sexta-feira, 30 de março de 2012

Dobram prisões de motoristas bêbados em São Paulo

Jornal O Estado de S. Paulo

1.824 foram detidos no ano passado pela Polícia Militar em blitze; em 2010, haviam sido 879

Bruno Ribeiro - O Estado de S.Paulo

SÃO PAULO - Motoristas paulistanos têm respeitado menos a lei seca e bebido mais antes de dirigir. O número de condutores embriagados presos pela Polícia Militar em blitze de trânsito mais do que dobrou no ano passado em comparação com 2010. O crescimento do índice de pessoas fiscalizadas, no entanto, foi menor do que o aumento registrado nos flagrantes.

Foram levados para delegacias e indiciados por cometer crime de trânsito 1.824 motoristas em 2011, de acordo com dados da PM na capital. Em 2010, haviam sido flagrados 879 condutores bêbados - crescimento de 107% no período de um ano.

Uma das principais alterações impostas pela lei seca, em vigor desde junho de 2008, o artigo 306 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) passou a qualificar como crime pegar o volante com 6 decigramas de álcool por litro de sangue três copos de cerveja, por exemplo. Brechas na lei, porém, têm dificultado a punição aos motoristas alcoolizados, avaliam juristas, promotores e advogados.

Cresceu a percepção da sociedade de que têm ocorrido mais acidentes causados pelo álcool. "Percepção" é o termo correto, porque os dados oficiais sobre acidentes de trânsito ainda não foram divulgados pela Prefeitura. Diante desse cenário, até uma nova redação para a lei passou a ser discutida no governo federal e no Congresso Nacional.

Para conter esse sentimento de impunidade e a pressão popular, a Polícia Militar de São Paulo passou a intensificar a Operação Direção Segura. As blitze agora são realizadas diariamente, com participação de mais policiais. A PM já apresenta alguns resultados: o total de condutores parados cresceu 40% de 2010 para 2011 - porcentual, contudo, inferior aos flagrantes de bêbados.

A Polícia Civil também tem atuado no combate ao crime de embriaguez ao volante. A Delegacia de Crimes de Trânsito (DTC) passou, no fim de janeiro, a acompanhar as blitze da PM. "Se o motorista não faz o teste do bafômetro, já levamos ao Instituto Médico-Legal e à delegacia", explicou o titular da DTC, José Sampaio Lopes Filho.

Maior rigor. A garantia constitucional de que ninguém pode ser obrigado a produzir prova contra si mesmo motivou a mudança operacional das blitze da PM em parceria com a Polícia Civil. Motoristas evocam esse direito e se recusam a fazer teste do bafômetro uma prova de embriaguez.

Antes da nova estratégia das polícias e com a recusa de se fazer o exame, o motorista sob suspeita de estar bêbado era conduzido por PMs até uma delegacia e, de lá, era levado ao Instituto Médico-Legal (IML). Um médico, então, poderia atestar a embriaguez mesmo assim, sem determinar a quantidade de álcool no sangue. Nesse período de deslocamento, segundo o delegado Lopes Filho, "a embriaguez já havia passado". E, mesmo bêbado, o motorista tinha grande chance de sair impune.

"Na semana passada, prendemos 15 embriagados. E dois foram para a cadeia porque não pagaram a fiança", contou o delegado, apresentando os resultados do novo procedimento. "Esse quadro (de desrespeito à lei) vai ser alterado com essa mudança. O processo ficará mais rápido. E a população vai se conscientizar de que, se beber e dirigir, será presa."

Causas. O presidente estadual da Comissão de Estudos do Trânsito da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP), o advogado Maurício Januzzi, apresenta uma série de motivos para explicar a ineficiência da lei seca. "A grande falha da lei é ter determinado a concentração de álcool por litro de sangue", afirmou Januzzi, ao destacar uma delas.

"O Decreto 6.488, de 19 de junho de 2008, estabelece limites de tolerância para o artigo 165 do CTB (trecho do texto que proíbe a direção sob efeito de álcool). Em outras palavras, o artigo 165 não estabelece limites. O decreto, sim." Com isso, segundo o advogado, "a única forma de se punir alguém por beber e dirigir é fazendo o bafômetro ou exame de sangue", o que nem todo mundo faz.

