segunda-feira, 12 de março de 2012

Meditação para mudar o cérebro_1/5

Por Alberto Oliveira
Revista Mente & Cérebro n° 228, janeiro/2012, págs. 52 a 55

Vivemos cercados por estímulos que dificultam a concentração; porém, há “antídotos” para esse excesso, como o controle da respiração, que ajuda na organização dos pensamentos e na compreensão das próprias emoções


Não raro, professores reclamam da falta de atenção dos alunos e muitos pais reconhecem que é difícil para os jovens se concentrar em uma tarefa, já que, em geral, estão distraídos com a enorme quantidade de estímulos do ambiente. Não é por acaso que para grande parte dos adultos parece mesmo inconcebível que uma pessoa consiga ouvir música, falar com os amigos pelas redes sociais, assistir a um videoclipe a ainda estudar – tudo ao mesmo tempo. De fato, nosso cérebro pode manter o foco em uma experiência se conseguir excluir os estímulos que o distraem de seu objetivo e se for capaz de manter na memória por algum tempo o objeto de interesse. Já passar de um foco a outro em pouco tempo exige esforço mental. E, temos de convir, vivemos em plena época das distrações. Elas são inúmeras e capturam, sobretudo, a mente dos adolescentes em um caleidoscópio de estímulos visuais e sonoros, baseados nos ritmos repetitivos da imagem, anúncios luminosos, mensagens digitais nos celulares. Prestar atenção em qualquer coisa em ambiente confuso não é simples: quando se está a ponto de seguir uma borboleta aparece outra, ainda mais colorida, que nos fisga...

Existe um remédio para esta situação? E, de modo mais geral, há um meio de potencializar a capacidade de nos mantermos focados? Os resultados de muitas pesquisas indicam que a meditação, por exemplo, pode ser uma estratégia privilegiada para favorecer a atenção, aguçar as capacidades cognitivas e encontrar o centramento necessário para lidar de forma tranqüila com os problemas do cotidiano. Nesse sentido, a prática tem papel terapêutico, funcionando como uma espécie de antídoto contra o estresse, uma vez que favorece o contato com pensamentos e emoções e sua organização.

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