série de acontecimentos e atividades diferentes
(c) Pelo menos durante os últimos seis meses, venho me sentindo excepcionalmente agitado, cansado, irritado, tenso ou distraído

9- TRANSTORNO BIPOLAR

(a) Durante o ano passado tive variações súbitas de humor, sem qualquer razão aparente
(b) Meu humor muda rapidamente, de depressivo a esfuziante, sem qualquer motivo aparente
(c) Durante o ano passado o meu humor mudou mais de uma vez de deprimido para esfuziante

10- TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO

(a) Repito excessivamente certos comportamentos ou pensamentos, sem conseguir parar
(b) Pensamentos frequentes me causam grande ansiedade
(c) Acredito que esses pensamentos possam ser irracionais ou exagerados. Faço ou penso repetidamente

PONTUAÇÃO

Se você deixou todos os itens em branco, parabéns! É provável que a sua saúde mental esteja muito bem. Caso contrário, lembre-se de que esta não é a versão completa do teste e, ainda que fosse, sua aplicação não tem peso diagnóstico. Mas os resultados podem ajudá-lo a pensar como tem se sentido e lidado com os problemas. Se marcou um item em uma ou mais categorias, é possível que esteja passando por situação de angústia que poderia ser mais bem compreendida (ou contornada) com a ajuda de um profissional. Se assinalou dois ou três itens em uma ou mais categorias, talvez seja mesmo uma boa hora para consultar um psicólogo e evitar sofrer sem necessidade, já que a maioria dos problemas de saúde mental podem ser tratados. Mais importante que o resultado do teste, entretanto, é voltar-se para si e perguntar-se se não seria o momento de cuidar de si mesmo. Afinal, quando temos uma dor de dente, por exemplo, não hesitamos em buscar um dentista. Se a dor é na alma, o psicoterapeuta é o profissional mais indicado para cuidar desse desconforto.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

É hora de procurar ajuda? 3/4

Terceira postagem de 4 matérias que entrarão nos dias 27, 29 de Junho e 01, 04 de Julho.


por Robert Epstein

Doutor em psicologia pela Universidade Harvard


Fonte: Revista Mente&Cérebro - edição 216 - Janeiro 2011 - págs 48 a 53



Em busca de um diagnóstico


Muitas pessoas chegam aos consultórios de psicologia e psicanálise ansiosas para encontrar um nome que abarque aquilo que sentem, uma palavra que encerre a dor, a angústia e, às vezes, a culpa ou as dúvidas que as afligem. Isso, porém, nem sempre é fácil, e de pouco adianta se o paciente não puder compreender o que se passa com ele e se responsabilizar pelo próprio tratamento, atribuindo sentidos a sua patologia. A atração que os testes exercem sobre muitos leigos (haja vista quantos questionários são respondidos nas revistas e na internet) pode ser explicada pelo desejo de quantificar e medir características pessoais e comportamentos. E em alguns casos eles têm sua função. Mas ainda que tenham validação científica e possam ser usados para ajudar a entender o quadro clínico, os testes não são definitivos, seja para medir inteligência, seja para determinar a presença de um transtorno mental. Sem dúvida, em algumas abordagens (e em determinados casos) eles são úteis na tarefa de oferecer informações que favoreçam a compreensão da situação clínica de forma mais ampla. Mas não sempre – e raramente de maneira perene. Há ocasiões em que as palavras impressas em um prontuário ou ditas por um profissional acerca de determinado quadro psíquico podem soar como uma espécie de sentença, promovendo a desastrosa rotulação do paciente. No Brasil, muitos psicólogos evitam recorrer a essa ferramenta, pelo menos no primeiro momento. Em vez de apostar em um diagnóstico único, pleno e “definitivo”, acreditam que, em muitos casos, mais importante que reduzir a situação a um único termo é ouvir o paciente, entender sua lógica e seus sintomas. Afinal, é na possibilidade de elaboração, ampliação do espaço psíquico e transformação que se embasa o ofício do psicoterapeuta (Da redação).