sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Uso precoce de maconha está associado com piora no funcionamento cerebral

Os usuários regulares de maconha, que iniciam o uso da droga antes dos 15 anos apresentam pior desempenho em testes que avaliam funções cerebrais, quando comparados com aqueles que começam mais tarde, de acordo com nova pesquisa publicada na edição de junho da British Journal of Psychiatry.

Pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo dizem que o estudo sugere que o consumo precoce de maconha pode ter efeitos prejudiciais no funcionamento cognitivo das pessoas.

Os pesquisadores avaliaram 104 usuários crônicos de maconha que foram submetidos a uma série de testes neuropsicológicos. Estes testaram as funções executiva, atenção, capacidade de formar conceitos abstratos, habilidades visuais, motoras e flexibilidade mental.

Dos 104 usuários crônicos de maconha, 49 começaram a usar a droga antes dos 15 anos de idade (usuários precoce). Os restantes 55 começaram a usar após os 15 anos de idade (usuários de início tardio). Em média, o grupo de início precoce tinha usado maconha por 10,9 anos - o que equivale a um consumo durante a vida estimado de 6.790 baseados cada um. O grupo de início tardio tinham usado maconha durante uma média de 8,7 anos - o que equivale a 5.160 baseados cada um. Outras 44 pessoas serviram como grupo de controle, pois não fizeram uso de maconha e também fizeram os testes cognitivos.

Não houve diferenças de QI ou escolaridade entre os três grupos. No entanto, o grupo de início precoce teve desempenho significativamente pior do que o grupo de início tardio e do que o grupo controle em tarefas de atenção sustentada, de controle dos impulsos e relacionadas ao funcionamento executivo. Por exemplo, em um teste de classificação de cartas, o grupo de início precoce cometeu mais erros que o grupo controle (10 vs 6,44) e completou menos categorias (2,77 vs 3,5). Não houve diferença significativa no desempenho entre o início tardio e grupos de controle.

A pesquisadora Maria Alice Fontes disse: "Nós detectamos que o início precoce de maconha está relacionado com maiores déficits no funcionamento cognitivo. Sabemos que a adolescência é um período em que o cérebro parece ser particularmente vulnerável aos efeitos neurotóxicos da maconha. Estudos de imagem cerebral mostraram que o cérebro antes dos 15 anos ainda está se desenvolvendo e amadurecendo, assim a exposição à maconha durante este período pode ser mais prejudicial e levar a menor flexibilidade mental no futuro. É possível que as pessoas que começam a usar maconha numa idade mais avançada podem ser capazes de compensar os seus déficits cognitivos, do que as pessoas que começaram a consumir maconha numa fase anterior do desenvolvimento do cérebro. "

Referência

Fontes MA, Bolla KI, Cunha PJ, Almeida PP, Jungerman F, Laranjeira RR, Bressan RA and Lacerda ALT. Cannabis use before age 15 and subsequent executive functioning. British Journal of Psychiatry 2011; 198:442-447

Para maiores detalhes, por favor entre em contato com Dra. Maria Alice Fontes, Laboratório de Neurociências Clínicas da Universidade Federal São Paulo e UNIAD. Tel: (11) 2364-2024; (11) 9992-2024. Email: m.alice@plenamente.com.br

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Açúcar, farinha de trigo e cocaína


Denis Russo Burgierman *

Se um dia alguém resolver erigir um monumento em praça pública às boas intenções frustradas do pensamento científico, podia ser uma estátua monumental de um prato cheio de pó branco. Assim homenagearíamos de uma só vez três enganos cientificistas: a farinha de trigo refinada, o açúcar branco e a cocaína.

Três pós acéticos e quase idênticos, três frutos do pensamento que dominou o último século e meio: o reducionismo científico. Três matadores de gente.

Não é por acaso que os três são tão parecidos. Todos eles são o resultado de um processo de “refino” de uma planta – trigo, cana e coca. Refino! Soa quase como ironia usar essa palavra chique para definir um processo que, em termos mais precisos, deveria chamar-se “linchamento vegetal” ou algo assim. Basicamente se submete a planta a todos os tipos de maus-tratos imagináveis: esmagamento entre dois cilindros de aço, fogo, cortes de navalha, ataques com ácido. Até que tenha-se destruído ou separado toda a planta menos a sua “essência”. No caso do trigo e da cana, o carboidrato puro, pura energia. No caso da coca, algo bem diferente, mas que parece igual. Não a energia que move as coisas do carboidrato, mas a sensação de energia ilimitada, injetada diretamente nas células do cérebro.

Começou-se a refinar trigo, cana e coca mais ou menos na mesma época, na segunda metade do século 19, com mais intensidade por volta de 1870. No livro (que recomendo muitíssimo) “Em Defesa da Comida”, o jornalista Michael Pollan conta como a tal “cultura ocidental” adorou a novidade. Os cientistas ficaram em êxtase, porque acreditavam que o modo de compreender o universo é dividi-lo em pequenos pedacinhos e estudar um pedacinho de cada vez (esse é o tal reducionismo científico). Nada melhor para eles, então, do que estudar apenas o que importa nas plantas, e não aquele lixo inútil – fibras, minerais, vitaminas e outras sujeiras.

