Sexta postagem da série com 6 postagens sobre o Alzheimer, publicadas Revista Mente & Cérebro, edição especial n° 1, de maio/2010, por Michael S. Wolfe.
Outro empolgante avanço recente é a terapia celular. Mark Tuszynski e seus colegas da Universidade da Califórnia em San Diego realizaram biópsias da pele de pacientes com doença de Alzheimer na forma branda e inseriram nela o gene codificador do fator de crescimento neural (NGF, sigla em inglês). As células geneticamente modificadas foram então introduzidas cirugicamente no cérebro desses pacientes. A idéia era que elas produzissem e secretassem NGF, o que preveniria a perda de neurônios produtos de acetilcolina e melhoraria a memória. A terapia baseada em células foi uma estatégia inteligente para distribuir o NGF, proteína de tamanho grande que, de outra maneira, não conseguiria entrar no cérebro .Embora o estudo tenha incluído poucos indivíduos e carecido de controles importantes, pesquisas de acompanhamento mostraram redução do declínio cognitivo nos pacientes. Os resultados foram bons o bastante para justificar testes clínicos adicionais.
Embora algumas dessas terapias não cumpram suas promessas, os cientistas esperam encontrar ao menos um agente que possa efetivamente desacelerar ou interromper a perda gradual de neurônios no cérebro - o que salvaria milhões de pessoas.
Mirar na A-beta pode impedir o início do Alzheimer ou retardá-lo precocemente, mas se essa estratégia irá curar aqueles em estágios mais avançados da doença ainda não se sabe. Mesmo assim, os pesquisadores têm bons motivos para o otimismo cauteloso. A recente enxurrada de descobertas nos convenceu de que a busca por maneiras de prevenir e tratar a doença de Alzheimer não será em vão.
Correlação significativa
Muitos estudos têm sido feitos com base na hipótese de que pacientes tratados com estatinas (drogas utilizadas na redução do colesterol) têm menos chance de desenvolver Alzheimer que os demais. Até agora, porém, os resultados se mostraram controversos e não definitivos.
Em 2009, pesquisadores holandeses do Instituto Rotterdam parecem ter posto fim à controvérsia ao revelar a diminuição significativa do risco de doença de Alzheimer nos usuários de estatinas em comparação com aqueles que nunca fizeram uso da substância.
O estudo - até o momento o maior nessa linha de pesquisa - foi feito em 6.992 pessoas, acompanhadas por nove anos, e publicado no Journal of Neurology, Neurosurgery and Psychiatry.
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