quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Educando Crianças com Inteligência Emocional_11/11

PROTEGENDO SEU FILHO CONTRA OS EFEITOS

NEGATIVOS DOS CONFLITOS CONJUGAIS


Se a criança nunca vê um adulto com quem ela convive se irritar, discutir e resolver suas diferenças com outro adulto, está perdendo lições importantís-simas que podem desenvolver a inteligência emocional.

A chave de tudo é os pais administrarem seu conflito conjugal para torná-lo um exemplo mais positivo do que prejudicial para a criança.

Evite os quatro cavaleiros do apocalipse

Quando o ambiente da criança está contaminado pela atitude crítica, desdenhosa, defensiva e obstrutiva dos pais, a criança fica mais exposta aos efeitos perversos do conflito conjugal.

Cavaleiro nº 1 – Crítica. São os comentários negativos sobre a personalidade do parceiro, em geral num tom que atribui culpa.

Cavaleiro nº 2 – Desdém. É semelhante à crítica, porém vai mais longe. Um cônjuge que desdenha do outro na verdade, tem a intenção de insultá-lo ou feri-lo psicologicamente.

Cavaleiro nº 3 – Atitude defensiva. Quando o marido ou a mulher se sente alvo de desdém, é natural que assuma uma atitude defensiva. Porém, esta é uma atitude muito prejudicial ao casamento, porque os cônjuges não escutam um ao outro, quando acham que estão sendo atacados.

Cavaleiro nº 4 – Obstrucionismo. Se os parceiros não conseguem chegar a uma trégua – e se continuam deixando a crítica, o desdém e a atitude defensiva comandar a relação – estão fadados a conhecer o obstrucionismo. Isso acontece quando um cônjuge se fecha porque a conversa ficou demasiado intensa. Em essência, ele vira uma “parede”, sem dar qualquer indicação de estar ouvindo ou compreendendo o que diz o outro.

Administre seu conflito conjugal

Não use o seu filho como arma em seus conflitos conjugais. Talvez por se sentirem como é precioso o relacionamento que têm com os filhos, o marido e a mulher com raiva um do outro, às vezes sentem-se tentados a “usar” esse relacionamento para se ferir mutuamente. O pai pode tentar limitar o acesso da mãe aos filhos, ou vice-versa. Essa técnica é particularmente comum entre mães que se sentem traídas e impotentes, que acham que o acesso aos filhos é o único poder de barganha que lhes restou da relação conjugal. O problema aumenta quando o pai que não tem a custódia deixa de sustentar os filhos, o que faz que a mãe sinta-se mais ainda no direito de impedir que ele veja os filhos.

A maioria das crianças precisa de apoio tanto do pai quanto da mãe, sobretudo quando obrigadas a viver no fogo cruzado entre ambos. Quando os pais tentam usar a criança para se agredir mutuamente, é a criança quem sai perdendo.

Crie redes de apoio emocional para seus filhos. Quando o casamento dos pais está numa fase muito conturbada, não é incomum os filhos mais velhos – sobretudo adolescentes – desligarem-se da família e irem procurar apoio emocional fora de casa. Podem começar a passar mais tempo com os colegas ou com um hobby. Podem adotar a família de um amigo ou parente que não tenha tantos problemas. É triste ver a criança afastar-se de sua família, mas esse afastamento, às vezes, é um mecanismo positivo para ajudá-la a enfrentar a situação, desde que as pessoas e as atividades que ela escolher sejam influências positivas em sua vida.

Use o treinamento da emoção na discussão dos problemas conjugais. Se há uma hora para falar com os filhos sobre o que eles sentem, é quando irrompe uma crise conjugal. Pode ser difícil para um pai ou uma mãe já tristes ou irritados por causa de problemas conjugais encontrarem energia emocional para conversar com os filhos a respeito, mas é bem provável que os filhos também estejam mal e precisem de uma orientação sobre como lidar com essas emoções.

Reserve algum tempo quando estiver relativamente calmo para conversar com seu filho sobre como ele está reagindo à tensão doméstica. Você pode começar dizendo algo como: “Vi que você ficou quietinho e foi para o quarto quando seu pai e eu estávamos discutindo. Fiquei pensando se essa nossa discussão deixou você nervoso”. Estimule seu filho a falar na tristeza, no medo ou na raiva que ele esteja sentindo. Ouça-o com empatia e ajude-o a rotular as emoções.


O PAPEL CRUCIAL DO PAI


Os psicólogos há muito sustentam que o envolvimento do pai na educação dos filhos é importante. Surgem cada vez mais evidências indicando que os pais envolvidos – e sobretudo aqueles com disponibilidade emocional para os filhos – dão uma contribuição toda especial para o bem-estar dos filhos. Os pais podem influenciar os filhos de algumas maneiras que as mães não conseguem, especialmente no que diz respeito ao relacionamento da criança com os colegas e seu desempenho na escola. Pesquisas indicam, por exemplo, que meninos com pais ausentes têm mais dificuldade de encontrar o equilíbrio entre a afirmação da masculinidade e o autocontrole.

A presença positiva de um pai também pode ser fator significativo nos desempenhos acadêmico e profissional da menina, embora aqui a evidência do pai seja mais ambígua. Porém, fica óbvio que as meninas cujos pais são presentes e interessados, são menos propensas a estabelecer relacionamentos saudáveis com os homens quando se tornam adultas.

A vida da criança é altamente enriquecida quando há um pai emocionalmente presente, legitimador e capaz de confortá-la quando ela está triste. Do mesmo modo, a criança pode ser profundamente prejudicada quando o pai é abusivo, excessivamente crítico ou emocionalmente frio.

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