quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Uso excessivo de jogos eletrônicos pela geração digital preocupa pais_2/5

Matéria, dividida em 5 partes, que será publicada nos dias 05, 07, 09, 12 e 14 de Setembro

Por Karina Toledo

O Estado de São Paulo, pág. A24, 08.02.2011


Número mágico

Segundo o psiquiatra Aderbal Vieira Júnior, do Ambulatório de Tratamento de Dependências Não Químicas da Unifesp, não existe um “número mágico” que caracterize a dependência. “Há pessoas que vão sofrer prejuízos com duas horas diárias de uso e outras que podem jogar oito horas e continuar bem. É preciso olhar o contexto”, diz. A relação disfuncional com o jogo, contínua, é sintoma de um problema anterior.

Rosa Farah, coordenadora do Núcleo de Pesquisa da Psicologia em Informática da PUC-SP, concorda. Ela realiza um trabalho de orientação por e-mail a dependentes de internet e jogos eletrônicos e conta que o primeiro passo para a recuperação é identificar a dificuldade que levou ao uso abusivo.

Geralmente são jovens introvertidos que não se sentem muito prestigiados na vida real, mas nos jogos conseguem ser os melhores”, conta. Também costumam estar subjacentes problemas de autoimagem e de comunicação com a família.

Proibir o uso do computador ou do videogame, diz Rosa, não é a solução. “O melhor que os pais podem fazer é ter uma atitude preventiva. Para isso é preciso conhecer as possibilidades do mundo virtual, aproximar-se do jovem, acompanhar o uso das tecnologias e ajuda-lo a discriminar o bom do ruim”.

A administradora Angélica tem procurado colocar essa ideia em prática com a filha Gabriela. “Para entrar em um site novo de jogo, ela precisa me avisar antes para eu avaliar o conteúdo. As conversas no MSN também devem ser gravadas e, de vez em quando, dou uma olhada”. Angélica conta que a interação com pessoas desconhecidas por meio dos jogos é o que mais a preocupa.

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