O advogado também recorda o fato de que motorista ser autuado não significa que ele será processado. "Vejo que as pessoas tomaram consciência do que diz a lei. Há aumento da fiscalização, mas o desrespeito continua igual porque as pessoas já têm conhecimento de que, sem o teste do bafômetro ou o exame de sangue, elas não podem ser presas nem processadas. Isso faz com que elas desrespeitem a lei."

Uma das mudanças em discussão é a retirada de limites de álcool no sangue do texto da lei. Se for constatada a embriaguez - seja por exame, bafômetro ou testemunho de um policial ou médico o motorista já poderia ser preso.

Outra discussão é sobre o aumento das penas, que poderiam chegar a 20 anos de prisão para um motorista bêbado que provocasse uma morte. "Essa mudança pode facilitar o trabalho da polícia", disse o delegado Lopes Filho.

quarta-feira, 28 de março de 2012

Alimentos que ajudam na saude da pele


Programa: Rinnie Von
Nutricionista: Carolina Santos

segunda-feira, 26 de março de 2012

Preços altos aguçam o sistema de recompensa

Sistema visual favorece estímulos vantajosos para a sobrevivência
©Shutterstock

“Quanto mais caro, mais bonito”, prega o senso comum. A novidade é que a ideia pode mesmo fazer sentido – pelo menos para nosso sistema visual. Em um estudo publicado na revista Neuron, pesquisadores da Universidade da Califórnia monitoraram a atividade cerebral de voluntários enquanto estes observavam fotografias de um mesmo modelo de carro, mas de cores diferentes, associadas aleatoriamente a preços, exibidos discretamente ao lado do veículo.

As imagens neurais mostraram maior ativação de áreas relacionadas à percepção de formas e cores quando os participantes fixavam o olhar nos automóveis com valor fictício maior. “Objetos percebidos como valiosos ou acessíveis para poucos parecem ativar o sistema de recompensa”, diz o psicólogo John Serences, autor do estudo. Segundo ele, a associação inconsciente entre dinheiro e recompensa influi na elaboração das informações visuais. “É como se, ao olharmos para várias mercadorias, as mais caras fossem percebidas com maior nitidez, como se estivessem iluminadas por um feixe de luz”, exemplifica Serences.

Além disso, a maioria dos voluntários disse preferir esteticamente as cores “mais caras”. “Aparentemente o sistema visual privilegia estímulos vantajosos para a sobrevivência, como o respeito do grupo ou o acúmulo de bens, o que influencia as tomadas de decisão”, observa o psicólogo, que pretende estudar mecanismos cerebrais envolvidos na associação entre beleza e preço em pessoas com compulsão por comprar.

Fonte: Revista Mente & Cérebro

sexta-feira, 23 de março de 2012

Álcool em filmes influencia o comportamento dos adolescentes

O Globo


Pesquisa com 6.500 adolescentes americanos mostrou que cenas que mostram bebidas ou nas quais os personagens tomam drinques têm efeito decisivo sobre eles

BOSTON, Massachusetts — Adolescentes que veem muitos filmes em que os personagens consomem álcool têm duas vezes mais chance de começar a beber do que aqueles que assistem a poucas produções com cenas deste tipo, revela uma pesquisa publicada no jornal on-line “BMJ Open”. Pior: estes adolescentes também têm maior tendência (63%) a abusar do álcool, diz o estudo. As constatações levaram os pesquisadores a sugerir que Hollywood adote as mesmas restrições ao álcool que já vem fazendo ao tabaco em seus roteiros.

O grupo trabalhou com uma mostra significativa de 6.500 jovens americanos, com idades entre 10 e 14 anos, que responderam a perguntas sobre seu consumo de álcool durante dois anos. As perguntas levavam em conta também os fatores que os influenciavam, incluindo filmes, publicidade, ambiente doméstico, comportamento dos colegas e vontade de se rebelar. Os jovens foram convidados a apontar, aleatoriamente, filmes que tinham visto nos últimos cinco anos. Os títulos foram escolhidos entre cem blockbusters de cada ano, e mais 32 sucessos de bilheteria do início de 2003, ano da primeira pesquisa.

