segunda-feira, 18 de abril de 2011

A verdade sobre meninos e meninas_7/7

Série com 3 matérias, que serão publicadas em Abril e Maio de 2011, divididas em partes.

Aqui a 1ª matéria, dividida em 7 partes: A verdade sobre meninos e meninas, que será publicada nos dias 04, 06, 08, 11, 13, 15 e 18 de Abril.

por Lise Eliot

Professora adjunta de neurociências da Chicago Medical School da Universidade Rosalind Franklin e autora de Pink brain, blue brain – How small differences grow into troublesome gaps – And what we can do about it (Houghton Miffilin Harcourt, 2009)

Revista Mente e Cérebro

Ano XVII nº209 – Julho 2010

www.mentecerebro.com.br

A preferência por jogar futebol ou brincar de casinha está longe de ser imutável. Elas são mesmo mais empáticas e eles agressivos ou apenas confirmamos o que esperamos ver? A ciência tem mostrado que, no nível neurológico, as diferenças sexuais são menores do que as pessoas costuma imaginar – mas podem se tornar mais marcadas quando as expectativas dos adultos as reforçam


MAIS FÁCIL PARA ELAS: meninas que
praticam esportes, usam calças e gostam de
construções com brinquedos de montar não
são reprimidas; já garotos que insistem em
brincar de boneca, sofrem preconceitos

Conceitos-chave

A maior parte as distinções entre os sexos não é especialmente pronunciada. Por exemplo, a diferença no desempenho intelectual, na empatia e mesmo na maioria dos tipos de violência é, em geral, muito menor do que a disparidade de altura na idade adulta (considerando que um homem de estatura mediana é mais alto que mais de 90% das mulheres).

Pesquisadores encontraram poucas diferenças de grande escala entre meninos e meninas no que se refere às estruturas ou ao funcionamento cerebrais. O cérebro dos garotos é maior, enquanto o delas termina de crescer mis cedo. Mas nenhuma dessas descobertas explica por que eles são mais ativos e elas mais verbais, nem revela um fundamento plausível para nenhuma das outras diferenças emocionais e cognitivas entre os sexos.

A própria experiência altera a estrutura e o funcionamento cerebral. A maioria das diferenças entre os sexos começa pequena, como meras tendências no temperamento ou no estilo das brincadeiras, mas é amplificada pela interação social e afetiva entre as crianças, sofrendo também fortes influências da cultura.

Para conhecer mais:

Sex differences in cognitive abilities. Diane Halpern. Lawrence Eribaum Associates, 2000.

Gender, nature, and nurture. Richard A. Lippa. Lawrence Eribaum Associates, 2002.

Brain gender. Melissa Hines. Oxford University Press, 2005.

The gender similarities hypothesis. Janet S. Hyde, em American Psychologist, vol. 60, pgs. 581-592, 2005.

Gender development. Judith E. Owen Blakemore, Sheri A. Berenbaum e Lynn S. Liben. Psychology Press, 2008.

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