Mais importante do que ter um local de trabalho bem decorado é fundamental ter um lugar com a “cara” da pessoa que o ocupa - Autonomia para organizar e personalizar seu próprio espaço torna profissionais mais felizes, saudáveis e produtivos
por S. Alexander Haslam e Craig Knight
© erin siegal/reuters/latinstock
Na sede da Google, na Califórnia,
funcionários são incentivados a decorar local
com brinquedos e objetos de antiquário de preferência inusitado
Do seu jeito é melhor
Para investigar como a aparência de uma sala influencia o trabalho, o pesquisador pediu a voluntários que executassem tarefas em quatro locais. O escritório “básico” continha apenas os equipamentos essenciais. O “incrementado” foi decorado com plantas e arte. No “particular”, as pessoas tiveram liberdade para arrumar plantas e quadros como quisessem. No espaço “retomado”, o pesquisador desfez os toques pessoais. Os funcionários do ambiente “particular” foram os mais satisfeitos e produtivos.
Este último cenário pode aparentemente não ter relevância na vida real, mas, na verdade, é surpreendente como esse tipo de interferência se torna um incômodo. Recentemente, entrevistamos um gerente de tecnologia da informação (TI) em um banco importante de Sydney, Austrália, cujo projeto e decoração tinham sido mudados 36 vezes nos últimos quatro anos. “Eu me sinto como um peão no tabuleiro de xadrez, e todos ao meu redor pensam o mesmo. É uma das principais coisas sobre as quais conversamos no escritório: o que vão inventar da próxima vez. Essa situação não é nada divertida, aliás, é bem estressante”, declarou
Nossos estudos, publicados em junho na Journal of Experimental Psychology: Applied, mostram que a produtividade do trabalhador aumenta quando sua autonomia é valorizada. As pessoas em um escritório incrementado trabalharam 15% mais rapidamente e com menos erros em comparação àquelas que estavam no escritório básico e reportaram menos queixas relacionadas à saúde. “As pinturas e as plantas realmente alegraram o local” foi uma observação típica em relação ao escritório incrementado. Um participante avaliou, referindo-se ao escritório básico: “Parecia um cenário, sem nada fora do lugar; não dava para relaxar num lugar daqueles”. A produtividade e o bem-estar aumentaram ainda mais – cerca de 30% – no ambiente customizado pelos participantes. “Foi demais; adorei. Que escritório maravilhoso”, disse um dos voluntários. No entanto, quando as escolhas pessoais foram ignoradas, seu desempenho e bem-estar caíram para os mesmos níveis demonstrados no escritório básico. “Eu me senti sabotado”, declarou um dos empregados do escritório “retomado”. “Gastei um tempão arrumando a sala para nada... Sinceramente? Tive vontade de bater em quem mexeu no ‘meu espaço’ ”, afirmou outro funcionário.
Nossos estudos, publicados em junho na Journal of Experimental Psychology: Applied, mostram que a produtividade do trabalhador aumenta quando sua autonomia é valorizada. As pessoas em um escritório incrementado trabalharam 15% mais rapidamente e com menos erros em comparação àquelas que estavam no escritório básico e reportaram menos queixas relacionadas à saúde. “As pinturas e as plantas realmente alegraram o local” foi uma observação típica em relação ao escritório incrementado. Um participante avaliou, referindo-se ao escritório básico: “Parecia um cenário, sem nada fora do lugar; não dava para relaxar num lugar daqueles”. A produtividade e o bem-estar aumentaram ainda mais – cerca de 30% – no ambiente customizado pelos participantes. “Foi demais; adorei. Que escritório maravilhoso”, disse um dos voluntários. No entanto, quando as escolhas pessoais foram ignoradas, seu desempenho e bem-estar caíram para os mesmos níveis demonstrados no escritório básico. “Eu me senti sabotado”, declarou um dos empregados do escritório “retomado”. “Gastei um tempão arrumando a sala para nada... Sinceramente? Tive vontade de bater em quem mexeu no ‘meu espaço’ ”, afirmou outro funcionário.
Fonte: Revista Mente&Cérebro
S. Alexander Haslam e Craig Knight
Haslam é professor de psicologia social da Universidade de Exeter, na Inglaterra. Knight é pesquisador, pós-doutorando em psicologia e diretor do Center for Pychological Research into Identity and Space Management, em Exeter.
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