Os capitalistas industriais também curtiram de montão. Um pó refinado é super lucrativo, muito fácil de produzir em quantidades imensas, praticamente não estraga, pode ser transportado a longuíssimas distâncias. A indústria de junk food floresceu e sua grana financiou as pesquisas dos cientistas, que, animadíssimos, queriam mais.

Sabe por que esses pós refinados não estragam? Porque praticamente não têm nutrientes. As bactérias e insetos não se interessam pelo que não tem nutriente.

Os três tem efeito parecido na gente. Eles nos jogam no céu com uma descarga de energia e, minutos depois, nos deixam despencar. Aí a gente quer mais. Como eles foram separados das partes mais duras das plantas – as fibras – nosso corpo os absorve como um ralo, de uma vez só. Seu efeito eletrificante manda sinais para o organismo inteiro, o metabolismo se acelera. Aí o efeito vai embora de repente. E o corpo é pego no contrapé. Saiba mais lendo sobre Dopamina e Vícios!

Cocaína, farinha e açúcar eram O Bem no final do século 19. Eram conquistas da engenhosidade humana. Eram a prova viva de que a ciência ainda iria conquistar tudo, de que o homem é maior do que a natureza, de que o progresso é inevitável e lindo. Cocaína era “o elixir da vida”. Nas palavras publicadas numa revista do século 19, “um substituto para a comida, para que as pessoas possam eventualmente passar um mês sem comer.” Farinha e açúcar davam margem a fantasias de ficção científica, como a pílula que dispensaria o humano do ato animal e inferior de comer.

O equívoco da cocaína ficou demonstrado mais cedo, já nas primeiras décadas do século 20. De medicamento patenteado pela Bayer, virou “droga”, proibida, enquanto exterminava uma população de viciados. A proibição amplificou seus males, transformando-a de algo que afeta alguns em algo que machuca o planeta inteiro, movendo a indústria do tráfico, que abastece quase todo o crime organizado e o terrorismo do globo.

Levaria muito tempo até que os outros dois comparsas fossem desmascarados. Até os anos 1990, farinha e açúcar ainda eram “O Bem”, enquanto “O Mal” era a gordura, o colesterol. Os médicos recomendavam que se substituisse gorduras por carboidratos e o mundo ocidental se entupiu de farinha e açúcar. Começou ali uma epidemia de diabetes tipo 2, causada pelas pancadas repentinas que farinhas e açúcar dão no nosso organismo. Começou também uma epidemia de obesidade. Sem falar que revelou-se que açúcar e farinha estão envolvidos no complô para expulsar frutas, folhas e legumes dos nossos pratos, o que está exterminando gente com câncer e doenças cardíacas. Como câncer e coração são as maiores causas de morte do mundo urbanizado, chega-se à constatação dolorosa:

Farinha e açúcar são na verdade muito mais letais do que cocaína.

É que cocaína viciou poucos, mas açúcar e farinha viciaram quase todo mundo.

Agora os três pós brancos são “O Mal”. A humanidade está mobilizada para exterminá-los. Há até uma nova dieta vendendo toneladas de livros pela qual corta-se todos os carboidratos da dieta e come-se apenas gordura.

Em 1870, caímos na ilusão de que era possível “refinar” plantas até extrair delas o bem absoluto, apenas para nos convencermos décadas depois de que tínhamos criado o mal absoluto. Mas será que o problema não é essa mania humana de separar as coisas entre “O Bem” e “O Mal” em vez de entender que o mundo é mais complexo que isso e que há bem e mal em cada coisa?

Trigo, cana e coca, se mastigados inteiros – integrais – são nutritivos e inofensivos e protegem contra doenças crônicas. Precisamos parar de tentar “refinar” a natureza e entender que ela é melhor integral.

Denis Russo Burgierman é jornalista da Revista Superinteressante e Vida Simples - Editora Abril

Fonte: Doce Limão

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Gagueira infantil

Problemas de articulação da fala costumam aparecer entre 2 e 4 anos de idade e são mais frequentes em meninos; o tratamento deve ser iniciado ainda na idade pré-escolar

por Alicia Fernández Zúñiga, é psicóloga do Instituto de Linguagem e Desenvolvimento da Universidade Autônoma de Madri.

A mãe de Pablo mostra-se angustiada durante a consulta. Já faz um mês que seu filho de 3 anos repete sílabas e bloqueia sons ao falar. Ao ver seu esforço para se expressar, ela tenta ajudá-lo orientando-o a não ficar nervoso e a falar bem devagar – o que não tem efeito. Há dias em que Pablo gagueja e outros em que fala sem nenhuma dificuldade. Na última semana, no entanto, o problema se agravou em algumas ocasiões, o menino chega a fazer gestos de esforço para parar de tropeçar nas palavras. A mãe receia que a gagueira se torne permanente.

