por
Adriana Dias Lopes e Natália Cuminale – Revista Veja –
22.08.2012
Chaves
da vida, os hormônios têm uma complexidade de ação que fascina.
Por vezes, é preciso que dois ou mais se aliem para cumprir uma
mesma função. Para manter o equilíbrio hídrico do organismo, por
exemplo, são necessários pelos menos quatro hormônios fabricados
em locais diferentes. Um hormônio pode ainda servir para estimular a
produção de outro. É o caso da grelina. Produzida pelo estômago
com a função de abrir o apetite, na hipófise, ela tem a missão de
ajudar na síntese de GH, o hormônio ligado ao crescimento. Um
terceiro exemplo do intrincado funcionamento da tela hormonal é o
fato de que, a depender da quantidade produzida, da sensibilidade do
alvo atingido e do estímulo externo, um mesmo hormônio pode exercer
funções completamente diferentes.
É o que acontece com um dos
mais intrigantes compostos produzidos pelo organismo, a oxitocina.
Fabricada pelo hipotálamo e distribuída pela hipófise, ela auxilia
a produção do hormônio insulina no pâncreas e participa do
transporte do esperma nos testículos. É a oxitocina também a
responsável pelas contrações uterinas no momento do parto e
durante a relação sexual. Ela ainda está presente durante a
amamentação, facilitando a liberação do leite materno. Por se um
dos poucos hormônios produzidos diretamente no cérebro, a oxitocina
é uma das substâncias que mais influenciam o comportamento humano.
É ela que regula a intensidade dos vínculos afetivos, a
autoconfiança e a sensação de relaxamento. A testosterona é outro
hormônio curioso. Embora seja fabricada também pelo organismo
feminino, ela é o hormônio masculino por excelência. Em ambos os
sexos,a testosterona está envolvida na produção de ossos, massa
muscular e oleosidade da pele. Ao agir no cérebro, estimula a
libido.
O fato de o sexo masculino produzir cerca de trinata vezes
mais testosterona do que o feminino explica por que os homens são em
geral mais fortes e mais peludos, têm a voz mais grossa e estão
sempre pensando naquilo.
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