ESTRATÉGIAS DE PREPARAÇÃO EMOCIONAL
Não seja excessivamente crítico com a criança, não a humilhe nem caçoe dela
A depreciação prejudica a comunicação entre pais e filhos e a auto-estima da criança.
Educação negativa e desmerecedora tanto pode ser observada no mundo real quanto em laboratório. Pais bem-intencionados acabam minando a auto-confiança dos filhos de tanto corrigir seus modos, ridicularizar seus erros e intervir desnecessariamente, impedindo que a criança execute as tarefas mais simples. Levianamente rotulam os filhos com epítetos que colam na auto-imagem da criança.
Os pais fiquem atentos aos hábitos insidiosos da crítica, do sarcasmo e do menosprezo. Cuidado para não ridicularizarem seus filhos. Dêem-lhes mais espaço à medida em que procuram adquirir novas aptidões, mesmo que isso signifique deixá-los cometer alguns erros. Evitem rotular os defeitos. Especifiquem as ações e não um comportamento caricatural.
Use a técnica do “andaime” e do elogio para preparar seu filho
O “andaime” é uma técnica didática que observamos ser usada com sucesso por famílias com preparo emocional. Primeiro, falam baixo, com calma, dando aos filhos as informações necessárias para iniciar o jogo. Depois, esperam a criança acertar e a elogiam especificamente (apenas especificamente) pelo que ela fez certo.
Esqueça o seu “programa educativo”
Embora os momentos de emotividade sejam grandes oportunidades de identificação, união e estímulo, às vezes são um verdadeiro desafio para os pais que possum um “programa educativo” – isto é, uma meta baseada em algum problema que o pai ou a mãe julga estar sendo prejudicial à criança. Esses programas costumam estar associados ao desenvolvimento de qualidades tais como coragem, parcimônia, bondade e disciplina. Podem variar conforme a criança. Os pais podem achar um filho excessivamente seguro e outro excessivamente tímido.
Embora algumas crianças sejam consideradas preguiçosas ou indisciplinadas, outras são sérias demais, carecendo de espontaneidade e senso de humor. Independentemente do problema em questão, esses programas fazem que os pais vivam atentos ao comportamento do filho, sempre desejando corrigi-lo. Quando surgem conflitos ligados a questões programáticas, os pais vigilantes sentem-se na obrigação moral de deixar claro seu ponto de vista: “Com essa sua cabeça-de-vento, você tornou a esquecer de dar comida para o gato e isso é uma maldade.”; “Com essa sua impulsividade, você gastou parte da sua poupança para a faculdade comprando ingressos para concerto e isso é uma idiotice”.
Para chegar à emoção que gera a má conduta, é melhor evitar perguntas do tipo: “Por que você fez isso?” Essa pergunta soa como acusação ou crítica. É mais provável a criança responder na defensiva do que com alguma informação útil. Tente, então, perguntar com interesse o que ela estava sentindo quando agiu mal.
Para conseguir entrar em contato com o filho, a mãe precisa deixar de lado seu programa de longo prazo para tornar o menino menos “teimoso”, mais dócil. Em geral, os pais reagem à má conduta dos filhos exatamente como não devem. Às vezes, censuram a criança por qualquer defeito, rotulando-as como sendo supersensível, agressiva demais, tímida de mais, desmiolada. Esses rótulos cortam a empatia. Também são destrutivos porque a criança, infelizmente, primeiro vai acreditar nos pais, para depois tentar realizar o que eles disseram, como se aquilo fosse uma profecia divina.
Nenhum pai quer que seu filho fique preguiçoso, retraído, agressivo, burro, covarde, mentiroso. Mas também não é conveniente usar esses defeitos para defini-los. Como esse tipo de rotulação negativa pode ser evitada? A resposta é: evitando críticas aos defeitos da criança. Quando corrigir a criança, focalizar o que está acontecendo com ela naquele momento específico. Em vez de dizer: “Você é descuidada e bagunceira”, diga “Tem brinquedo espalhado pelo quarto inteiro”. Em vez de “Você lê muito devagar”, diga “Se você ler todo dia meia hora antes de dormir, vai começar a ler mais rápido”. Em vez de “Não seja tão tímida”, diga “Se você falar mais alto, o garçon vai ouvir”.
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