Problemas de articulação da fala costumam aparecer entre os 2 e 4 anos. Nesse período, os pequenos começam a formar frases maiores e mais elaboradas e ocorre a aquisição de habilidades complexas e necessárias para organizar a linguagem e utilizá-la em situações sociais. É normal esquecer-se de algumas palavras, não apresentar total fluência na fala e demonstrar insegurança ao se expressar.

Como descrito pela mãe de Pablo, uma das características da gagueira é a oscilação: ela não se apresenta em todas as ocasiões e sua intensidade varia. Na maioria dos casos, os bloqueios desaparecem, por exemplo, quando a criança canta, pois estão relacionados ao momento da comunicação – como alguma situação na qual o pequeno se sinta intimidado, seja por uma atitude pouco receptiva do interlocutor ou pela emoção que sente em relação ao tema. Fatores como a pressão dos pais ou professores para “falar corretamente”, corrigindo ou mesmo recompensando quando a criança se expressa com fluência, podem piorar o problema.

Diagnóstico e tratamento

A gagueira tende a desaparecer espontaneamente ainda durante a infância. Entretanto, em uma minoria dos casos, ela pode se estabelecer e perdurar pela adolescência e idade adulta. É comum que a falta de fluência na fala acentue a timidez ou faça com que a pessoa deixe de se expressar para evitar a vergonha de tropeçar nas sílabas e passe a manifestar movimentos corporais involuntários relacionados à tensão e ao esforço para falar.

Até há pouco tempo, a abordagem de especialistas para casos como o de Pablo era aconselhar os pais a esperar. O tratamento costumava ser indicado apenas se o problema persistia após a idade pré-escolar. No entanto, segundo estudo conduzido por mais de 20 anos, a intervenção deve vir, de preferência, antes dos 4 anos, para evitar que a gagueira se estabeleça e ocasione transtornos secundários como ansiedade ou sentimentos negativos em relação à comunicação e à convivência social, prejudicando a autoestima.

A pesquisa não identificou uma causa específica da gagueira, porém foram identificados fatores que podem desencadeá-la, como histórico familiar – cerca de 60% das pessoas com o problema têm parentes gagos. Além disso, é três vezes mais frequente em meninos. Observou-se alto índice de recuperação em casos em que o tratamento foi iniciado antes que as repetições e os tropeços na fala completassem um ano. Ao perceber os sinais descritos, é aconselhável que os pais procurem um fonoaudiólogo ou psicólogo. Estes profissionais avaliarão o grau de dificuldade da criança em expressar-se e se há fatores ambientais, sociais e psicológicos associados ao problema.

A mãe de Pablo foi orientada a ajudar o filho com atitudes simples, como falar de forma clara com a criança e dar tempo para que ele organize suas palavras. Foi instruída também a evitar fazer recomendações e a conversar um pouco mais devagar, articulando bem as palavras, para oferecer um modelo lento de fala, com pausas, que possa ser imitado. Essas pequenas mudanças são, em geral, muito eficazes para deixar os pequenos mais tranquilos e conseguir que eles se expressem com mais fluência.

Fonte: Revista Mente & Cérebro

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

A publicidade de bebidas alcoólicas

Folha de São Paulo
JOÃO LOPES GUIMARÃES JÚNIOR e ILANA PINSKY

Parece legítimo questionar se cervejarias devem ter direito irrestrito de bombardear crianças e adolescentes com um forte assédio publicitário

Entre as cinco intervenções propostas em artigo recente da publicação "The Lancet" para lidar com a crise mundial de doenças não transmissíveis está a redução do consumo abusivo de bebidas alcoólicas. No Brasil, dados divulgados pelo Ministério da Saúde em abril mostram o aumento do percentual dos que bebem em excesso.


Diversos especialistas em saúde pública alegam ser impossível conceber uma política pública para reverter essa alarmante situação sem combater o estímulo exercido pela publicidade, especialmente a de cerveja, que associa seu consumo a imagens e situações atraentes, divertidas, bonitas ou eróticas.

Veiculada com impressionante frequência, especialmente na TV, a publicidade é capaz de interferir na liberdade de decisão de adolescentes e jovens adultos, por serem eles mais vulneráveis. No entanto, a proposta de proibir a publicidade de cerveja como medida útil para reduzir o alcoolismo vem provocando reação de s etores publicitários e de mídia, que alegam tratar-se de cerceamento de sua liberdade de expressão ou censura.


Será que esses setores corporativos têm razão? A interferência do Estado na economia não é novidade nem arbitrária; é bem-vinda como resultado da evolução do direito para conciliar o capitalismo com a promoção do bem-estar social.
Ora, como promover a saúde e o meio ambiente, por exemplo, sem controlar (quando possível) certas atividades que comprovadamente causam doenças ou poluem?

A imposição de algumas restrições às empresas se justifica, portanto, quando orientadas a proteger eficientemente e na justa medida interesses sociais valiosos.

