sexta-feira, 16 de março de 2012

Meditação para mudar o cérebro_3/5

Por Alberto Oliveira
Revista Mente & Cérebro n° 228, janeiro/2012, págs. 52 a 55



As pesquisas de neuroimagem demonstraram que o quadro de ativação do córtex pré-frontal, típico da meditação baseada na concentração, é associado à diminuição na atenção aos estímulos externos “de perturbação”, isto é, os irrelevantes, e a maior atividade das área do cérebro que elaboram a informação. Em quem pratica a meditação, o potencial mais aguçado de concentração é evidente mesmo nas fase em que não se está praticando, o que indica que a atividade melhora a capacidade mental e a atenção das pessoas que se dedicam a elas. E para obter resultados, não é necessário encerrar-se em um monastério ou reorganizar toda a vida para dedicar-se à meditação por várias horas; a prática diária, por um período de aproximadamente dez minutos, ou até um pouco menos, já é suficiente para trazer benefícios. Para fácil? Nem tanto. Segundo uma pesquisa desenvolvida na Universidade Stanford, mais da metade dos participantes encontram sérias dificuldades para se manter concentrados por cinco minutos, em especial nas primeiras seis semanas de prática. Vários afirmaram que no início consideravam “complicado” prestar atenção na própria respiração e que “se perdiam” em pensamentos, em médias duas ou três vezes a cada 60 segundos. Os que venciam as dificuldades da quietude e se entregavam a essa viagem interior, entretanto, eram unânimes em falar dos benefícios da meditação – sensação de equilíbrio, integridade e bem-estar ao longo do dia.

Esses relatos sugerem que vale a pena tentar; basta sentar-se de maneira confortável e respirar naturalmente. A primeira coisa a fazer em seguida é direcionar a atenção para a própria inspiração e expiração, atendo-se aos detalhes da passagem do ar pela cavidade nasal, peito e abdômen. Se a pessoa notar que tende a se distrair – o que é bastante provável que aconteça -, deve redirecionar a concentração para a respiração. Um ponto importante: não criticar a si mesmo durante o processo caso surjam dificuldades. E uma vez que pegar o jeito, mesmo poucos minutos de respiração consciente poderão ajudar a manter a calma e aumentar a segurança antes de um encontro importante, de falar em público ou de enfrentar alguma outra situação estressante.

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