O tempo de exibição de cenas em que apareciam bebidas alcoólicas ou pessoas tomando drinques foi medido em cada um dos 532 filmes. Ao final, descobriu-se que muitos adolescentes tinham assistido a cerca de quatro horas e meia de imagens relacionadas ao consumo de álcool, e que este índice, em alguns casos, chegava a oito horas.

Além disso, cerca de um em cada dez jovens (11%) disseram ter um produto, como uma camiseta ou um chapéu, em que aparecia uma marca de bebida alcoólica. Quase um em cada quatro (23%) disseram que seus pais bebiam álcool pelo menos uma vez por semana em casa, e 29% afirmaram que as bebidas ficavam ao seu alcance, em casa.

Ao longo dos dois anos de pesquisa, a proporção de adolescentes que haviam começado a beber mais do que dobrou, de 11% para 25%, enquanto a proporção daqueles que começaram a beber em excesso, isto é, bebiam pelo menos cinco drinques em uma única sessão triplicou de 4% para 13%.

Pais que bebiam em casa e a disponibilidade de álcool em casa foram fatores associados ao hábito de beber, mas não ao de abusar de álcool. Exposição a cenas com álcool nos filmes, ter um produto com a marca de uma bebida, ter amigos que bebem e rebeldia foram relacionados às duas situações.

Constatou-se ainda que a presença de álcool nos filmes respondia por 28% da proporção de adolescentes que começaram a beber entre uma pesquisa e outra, e por 20% dos que passaram a exagerar no consumo de álcool. A associação não estava relacionada apenas a sequências com personagens tomando drinques, mas também à exibição de cenas em que os produtos apareciam.

“Mostrar cigarros em filmes é proibido nos Estados Unidos, mas é legal que em metade dos filmes de Hollywood haja referência a álcool, independentemente de sua classificação”, disseram os pesquisadores.

Eles ressaltaram que o aparecimento de cigarros em filmes caiu desde que o tabagismo virou um assunto de saúde pública, e sugeriram que a política para o álcool na tela fosse a mesma.

Hollywood tem responsabilidades também fora do país, dado que metade da renda dos seus filmes vem do mercado internacional, acrescentaram. “Como uma gripe, as imagens de Hollywood começam numa região e depois se espalham pelo mundo afora, onde também podem afetar o comportamento dos adolescentes com relação à bebida”, escreveram.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Meditação para mudar o cérebro_5/5

Por Alberto Oliveira
Revista Mente & Cérebro n° 228, janeiro/2012, págs. 52 a 55

De Bom Humor

Resultados de um experimento publicado em maio no periódico International Journal of Psychophysiology, por pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade Toho, no Japão, comprovam como a respiração consciente pode ajudar as pessoas a se sentir mais tranqüilas e bem-dispostas. Para chegarem a essa conclusão, os cientistas ensinaram os participantes do estudo, todos eles saudáveis, a respirar profundamente com o abdômen. Depois de terem focado a atenção nesse movimento p0r 20 minutos, as pessoas foram entrevistadas e relataram diminuição de sensações negativas e melhora do humor. Exames de neuroimagem realizados antes e depois da prática mostraram por que sentiam isso: havia maior evidência de neurotransmissores serotoninérgicos no sangue mais hemoglobinas oxigenadas no córtex pré–frontal, área associada à atenção e ao processamento de alta elaboração.

Outro estudo sobre os efeitos do controle da respiração, publicado na edição de abril da Cognitive Therapy ande search, se deteve nos sintomas da depressão. Pesquisadores da Universidade Ruhr-Bochum, na Alemanha, solicitaram aos voluntários do estudo, todos eles também saudáveis, que durante 18 minutos permanecessem atentos à entrada e saída do ar dos pulmões, procurando não deixar a mente e perder em divagações.

Ao fim dos testes, os que foram capazes de manter contato consciente com sua respiração relataram diminuição de pensamentos negativos e de desvalorização de si mesmos, bem como maior controle das idéias insistentes e dos sintomas depressivos.