A lógica é simples: o sacrifício de um direito passa a ser aceitável quando resultar na proteção de outro considerado mais relevante.
Parece-nos legítimo questionar se as cervejarias devem ter direito irrestrito a bombardear crianças e adolescentes com todo tipo de assédio publi citário -altamente sofisticado e persuasivo-, quando argumentos consistentes demonstram a gravidade dos problemas de saúde pública causados pelo álcool e a influência da publicidade sobre esses consumidores. Será que interesses empresariais devem, nesse caso, se sobrepor a interesses sanitários?

Ainda que se reconheça sua importância, a publicidade não pode gozar da mesma proteção legal que merecem as manifestações artísticas, literárias, políticas ou jornalísticas, pois os valores que justificam a defesa intransigente destas absolutamente não estão presentes na mensagem de fim comercial.
Cabe lembrar que, desde 1996, restringiu-se a propaganda de bebidas de alto teor alcoólico, sem que fosse abalado o prestígio de nossa democracia (quem não se lembra do famoso slogan que espalhava pelos meios de comunicação de massa o conceito de que beber cachaça era "uma boa ideia"?).

O que é inadmissível, em uma sociedade verdadeiramente democrática, é a prevalência de interesses econômicos quando está em jogo a saúde de jovens que são persuadidos diariamente a consumir bebidas alcoólicas.


JOÃO LOPES GUIMARÃES JÚNIOR é procurador de Justiça; foi promotor de Justiça do Consumidor.
ILANA PINSKY, psicóloga, é vice-presidente da Abead (Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas).

Fonte: UNIAD

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Feijões ou Problemas

Reza a lenda que um monge, próximo de se aposentar precisava encontrar um sucessor.

Entre seus discípulos, dois já haviam dado mostras de que eram os mais aptos, mas apenas um poderia sucedê-lo.

Para sanar as dúvidas, o mestre lançou um desafio para colocar a sabedoria dos dois à prova.

Ambos receberam alguns grãos de feijão que deveriam colocar dentro dos sapatos, para então empreenderem a subida de uma grande montanha.

Dia e hora marcados, começa a prova.

Nos primeiros quilômetros, um dos discípulos começou a mancar.

No meio da subida, parou e tirou os sapatos.

As bolhas em seus pés já sangravam, causando imensa dor.

Ficou para trás, observando seu oponente sumir de vista.

Prova encerrada, todos voltam ao pé da montanha para ouvirem do monge o óbvio anúncio.

Após o festejo, o derrotado aproxima-se e pergunta ao seu oponente como é que ele havia conseguido subir e descer com os feijões nos sapatos:

- Antes de colocá-los no sapato, eu os cozinhei - foi a resposta.

Carregando feijões ou problemas, há sempre um jeito mais fácil de levar a vida.

Problemas são inevitáveis. Já a duração do sofrimento é você quem determina...


APRENDA A COZINHAR SEUS FEIJÕES!!!!



segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Como Lidar Com Stress


Este artigo circula na Internet desde 2001, de autor desconhecido, e eu suspeito que é traduzido do Chinês. Mas vale a pena ler.

Em uma conferência, ao explicar para a plateia a forma de controlar o estresse, o palestrante levantou um copo com água e perguntou:

-"Qual o peso deste copo d'água? "

As respostas variaram de 250g a 700g.

O palestrante, então, disse:

- "O peso real não importa. Isso depende de por quanto tempo você segurar o copo levantado."


"Se o copo for mantido levantado durante um minuto, isso não é um problema.

Se eu o mantenho levantado por uma hora, vou acabar com dor no braço.

Mas se eu ficar segurando um dia inteiro, provavelmente eu vou ter cãibras dolorosas e vocês terão de chamar uma ambulância."

- "E isso acontece também com o estresse e a forma como controlamos o estresse.

Se você carrega a sua carga por longos períodos, ou o tempo todo, cedo ou tarde a carga vai começar a ficar incrivelmente pesada e, finalmente, você não será mais capaz de carregá-la."

"Para que o copo de água não fique pesado, você precisa colocá-lo sobre alguma coisa de vez em quando e descansar antes de pegá-lo novamente.

Com nossa carga acontece o mesmo.

Quando estamos refrescados e descansados nós podemos novamente transportar nossa carga."

Em seguida, ele distribuiu um folheto contendo algumas formas de administrar as cargas da vida, que eram:

1 * Aceite que há dias em que você é o pombo e outros em que você é a estátua.

2 * Mantenha sempre suas palavras leves e doces pois pode acontecer de você precisar engolir todas elas.

3 * Só leia coisas que faça você se sentir bem e ter a aparência boa de quem está bem.

4 * Dirija com cuidado. Não só os carros apresentam defeitos e têm recall do fabricante.


5 * Se não puder ser gentil, pelo menos tenha a decência de ser vago.

6 * Se você emprestar R$200,00 para alguém e nunca mais vir essa pessoa, provavelmente valeu a pena pagar esse preço para se livrar dela.

