Mais importante do que ter um local de trabalho bem decorado é fundamental ter um lugar com a “cara” da pessoa que o ocupa - Autonomia para organizar e personalizar seu próprio espaço torna profissionais mais felizes, saudáveis e produtivos
por S. Alexander Haslam e Craig Knight
neue nationalgalerie, berlin
[continuação]A proliferação de novos empreendimentos de mídia digital nos anos 1990, tentando atrair trabalhadores especializados, popularizou uma opção ao sistema de escritório aberto. Junto com as máquinas de café chegaram aos ambientes de trabalho elementos visuais vistosos, tanques com peixes tropicais e chamativas obras de arte. A ideia era fazer os profissionais se sentirem valorizados, ganhar a sua lealdade e incentivá-los a cumprir horas extras. Em Mountain View, Califórnia, no “campus” do Google (essa palavra já indica o distanciamento da dinâmica tradicional de um local de trabalho) e também em empresas de jogos virtuais e agências interativas de propaganda os funcionários têm liberdade para encher seus escritórios com peças vintage, bonequinhas Hello Kitty, objetos feitos com Lego ou qualquer coisa bonita, engraçada ou significativa. Os empregados chegam a competir para ver quem consegue criar o espaço mais atraente.
Supõe-se que os escritórios incrementados aumentem o bem-estar e a produtividade dos empregados mas nem sempre provoquem mudanças positivas profundas. Em 2009, cientistas da Universidade de Amsterdã substituíram os escritórios tradicionais por espaços projetados para funções específicas (uma cabine para tarefas que demandassem concentração e “uma sala de estar” para a interação social entre colegas). Apesar desses adicionais criativos, após seis meses foi constatado que a produtividade diminuiu ligeiramente. Por que isso aconteceu?
Recentemente fizemos dois experimentos para estudar o efeito do ambiente de escritório sobre a produtividade. Conduzimos um estudo em um laboratório de psicologia e outro com trabalhadores em um escritório comercial de Londres. Nas duas experiências pedimos aos participantes que fizessem uma hora de trabalho com tarefas rotineiras (verificando documentos e criando memorandos, por exemplo) em um dos quatro tipos de espaço de trabalho (ver quadro).
O escritório “básico” era um espaço com aparência limpa, que continha apenas os objetos necessários como uma mesa e uma cadeira giratória, além de lápis e papel. O ambiente “incrementado” tinha esses suprimentos básicos, mas foi decorado com plantas e peças de arte, como pinturas grandes e coloridas. No escritório “particular”, os voluntários receberam as mesmas plantas e obras de arte que estavam no escritório incrementado, mas tiveram a liberdade de arrumá-las do modo como quisessem ou mesmo de não usá-las. Finalmente, no espaço “retomado”, os participantes tiveram a oportunidade de decorá-lo, porém, ao terminarem, o pesquisador o redecorou para que ficasse igual ao “incrementado”.
O escritório “básico” era um espaço com aparência limpa, que continha apenas os objetos necessários como uma mesa e uma cadeira giratória, além de lápis e papel. O ambiente “incrementado” tinha esses suprimentos básicos, mas foi decorado com plantas e peças de arte, como pinturas grandes e coloridas. No escritório “particular”, os voluntários receberam as mesmas plantas e obras de arte que estavam no escritório incrementado, mas tiveram a liberdade de arrumá-las do modo como quisessem ou mesmo de não usá-las. Finalmente, no espaço “retomado”, os participantes tiveram a oportunidade de decorá-lo, porém, ao terminarem, o pesquisador o redecorou para que ficasse igual ao “incrementado”.
Fonte: Revista Mente&Cérebro
S. Alexander Haslam e Craig Knight Haslam é professor de psicologia social da Universidade de Exeter, na Inglaterra. Knight é pesquisador, pós-doutorando em psicologia e diretor do Center for Pychological Research into Identity and Space Management, em Exeter.
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