“Essas conclusões nos levam a considerar que o exercício de manter a consciência plena no aqui e agora por meio da respiração e da prática da meditação em papel importante na prevenção da depressão”, diz o autor do estudo, o psicólogo Jan M.Burg. “Isso pode ajudara pessoas a se distanciar de idéias insistentes, um importante fator de risco para depressão”.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Meditação para mudar o cérebro_4/5

Por Alberto Oliveira
Revista Mente & Cérebro n° 228, janeiro/2012, págs. 52 a 55

Fazendo o Cérebro Crescer

Pesquisas já comprovaram que a meditação ajuda a diminuir a ansiedade e o limiar da dor – e, em alguns casos, é crucial para atingir esse resultado. E traz ainda duas enormes vantagens: a pessoa ganha autonomia para buscar o próprio bem-estar e não precisa fazer grande investimento financeiro para isso. Agora, estudiosos da Universidade da Califórnia em Los Angeles descobriram os benefícios da prática para a anatomia cerebral. Eles observaram que áreas como hipocampo, córtex orbitofrontal, tálamo e giro temporal inferior (todas associadas à regulação das emoções) de pessoas que tinham o hábito de meditar entre 10 e 90 minutos por dia há pelo menos quatro anos eram maiores em comparação às mesmas regiões de participantes do grupo-controle que não meditavam.

Imagens obtidas por ressonância magnética funcional (FRM) indicaram que esse volume maior se deve à maior quantidade de substância cinzenta, onde se concentram os corpos celulares dos neurônios (origem dos impulsos nervosos), diferentemente da substância branca, na qual predominam os axônios (os prolongamentos por onde viajam as informações até encontrar outro neurônio). Segundo os outros do estudo, publicado no periódico NeroImag, esses resultados parecem oferecer uma pista importante sobre a extraordinária capacidade dos adeptos da meditação de controlar as emoções e responder melhor aos estímulos estressores do cotidiano.


sexta-feira, 16 de março de 2012

Meditação para mudar o cérebro_3/5

Por Alberto Oliveira
Revista Mente & Cérebro n° 228, janeiro/2012, págs. 52 a 55



As pesquisas de neuroimagem demonstraram que o quadro de ativação do córtex pré-frontal, típico da meditação baseada na concentração, é associado à diminuição na atenção aos estímulos externos “de perturbação”, isto é, os irrelevantes, e a maior atividade das área do cérebro que elaboram a informação. Em quem pratica a meditação, o potencial mais aguçado de concentração é evidente mesmo nas fase em que não se está praticando, o que indica que a atividade melhora a capacidade mental e a atenção das pessoas que se dedicam a elas. E para obter resultados, não é necessário encerrar-se em um monastério ou reorganizar toda a vida para dedicar-se à meditação por várias horas; a prática diária, por um período de aproximadamente dez minutos, ou até um pouco menos, já é suficiente para trazer benefícios. Para fácil? Nem tanto. Segundo uma pesquisa desenvolvida na Universidade Stanford, mais da metade dos participantes encontram sérias dificuldades para se manter concentrados por cinco minutos, em especial nas primeiras seis semanas de prática. Vários afirmaram que no início consideravam “complicado” prestar atenção na própria respiração e que “se perdiam” em pensamentos, em médias duas ou três vezes a cada 60 segundos. Os que venciam as dificuldades da quietude e se entregavam a essa viagem interior, entretanto, eram unânimes em falar dos benefícios da meditação – sensação de equilíbrio, integridade e bem-estar ao longo do dia.