7 * Pode ser que o único propósito da sua vida seja servir de exemplo para os outros.

8 * Nunca compre um carro que você não possa manter.

9 * Quando você tenta pular obstáculos lembre que está com os dois pés no ar e sem nenhum apoio.

10 * Ninguém se importa se você consegue dançar bem. Para participar e se divertir no baile, levante e dance, pronto.

11 * Uma vez que a minhoca madrugadora é a que é devorada pelo pássaro, durma até mais tarde sempre que puder.

12 * Lembre que é o segundo rato que come o queijo - o primeiro fica preso na ratoeira. Saiba esperar.

13 * Lembre, também, que sempre tem queijo grátis nas ratoeiras.

14 * Quando tudo parece estar vindo na sua direção, provavelmente você está no lado errado da estrada.

15 * Aniversários são bons para você. Quanto mais você tem, mais tempo você vive.

16 * Alguns erros são divertidos demais para serem cometidos só uma vez.

17 * Podemos aprender muito com uma caixa de lápis de cor. Alguns têm pontas aguçadas, alguns têm formas bonitas e alguns são sem graça. Alguns têm nomes estranhos e todos são de cores diferentes, mas todos são lápis e precisam viver na mesma caixa.

18 * Não perca tempo odiando alguém, remoendo ofensas e pensando em vingança. Enquanto você faz isso a pessoa está vivendo bem feliz e você é quem se sente mal e tem o gosto amargo na boca.

19 * Quanto mais alta é a montanha mais difícil é a escalada. Poucos conseguem chegar ao topo, mas são eles que admiram a paisagem do alto e fazem as fotos que você admira dizendo "queria ter estado lá".

20 * Uma pessoa realmente feliz é aquela que segue devagar pela estrada da vida, desfrutando o cenário, parando nos pontos mais interessantes e descobrindo atalhos para lugares maravilhosos que poucos conhecem.

"Portanto, antes de voltarem para casa, depositem sua carga de trabalho/vida no chão.

Não carreguem para casa.

Vocês podem voltar a pegá-la amanhã.

Com tranquilidade."


sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Pô! Me pedir pra ler site de maconheiro já é um pouco demais! Ou: questão de lógica elementar

Por Reinaldo Azevedo

Pô, pessoal! Mandar pro Tio Rei link do que sites de maconheiros andam dizendo sobre o blog? Sacanagem, né? Vocês não acham mesmo que vou bater boca com a turma, né? Aliás, deve ser coisa dos próprios autores. É preciso estar meio fumado para achar que vou entrar nessa. Eu lá quero saber o que maconheiros fazem da vida!? Por mim, se quiserem fumar o cocô do cavalo do bandido, não tou nem aí; não é problema meu. Eu debato é política pública.

Liberada a maconha, não há nenhuma boa razão para manter na ilegalidade as demais drogas. “Ah, são mais fortes…” Entendi: vamos permitir a alteração de consciência, mas só um pouquinho… O que deixa essa turma furiosa — e, até que não tenham resposta para isto, deveriam parar de torrar a paciência — é que não há argumento possível para a descriminação do crack, por exemplo. O desastre é muito visível. Daí o esforço para tornar a maconha alguma coisa leve, sem conseqüência, como tomar um Chicabon. O problema de evocar as drogas pesadas é que elas denunciam a real natureza da maconha.

Como o povo é ruim de lógica — e não seria um maconheiro a gostar desse esporte (é claro que os há inteligentes, apesar da droga, não por causa dela) —, as bobagens vão se acumulando. Há pesquisas aos montes, basta procurar, demonstrando que a primeira droga dos usuários de substâncias pesadas foi a maconha. Há uma escala e uma escalada. Aí o sujeito simplesinho diz assim: “Ainda que a primeira droga dessa turma tenha sido a maconha, a verdade é que um monte de gente fica só na maconha”. Mas isso reforça o meu argumento, não o dele. Como? Eu explico.

Se a maconha é a porta de entrada para a espiral sem volta, quanto mais pessoas expostas à primeira droga, maior será o número de pessoas caminhando para o abismo. A legalização da maconha seria apenas um fator de expansão do mercado consumidor das drogas pesadas, em cuja legalização ninguém fala porque a defesa da liberação da maconha só pode ser feita depois do assassinato da lógica. Em suma: AFIRMAR QUE A LEGALIZAÇÃO DA MACONHA DIMINUI O PODER DO NARCOTRÁFICO E UMA FALÁCIA. SÓ AUMENTARIA A CLIENTELA DO TRAFICANTE DAS DROGAS QUE CONTINUASSEM PROIBIDAS. Ou, então, libere-se tudo! E que Deus tenha de nós a piedade que os homens não tiveram.

PS - “Se a pessoa quer o abismo, problema dela”, dirá um “liberal inocente”, achando ser um “liberal liberal”, em oposição a este “liberal conservador”. Infelizmente, não é assim. O exército de zumbis dos crack que vagam hoje pelas nossas cidades evidencia que não se trata apenas de uma questão de escolha pessoal.

