quarta-feira, 16 de março de 2011

4 meses....

Silvia Schmidt


Outro dia foi o aniversário da partida de uma senhora por muitos conhecida e muito querida.

Algum tempo antes, chegando de uma das dezenas de consultas médicas que já fizera, ela disse aos familiares:

Pedi franqueza à junta médica que me examinou, pedi-lhes que não me poupassem de saber a verdade sobre meu estado de saúde.

Eu sinto que me resta pouco tempo. Diante dos olhares ansiosos, ela continuou:

Eles me revelaram que sou portadora de uma moléstia incurável e que minha previsão de vida é de aproximadamente 4 meses.

E a senhora nos conta isso com essa naturalidade? perguntou uma das filhas, em prantos.

Continuou a senhora, com muita serenidade:

Ora, eu tenho um bom tempo para fazer tudo que já devia ter feito há muito.

Arrumarei todos os meus armários, guardarei o que realmente uso e o resto jogarei fora ou doarei a quem precisa.

Colocarei belas cortinas em todas as janelas e elas me impedirão de ficar olhando a vida alheia.

Todos os dias tirarei o pó da casa e, durante esse trabalho, pensarei: “estou me livrando das sujeiras que guardei do passado”.

Evitarei ouvir e assistir más notícias e alimentarei o meu espírito com leituras saudáveis, conversas amigáveis, dispensarei fofocas e não criticarei a mais ninguém.

Pensarei naqueles que já me magoaram e, com sinceridade, os perdoarei.

Todas as noites, agradecerei a Deus por tudo que estarei conseguindo fazer nestes últimos 4 meses que me restam.

Todas as manhãs, ao acordar, perguntarei a mim mesma: “O que posso fazer para tornar o dia de hoje um dia melhor?”.

E farei de tudo para transmitir felicidade àqueles que de mim se aproximarem.

E a cada dia que passar farei pelo menos uma boa ação.

Quatro meses são mais de 120 dias, portanto, quando eu fechar os olhos para nunca mais abri-los, eu terei feito no mínimo 120 boas ações.

Todos que a ouviam, pouco a pouco se retiraram dali,indo cada um para um canto, para chorar sozinho.

A mulher ali ficou e nos seus olhos havia um brilho de alegria.

Pensava consigo mesma: "não posso curar meu corpo, mas posso mudar a vida que me resta".

Ela tinha uma grande tarefa: transformar seu mundo interior, tornar-se uma pessoa totalmente diferente do que já fora em apenas 4 meses ela conseguiu cumpri-la plenamente.

O mais curioso dessa história é que, após a notícia dada aos familiares, ela viveu mais 23 anos.

Ela curou a sua própria alma e sua moléstia desapareceu e ela morreu de velhice.


"Somos o que fazemos repetidamente. Por isso o mérito não está na ação e sim no hábito”. (Aristóteles)


"Possuímos em nós mesmos, pelo pensamento e a vontade, um poder de ação que se estende muito além dos limites de nossa esfera corpórea”. (Allan Kardec)


"Se você não quer ser esquecido quando morrer, escreva coisas que vale a pena ler ou faça coisas que vale a pena escrever”. (Benjamin Franklin)


"Os homens que tentam fazer algo e falham são infinitamente melhores do que aqueles que tentam fazer nada e conseguem". (Martyn Lloyd Jones)


"Se o seu navio não chega, nade até ele." (Jonathan Winters)

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