Esses relatos sugerem que vale a pena tentar; basta sentar-se de maneira confortável e respirar naturalmente. A primeira coisa a fazer em seguida é direcionar a atenção para a própria inspiração e expiração, atendo-se aos detalhes da passagem do ar pela cavidade nasal, peito e abdômen. Se a pessoa notar que tende a se distrair – o que é bastante provável que aconteça -, deve redirecionar a concentração para a respiração. Um ponto importante: não criticar a si mesmo durante o processo caso surjam dificuldades. E uma vez que pegar o jeito, mesmo poucos minutos de respiração consciente poderão ajudar a manter a calma e aumentar a segurança antes de um encontro importante, de falar em público ou de enfrentar alguma outra situação estressante.

quarta-feira, 14 de março de 2012

Meditação para mudar o cérebro_2/5

Por Alberto Oliveira
Revista Mente & Cérebro n° 228, janeiro/2012, págs. 52 a 55

Mas seus efeitos não estão apenas na forma de agir. Em estudo recente, duas pesquisadoras da Califórnia, Tracey Kahan e Patrícia Simone, analisaram a prática da meditação e constataram seu extraordinário potencial de modificar o funcionamento do cérebro e da mente. Hoje é consenso que a capacidade metacognitiva (de refletir sobre os próprios pensamentos) é fundamental para o autoconhecimento, a regulação emotiva e o planejamento a longo prazo. Segundo Tracey e Patrícia, as práticas meditativas potencializam a atenção seletiva, que é a base do processo metacognitivo para decidir em quais percepções, sentimentos e idéias devemos prestar atenção e quais seria melhor ignorar. Em linhas gerais, podemos considerar que a meditação nos permite atingir um estado de consciência voltada para o presente.

Também existem técnicas nas quais a concentração em sensações corporais ou na visualização de imagens levam a sensações de transcendência. Na tradição das religiões orientais, a repetição de mantras permite que o praticante atinja o autoconhecimento e uma espécie de plenitude estática. Outras técnicas, entretanto, se colocam fora da tradição místico-religiosa e priorizam favorecer a concentração. A proposta é que a pessoa direcione sua atenção para um objetivo particular e que isso perdure por algum tempo. Segundo pesquisadores, nessas duas formas de meditação é possível observar alterações cerebrais através do uso de técnicas de neuroimagem.

Na meditação transcendental são ativadas principalmente as áreas do córtex temporal e parietal que, do ponto de vista eletroencefalográfico, se voltam para o ritmo alfa, típico do relaxamento , e teta, comum nas crianças e nos jovens mas reduzido nos adultos. Na meditação focalizada em sons ou imagens são acessados o córtex pré-frontal e o occipital, respectivamente implicados nos processos cognitivos e de atenção e na atenção polarizada no alvo visual. A ativação seletiva do córtex pré-frontal se verifica quando os meditadores experientes se concentram na própria respiração, ou seja, nas sensações provocadas pelo ar que flui pelas narinas.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Meditação para mudar o cérebro_1/5

Por Alberto Oliveira
Revista Mente & Cérebro n° 228, janeiro/2012, págs. 52 a 55

Vivemos cercados por estímulos que dificultam a concentração; porém, há “antídotos” para esse excesso, como o controle da respiração, que ajuda na organização dos pensamentos e na compreensão das próprias emoções


Não raro, professores reclamam da falta de atenção dos alunos e muitos pais reconhecem que é difícil para os jovens se concentrar em uma tarefa, já que, em geral, estão distraídos com a enorme quantidade de estímulos do ambiente. Não é por acaso que para grande parte dos adultos parece mesmo inconcebível que uma pessoa consiga ouvir música, falar com os amigos pelas redes sociais, assistir a um videoclipe a ainda estudar – tudo ao mesmo tempo. De fato, nosso cérebro pode manter o foco em uma experiência se conseguir excluir os estímulos que o distraem de seu objetivo e se for capaz de manter na memória por algum tempo o objeto de interesse. Já passar de um foco a outro em pouco tempo exige esforço mental. E, temos de convir, vivemos em plena época das distrações. Elas são inúmeras e capturam, sobretudo, a mente dos adolescentes em um caleidoscópio de estímulos visuais e sonoros, baseados nos ritmos repetitivos da imagem, anúncios luminosos, mensagens digitais nos celulares. Prestar atenção em qualquer coisa em ambiente confuso não é simples: quando se está a ponto de seguir uma borboleta aparece outra, ainda mais colorida, que nos fisga...