Fonte: UNIAD

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Uso excessivo de jogos eletrônicos pela geração digital preocupa pais_5/5

Matéria, dividida em 5 partes, que será publicada nos dias 05, 07, 09, 12 e 14 de Setembro

Por Karina Toledo

O Estado de São Paulo, pág. A24, 08.02.2011

Questionário

No último ano você:

- Ficou mais preocupado em jogar videogame, ler sobre os jogos ou planejar a próxima oportunidade de jogo?

- Gastou mais tempo e dinheiro com jogos para atingir o mesmo grau de satisfação de antes?

- Tentou impor limite no tempo de jogo? Em caso afirmativo, obteve sucesso?

- Ficou irritado ou ansioso quando tentou reduzir o tempo?

- Usou os jogos como forma de escapar de problemas?

- Já mentiu para familiares ou amigos sobre o tempo de jogo?

- Já cometeu algum ato ilegal ou antissocial para conseguir acesso a jogos?

- Negligenciou afazeres domésticos ou escolares para ficar mais tempo jogando?

- (Para estudantes) Já teve mau rendimento em prova ou dever de casa por ter passado muito tempo jogando?

- (Para não estudantes) Suas atividades no trabalho já foram prejudicadas por você ter passado muito tempo jogando?

- Precisou de ajuda financeira de familiares ou amigos por ter gastado muito com acessórios, jogos ou taxa de internet?

Avaliação:

Conte 1 ponto para cada “Sim”, 0 ponto para cada “Não” e 0,5 para cada “Às vezes” (com exceção do item 3, que rende 1 ponto apenas se tentou limitar e não obteve sucesso. Acima de 5 pontos pode-se considerar jogo patológico. (Gentile 2009).

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Uso excessivo de jogos eletrônicos pela geração digital preocupa pais_4/5

Matéria, dividida em 5 partes, que será publicada nos dias 05, 07, 09, 12 e 14 de Setembro

Por Karina Toledo

O Estado de São Paulo, pág. A24, 08.02.2011


Entrevista

Douglas Gentile, Diretor do Laboratório de Pesquisa de Mídia da Universidade de Iowa, nos Estados Unidos.

Graduado em psicologia pela Universidade de Nova York, mestre e doutor em psicologia infantil pela Universidade de Minnesota. Atualmente é professor do Departamento de Psicologia da Universidade de Iowa.

O psicólogo Douglas Gentile coordenou um estudo com mais de 3 mil crianças de Cingapura em idade escolar. A pesquisa, publicada na última edição da revista Pediatrics, constatou que um em cada dez menores era viciado em jogos e a maioria não conseguia se livrar do problema. O artigo também aponta que, embora as crianças já tivessem propensão a desvios de comportamento, o uso excessivo de videogames aparentemente agravou esses transtornos.

- Como o sr. Define o vício em jogos eletrônicos?

Na minha opinião, é um transtorno do controle dos impulsos. Ou seja, o jogador sabe que deveria fazer sua tarefa, mas não consegue frear o impulso de continuar jogando. Isso significa que não é algo nos jogos que é “viciante”, mas que a pessoa permitiu que o hábito tomasse proporção exagerada.

- Para a maioria dos pais, é difícil distinguir a brincadeira prolongada da condição patológica. Como ajudá-los?

Medir o tempo gasto em uma atividade não é maneira adequada de diagnosticar um vício. Por exemplo, muitas pessoas bebem muito álcool, mas não são alcoólatras. Para ser um vício, um adicto deve fazer algo de forma a prejudicar sua vida. E também prejudicar múltiplas área de sua vida, não apenas uma ou duas.

O sr. Acredita que o vício em jogos é um sintoma de uma condição pré-existente?

A princípio pensamos que era um sintoma de outros problemas, como depressão ou fobia social, mas descobrimos que é o oposto. Parece que a depressão, a ansiedade e as fobias sociais pioraram quando o vício piorou e melhoraram assim que o vício melhorou.

Há algum conselho que o sr. pode dar para os pais?

Estabeleça limites claros tanto no tempo de jogo (recomendo não mais de uma hora por dia) quanto no conteúdo (os jogos devem ser apropriados para a idade e não devem incluir ações violentas).

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Uso excessivo de jogos eletrônicos pela geração digital preocupa pais_3/5

Matéria, dividida em 5 partes, que será publicada nos dias 05, 07, 09, 12 e 14 de Setembro

Por Karina Toledo

O Estado de São Paulo, pág. A24, 08.02.2011

Sem temor

Para Quézia Bombonatto, da Associação Brasileira de Psicopedagogia, os pais não podem ter medo de colocar limites. O ponto de equilíbrio, diz, vai depender dos valores de cada família.

