quarta-feira, 11 de abril de 2012

O Perigo do Infarto Silencioso_2/2

por Adriana Dias Lopes

Revista Veja n° 2258, de 29/02/2012, págs. 84/85


A medicina ainda não decifrou por que as mulheres são mais propensas ao infarto silencioso. Uma da hipóteses mais aceitas é a que se refere o estrógeno, o hormônio fabricado pelos ovários, com efeito vasodilatador e, por isso, tido como uma substância protetora do coração. “

O estrógeno também estimula os nervos do organismo a fabricar proteínas associadas ao mecanismo da resistência à dor”, diz o médico Raul Dias dos Santos, diretor da Unidade de Lípides do Incor. Outra explicação para a dissimulação do infarto feminino pode estar relacionada às diferenças entre os sexos na distribuição dos nervos no organismo. “Nas mulheres, eles se ramificam mais para as costas e para a barriga. Já nos homens, eles se irradiam para o peito”, explica Dias.

As peculiaridades do coração feminino entraram no radar dos cardioligistasw a partir de 2004, quando a Associação Americana do Coração divulgau as primeiras cartilhas para o diagnóstico e a prevenção de problemas cardíacos entre as mulheres. A mais recente delas, de 2011, propões mudanças nos protocolos de tratamento, ressaltando que as mulheres são mais vulneráveis que os homens. O risco de uma mulher fumante sofrer um infarto é o dobro do de um homem com o mesmo vício. As diferenças anatômicas e funcionais entre o coração da mulher e o do homem explicam a maior fragilidade feminina. Há que levar em conta ainda os perigos aos quais só elas estão sujeitas, com o a menopausa. O coração da mulher, com já sabem os românticos, exige atenção especial.

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