por S. Alexander Haslam e Craig Knight
SOB CONTROLE
Outros fatores além do projeto e das armadilhas de um local de trabalho, como a acústica, podem afetar o desempenho profissional. Um estudo de 2009, da Universidade de Turku, na Finlândia, avaliou como os funcionários se saíram em tarefas cognitivas em ambientes variados com relação a sons. A equipe descobriu que, quando os trabalhadores ouviam sons irrelevantes de fala por perto (imagine um rádio ligado na mesa do colega ao lado), o desempenho em tarefas de compreensão de leitura e memorização de números declinava, assim como o conforto dos participantes. Os pesquisadores especulam que o ruído pode perturbar a memória, além de estimular o estresse; por isso recomendam paredes altas entre as estações de trabalho e uso de materiais que absorvam o som.
Outros fatores além do projeto e das armadilhas de um local de trabalho, como a acústica, podem afetar o desempenho profissional. Um estudo de 2009, da Universidade de Turku, na Finlândia, avaliou como os funcionários se saíram em tarefas cognitivas em ambientes variados com relação a sons. A equipe descobriu que, quando os trabalhadores ouviam sons irrelevantes de fala por perto (imagine um rádio ligado na mesa do colega ao lado), o desempenho em tarefas de compreensão de leitura e memorização de números declinava, assim como o conforto dos participantes. Os pesquisadores especulam que o ruído pode perturbar a memória, além de estimular o estresse; por isso recomendam paredes altas entre as estações de trabalho e uso de materiais que absorvam o som.
Mostrar aos empregados como manipular os ambientes de trabalho em benefício próprio tem vantagens distintas. Em um estudo de 2009, do Liberty Mutual Research Institute for Safety, em Hopkinton, Massachusetts, avaliaram-se os efeitos de oferecer um curso de treinamento em ergonomia aos funcionários e fornecer cadeiras de escritório altamente ajustáveis. Aqueles que receberam o treinamento e a cadeira não apenas correram menos riscos de problemas com músculos e ossos, como se sentiram melhor na situação do trabalho em geral.
Na verdade, oferecer ou negar controle sobre as condições de trabalho dos funcionários tem implicações significativas para seu bem-estar e costuma deflagrar a chamada “síndrome do prédio doente”, com sintomas como irritação nos olhos, nariz, garganta e pele, fadiga, náusea, dores de cabeça e tonturas. A patologia geralmente é atribuída a propriedades físicas do local de trabalho, como problemas de ventilação, aquecimento ou sistemas de ar-condicionado. Mas, em 1989, uma grande pesquisa da Universidade de Copenhague desafiou esse conceito. Os cientistas descobriram que as reclamações são duas vezes mais comuns entre profissionais que estão em posições inferiores e, portanto, exercem pouco controle sobre seus ambientes.
A relação entre a falta de autonomia em relação ao próprio espaço e a síndrome do edifício doente é verdadeira até em ambientes sofisticados, “favoráveis ao funcionário”, como a de uma agência de turismo no Reino Unido, estudada pelo pesquisador Chris Baldry, professor de administração da Universidade de Stirling, na Escócia. Aparentemente, o lugar parecia promissor: áreas com cores fortes eram enfeitadas com palmeiras. Mas um espaço no estilo Panaopticon, o chamado Controle da Missão, permitia que os gerentes monitorassem clandestinamente os funcionários. Estes, por sua vez, reclamavam constantemente da sensação de sufocação e da tosse seca.
A impressão de estar sendo vigiado também está ligada à produtividade. Cientistas da Universidade de Chung-Ang, em Seul, pesquisaram quase 400 trabalhadores e descobriram relação entre o controle percebido pelos funcionários em seus locais de trabalho e sua capacidade de concentração. Nesse estudo, o “controle” foi definido, parcialmente, como ter a possibilidade de mexer na mobília dentro do ambiente profissional e individualizar os enfeites, da mesma forma como nosso escritório incrementado. As respostas da pesquisa indicam que quando as pessoas sentiam que tinham poder de decisão sobre os aspectos físicos de sua área de trabalho os efeitos negativos do barulho e de outros fatores de distração eram reduzidos. O fato é que quando nos sentimos desconfortáveis ficamos menos envolvidos com as atividades. Mas se trabalhamos em espaços aos quais nos sentimos conectados ficamos mais felizes e produtivos – e até mesmo mais saudáveis. Ou seja: felicidade nos torna mais comprometidos e criativos. Pena que alguns patrões ainda não sabem disso...
Na verdade, oferecer ou negar controle sobre as condições de trabalho dos funcionários tem implicações significativas para seu bem-estar e costuma deflagrar a chamada “síndrome do prédio doente”, com sintomas como irritação nos olhos, nariz, garganta e pele, fadiga, náusea, dores de cabeça e tonturas. A patologia geralmente é atribuída a propriedades físicas do local de trabalho, como problemas de ventilação, aquecimento ou sistemas de ar-condicionado. Mas, em 1989, uma grande pesquisa da Universidade de Copenhague desafiou esse conceito. Os cientistas descobriram que as reclamações são duas vezes mais comuns entre profissionais que estão em posições inferiores e, portanto, exercem pouco controle sobre seus ambientes.
A relação entre a falta de autonomia em relação ao próprio espaço e a síndrome do edifício doente é verdadeira até em ambientes sofisticados, “favoráveis ao funcionário”, como a de uma agência de turismo no Reino Unido, estudada pelo pesquisador Chris Baldry, professor de administração da Universidade de Stirling, na Escócia. Aparentemente, o lugar parecia promissor: áreas com cores fortes eram enfeitadas com palmeiras. Mas um espaço no estilo Panaopticon, o chamado Controle da Missão, permitia que os gerentes monitorassem clandestinamente os funcionários. Estes, por sua vez, reclamavam constantemente da sensação de sufocação e da tosse seca.
A impressão de estar sendo vigiado também está ligada à produtividade. Cientistas da Universidade de Chung-Ang, em Seul, pesquisaram quase 400 trabalhadores e descobriram relação entre o controle percebido pelos funcionários em seus locais de trabalho e sua capacidade de concentração. Nesse estudo, o “controle” foi definido, parcialmente, como ter a possibilidade de mexer na mobília dentro do ambiente profissional e individualizar os enfeites, da mesma forma como nosso escritório incrementado. As respostas da pesquisa indicam que quando as pessoas sentiam que tinham poder de decisão sobre os aspectos físicos de sua área de trabalho os efeitos negativos do barulho e de outros fatores de distração eram reduzidos. O fato é que quando nos sentimos desconfortáveis ficamos menos envolvidos com as atividades. Mas se trabalhamos em espaços aos quais nos sentimos conectados ficamos mais felizes e produtivos – e até mesmo mais saudáveis. Ou seja: felicidade nos torna mais comprometidos e criativos. Pena que alguns patrões ainda não sabem disso...
Fonte: Revista Mente&Cérebro
S. Alexander Haslam e Craig Knight Haslam é professor de psicologia social da Universidade de Exeter, na Inglaterra. Knight é pesquisador, pós-doutorando em psicologia e diretor do Center for Pychological Research into Identity and Space Management, em Exeter.
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