Como o cérebro de crianças e adolescentes ainda não está totalmente formado, eles têm mais dificuldade para controlar seus impulsos, explica a neuropsicóloga Adriana Foz. “Os pais precisam estar próximos para ampara-los, assim como cuidam de um bebê que está aprendendo a andar”. No caso de crianças menores, continua, cabe aos pais determinar quando, como e para que usar o computador. Com os adolescentes é preciso manter o diálogo. “O mundo digital oferece inúmeras oportunidades de desenvolvimento cognitivo, aprendizagem e diversão. Não temos como negar, nem omitir, mas aprender a fazer um uso saudável e agregador”.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Uso excessivo de jogos eletrônicos pela geração digital preocupa pais_2/5

Matéria, dividida em 5 partes, que será publicada nos dias 05, 07, 09, 12 e 14 de Setembro

Por Karina Toledo

O Estado de São Paulo, pág. A24, 08.02.2011


Número mágico

Segundo o psiquiatra Aderbal Vieira Júnior, do Ambulatório de Tratamento de Dependências Não Químicas da Unifesp, não existe um “número mágico” que caracterize a dependência. “Há pessoas que vão sofrer prejuízos com duas horas diárias de uso e outras que podem jogar oito horas e continuar bem. É preciso olhar o contexto”, diz. A relação disfuncional com o jogo, contínua, é sintoma de um problema anterior.

Rosa Farah, coordenadora do Núcleo de Pesquisa da Psicologia em Informática da PUC-SP, concorda. Ela realiza um trabalho de orientação por e-mail a dependentes de internet e jogos eletrônicos e conta que o primeiro passo para a recuperação é identificar a dificuldade que levou ao uso abusivo.

Geralmente são jovens introvertidos que não se sentem muito prestigiados na vida real, mas nos jogos conseguem ser os melhores”, conta. Também costumam estar subjacentes problemas de autoimagem e de comunicação com a família.

Proibir o uso do computador ou do videogame, diz Rosa, não é a solução. “O melhor que os pais podem fazer é ter uma atitude preventiva. Para isso é preciso conhecer as possibilidades do mundo virtual, aproximar-se do jovem, acompanhar o uso das tecnologias e ajuda-lo a discriminar o bom do ruim”.

A administradora Angélica tem procurado colocar essa ideia em prática com a filha Gabriela. “Para entrar em um site novo de jogo, ela precisa me avisar antes para eu avaliar o conteúdo. As conversas no MSN também devem ser gravadas e, de vez em quando, dou uma olhada”. Angélica conta que a interação com pessoas desconhecidas por meio dos jogos é o que mais a preocupa.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Uso excessivo de jogos eletrônicos pela geração digital preocupa pais_1/5

Matéria, dividida em 5 partes, que será publicada nos dias 05, 07, 09, 12 e 14 de Setembro

Por Karina Toledo

O Estado de São Paulo, pág. A24, 08.02.2011


Jogos eletrônicos já foram acusados de causar problemas como obesidade, déficit de atenção, timidez e agressividade excessiva. Outros estudos, porém, alardearam seus benefícios no desenvolvimento de noção espacial, habilidades visuais e motoras e no combate ao declínio mental que surge com a idade. A tecnologia, dizem especialistas, não é vilã nem mocinha. O segredo é o uso adequado. Mas, para pais de crianças e adolescentes da geração digital, isso nem sempre é algo fácil de definir.

Alex de Oliveira, de 13 anos, já se recusou a visitar o pai, em outra cidade, para não ficar longe do videogame. “O pai não deixa ele levar, pois acha que Alex joga demais durante a semana”, conta a mãe, Andréa de Oliveira, de 44 anos. Ela diz que tenta impor limites, mas tem dificuldade. “Nunca foi mau aluno. Então, fico sem argumento”.

As angústias da administradora Angélica Bastos, de 33 anos, são parecidas. Ela reclama que a filha Gabiela, de 11 anos, deixa de brincar de patins e nadar com as crianças do prédio para jogar. No fim de semana, não quer passear com a família e, para onde vai, leva um videogame portátil a tiracolo. “Acho um exagero, mas não sei medir se isso a prejudica”, diz.

A diferença entre o uso abusivo e o recreacional da internet e dos jogos eletrônicos ainda é um pântano mesmo para especialistas, diz o psicólogo Cristiano Nabuco de Abreu, coordenador do Ambulatório dos Transtornos do Impulso do Hospital de Clínicas de São Paulo. Essa geração digital, diz ele, foi educada sob a perspectiva de estar conectada e tem características muito diferentes das anteriores. “Possuem mais amigos virtuais que reais. Preferem conversas on-line. Até seus bichos de estimação são virtuais”, afirma.

Até aí, tudo bem. O problema surge quando o jovem começa a migrar da vida real para a virtual e passa a negligenciar atividades comuns. Como esse uso excessivo não deixa sinais físicos,a diferenciação acaba sendo feita pelo prejuízo causado nas diversas áreas da vida, explica o psiquiatra Daniel Spritzer, coordenador do Grupo de Estudos sobre Adições Tecnológicas (Geat), do Rio Grande do Sul. “A esfera escolar é geralmente a mais afetada, com uma marcada queda no rendimento”.

