Milhares de rostos desconhecidos, congestionamentos diários, criminalidade. Viver nas grandes cidades implica uma série de desafios neurais. O psiquiatra Andreas Meyer-Linderberg, da Universidade de Heidelberg, na Alemanha, reuniu estudantes da zona rural, de pequenos centros urbanos e de metrópoles, e pediu que resolvessem uma prova simples de matemática, com um detalhe: enquanto faziam a tarefa eram pressionados por um pesquisador da equipe do psiquiatra, que enfatizava a importância do teste e criticava o desempenho de todos os voluntários.
Os resultados obtidos por meio de imagens do cérebro dos participantes mostram que, nos habitantes das capitais, houve maior atividade na amígdala e n córtex cingulado anterior, regiões envolvidas no controle das emoções e na resposta a estímulos estressores. Em artigo publicada na revista Nature, Meyer-Linderberg sugere que os moradores de centro s urbanos desenvolvem uma espécie de “hipersensibilidade” em áreas associadas ao estresse. O pesquisador pretende estudar se há alguma relação entre essa reação acentuada e o surgimento de transtornos psíquicos – cuja incidência é proporcionalmente maior em metrópoles – e de doenças mentais em pessoas com predisposição genética.
Fonte: Revista Mente & Cérebro n° 228, janeiro/2012, pág. 76
Nenhum comentário:
Postar um comentário