Existe um remédio para esta situação? E, de modo mais geral, há um meio de potencializar a capacidade de nos mantermos focados? Os resultados de muitas pesquisas indicam que a meditação, por exemplo, pode ser uma estratégia privilegiada para favorecer a atenção, aguçar as capacidades cognitivas e encontrar o centramento necessário para lidar de forma tranqüila com os problemas do cotidiano. Nesse sentido, a prática tem papel terapêutico, funcionando como uma espécie de antídoto contra o estresse, uma vez que favorece o contato com pensamentos e emoções e sua organização.

sexta-feira, 9 de março de 2012

Fumante passa por cinco fases antes de decidir parar

Fantástico - Dr. Dauzio Varella
A tomada de decisão para largar o cigarro resulta de um processo que costuma levar anos ou décadas para se completar. Especialistas demonstram que, do ponto de vista didático, é possível reconhecer cinco estágios pelos quais a maioria dos fumantes passa antes de jogar fora o maço.

A primeira é a Fase de pré-contemplação, quando os fumantes não pensam em mudar seu comportamento e racionalmente veem mais vantagens em fumar do que deixar de fazê-lo. Já a Fase de contemplação acontece quando o fumante sente no corpo alguns problemas causados pelo fumo, tenta reduzir o número de cigarros, mas ainda não se convenceu completamente de que vale a pena ficar livre da dependência.

Na Fase de preparação, o fumante já sabe que o cigarro é seu inimigo, pensa seriamente em largar, mas ainda lhe falta coragem para adotar medidas radicais. É na Fase da ação que finalmente o fumante se confronta com sua condição de dependente e toma a decisão de parar. Muitos dos que estão nesta fase chegam a marcar data para fumar o último cigarro. Mas a etapa mais difícil é mesmo a Fase de manutenção, porque muitos hábitos associados ao fumo precisam ser modificados.

Agora, se houver recaídas, não há problema. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que os fumantes fazem, em média, três ou quatro tentativas antes de conseguir parar de fumar definitivamente.

quarta-feira, 7 de março de 2012

Universidade dos pés descalços

Aprendendo com um movimento de pés-descalços. Em Rajasthan, na Índia, uma escola extraordinária ensina mulheres e homens do meio rural - muitos deles analfabetos - a tornarem-se engenheiros solares, artesãos, dentistas e médicos nas suas próprias aldeias. Chama-se Universidade dos Pés-Descalços, e o seu fundador, Bunker Roy, explica como funciona:


segunda-feira, 5 de março de 2012

Enxaqueca pode explicar dificuldade de aprender

Dores de cabeça estão associadas a problemas de concentração

Mais de 60 milhões de brasileiros sofrem de dores de cabeça com frequência – cerca de 2 milhões deles são crianças ou adolescentes, segundo estimativa da Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBCe). Um dos tipos mais comuns da dor, a enxaqueca – sensação de pressão no crânio acompanhada de náuseas e de aversão à luz e ao barulho –, considerada por muitos uma “doença de adultos”, pode prejudicar o desempenho escolar e interferir no diagnóstico de transtornos de aprendizagem, como mostra um estudo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) concluído em novembro do ano passado.

A neurologista Thaís Villa e a psicóloga Andrea Moutran, do Setor de Investigação e Tratamento das Cefaleias (SITC), avaliaram as funções cognitivas, como capacidade de concentração e de memorização, de 60 crianças de 8 a 12 anos, metade delas diagnosticada com enxaqueca. Por meio de testes aplicados individualmente, ao longo de dois anos e a cada dois meses, as pesquisadoras constataram que as que tinham crises de cefaleia se revelaram mais dispersas e com dificuldade de processar e reter informações.

Na infância, as crises de enxaqueca se manifestam em episódios curtos, de cerca de duas horas. Elas costumam aparecer por volta dos 5 anos e não raro são motivo de faltas à escola. “O que não significa que as dores persistirão ao longo da vida – elas desaparecem espontaneamente até o final da adolescência em mais de 40% dos casos”, diz Thaís. Os resultados mostram que o diagnóstico de transtornos de aprendizagem deve levar em conta se a criança sofre de enxaqueca ou de outro tipo de cefaleia, o que pode direcionar as intervenções.

Fonte: Revista Mente & Cérebro

sexta-feira, 2 de março de 2012