Foi o caso do estudante André Muniz, de 17 anos. “Tinha dificuldade de me concentrar durante as aulas, pois ficava pensando no jogo”, conta. Embora seu desempenho nas provas não fosse ruim, tinha a nota prejudicada por não entregar os trabalhos de casa. “Ele tem facilidade e foi bem no vestibular, mas poderia ter uma performance muito melhor no colégio se não fosse os games”, lamenta o pai, Onofre Muniz, de 69 anos.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Mauá proíbe venda de bebida em postos

Especialistas querem que medida, que vale a partir de sábado, seja aplicada no Estado
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Estadão.com.br

A partir de sábado, lojas de conveniência dos postos de combustíveis de Mauá, na região do ABC paulista, não poderão mais vender bebidas alcoólicas. É a primeira vez que esse tipo de proibição passa a valer em uma cidade da Grande São Paulo. Enquanto especialistas em medicina de tráfego esperam que a medida seja estendida para todo o Estado, empresários do setor já tentam barrar a lei na Justiça.

Leonardo Soares/AE
Críticas à legislação. Para o sindicato do comércio varejista, a determinação é totalmente inconstitucional e, por isso, pretente entrar com uma ação na Justiça até segunda-feira

Pelo menos dez propostas semelhantes tramitaram pela Câmara Municipal de São Paulo desde 1998 - e todas foram arquivadas. Autor de um desses projetos, o deputado estadual Jooji Hato (PMDB) quer levar a discussão para a Assembleia Legislativa. "Infelizmente não conseguimos aprovar isso em São Paulo. Quero trazer para cá e buscar apoio. Não tenho certeza de que poderei aprovar o projeto, porque a atividade econômica é gerida pelo município", afirma.

Em 2001, um projeto de lei que proibia a venda de bebidas alcoólicas nos postos de gasolina, de autoria do próprio Hato, foi aprovado em duas votações na Câmara, mas acabou vetado pela então prefeita Marta Suplicy (PT).

Na época, a Prefeitura alegou que a legislação municipal sobre postos de combustíveis não permitia a venda de bebidas, o que inviabilizaria uma nova lei sobre o assunto. Os vereadores não derrubaram o veto.

Secretário de Segurança Pública de Mauá, Carlos Wilson Tomaz afirma que a prefeitura propôs a lei para diminuir o número de acidentes de trânsito e evitar que menores de idade consumam álcool.

"Os postos de combustíveis, principalmente aqueles que funcionam 24 horas por dia, tornaram-se pontos de encontro de jovens", diz Tomaz. "Verificamos até menores de idade consumindo bebida alcoólica de forma exagerada. Além de equipamentos de som de carros ligados em volume muito alto, incomodando os vizinhos. E são situações que não acontecem só em Mauá."

A dona de casa Irene Emiliano de Souza, de 42 anos, mora na Rua Edson Andrade Silva, na Vila Nova Cachoeirinha, zona norte da capital, mas sabe bem do que Tomaz está falando. Vizinha de um posto de combustíveis da Avenida Inajar de Souza, ela reclama do barulho que os frequentadores da loja de conveniência fazem, principalmente nas noites dos fins de semana.

"Isso aqui fica insuportável. O pessoal para o carro dentro do posto, liga o som alto e fica bebendo. Parece que eles não têm o que fazer", diz a dona de casa.

Cliente da loja de conveniência do posto, o operador de telemarketing Celso Rodrigues, de 21 anos, não vê problemas. "É uma loja como outra qualquer. Acho até mais prático, porque funciona a noite toda e é segura, iluminada."

Na Justiça. Os donos de postos de combustíveis de Mauá adiantaram que pretendem contestar na Justiça a lei que proíbe a venda de bebidas alcoólicas em lojas de conveniência. "No nosso entendimento, essa lei é totalmente inconstitucional", argumenta Toninho Gonzalez, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do ABCDMR (Regran). "Vamos entrar com uma ação para derrubá-la no máximo até segunda-feira", promete.

Até lá, os postos devem cumprir a nova legislação, assegura Gonzalez. Os empresários alegam que estão sendo tratados de forma diferente. "Os mercados e bares podem vender cerveja e cigarro, mas nós não? Queremos saber por que o tratamento é diferenciado", diz o sindicalista.

A Prefeitura de Mauá afirma que os bares da cidade já são obrigados por lei a fechar as portas às 23 horas.

"Não acredito que um posto de gasolina vá fechar ou demitir funcionários, porque não vende mais bebida alcoólica. A loja continua funcionando, só não vende um tipo de produto", diz o secretário Carlos Wilson Tomaz.

Multa
O descumprimento da lei municipal de Mauá implica multa de R$ 2.673,40. Em caso de reincidência, o alvará de funcionamento da loja de conveniência será cassado, segundo a prefeitura.

Tiago Dantas / JORNAL DA TARDE - O Estado de S.Paulo

Fonte:
UNIAD