por Luiz Arnaldo Stevanato
Professor universitário, consultor de RH e psicólogo
Matéria dividida 6 postagens, nos dias 15, 17, 19, 22, 24 e 26 de Agosto.
Etapas de vida e objetivos profissionais
O projeto profissional afeta a existência em toda sua extensão. Não basta ao adolescente equacionar as suas dúvidas vocacionais, para que todo problema da identidade ocupacional esteja resolvido.
Na verdade, a carreira profissional é um problema que acompanha a pessoa por toda a vida, sendo que, em que cada etapa de vida mudam as questões, que solicitam decisões, em relação à carreira profissional.
Edgard Schein, psicólogo e pesquisador americano, afirma que cada pessoa pode ser concebida como existindo num mundo no qual há múltiplas questões e problemas para serem resolvidos. Segundo este pesquisador, para os ocidentais, existiriam três categorias básicas de problemas.
Aqueles que derivam de processos biológicos e sociais, os ligados às relações familiares e o terceiro derivaria do trabalho e da carreira. O ciclo trabalho/carreira envolveria assim, desde as primeiras imagens ocupacionais, a escolha vocacional pelo adolescente, depois os vários estágios da vida no trabalho com suas crises e mudanças e, finalmente, aposentadoria, que não precisa significar o fim do trabalho, mas que coloca novas questões sobre a careira.
Em nossa cultura ocidental, existe um complexo sistema de classificação etária, onde a cada categoria corresponderia um conjunto de expectativas. Assim, é esperado que a criança seja impulsiva e descompromissada. Do adolescente, espera-se que seja confuso e que esteja ansioso para atingir a idade adulta. Já os adultos devem ser responsáveis quanto às suas obrigações profissionais e familiares. E os velhos devem aceitar a diminuição da sua capacidade física e reduzir o nível de suas responsabilidades.
Em relação a carreia profissional podemos afirmar que existem ciclos, que variam de pessoa para pessoa, mas que de modo geral, apresentam problemas gerais e tarefas específicas. O adolescente enfrenta problemas para se auto-explorar e conhecer sues interesses, necessidades e habilidades. Deve desenvolver uma base realística para fazer uma escolha vocacional.
Uma vez resolvida a questão vocacional, o jovem deve começar a se preocupar em obter formação e treinamento adequado para a ocupação que escolheu. Ao completar seu ciclo básico de formação e treinamento, cabe ao jovem escolher como irá ingressar no mercado de trabalho. É o ritual de passam para o mundo adulto. Deve fazer uma avaliação sincera das oportunidades e dos seus pontos fortes e fracos, procurando traçar um plano de carreira de longo prazo, que leve em conta seus sonhos e ambições profissionais, bem como informações sobre sua ocupação em particular.
Mais à frente, o profissional deverá fazer uma reavaliação da sua trajetória, procurando “medir” o quanto conseguiu alcançar daqueles objetivos que traçou para ele mesmo. Aliás, deve reavaliar seus objetivos, talvez eles tenham mudado, talvez os seus valores enquanto pessoa tenham mudado. Esta seria uma etapa para se redimensionar o projeto profissional o que ocorreria por volta dos 30-35 anos. É nesta fase que tomamos consciência de modo bastante claro da finitude da vida. Por isso é fundamental reavaliar as opões de carreira, para poder escolher o que realmente for importante.
A fase seguinte poderia ser chamada de “crise do meio da carreira” (midcarrer crises). Esta fase começaria aos 45 anos. É um período de crise, mas não significa que seja desprazeroso, muito menos improdutivo. Pelo contrário, neste período atinge-se o ponto máximo de conhecimento e habilidades do papel profissional. Nesta fase, as pessoas costumam avaliar o que conseguiram realizar em termos profissionais e muitas vezes se descobrem insatisfeitas. Surge uma preocupação com outras esferas da vida e com a relação que estas mantém entre si. A pessoa passa a questionar o quanto seu papel profissional ajudou ou prejudicou outros papéis como de marido, esposa, pai ou mãe. É uma fase propicia a mudanças na vida profissional e pessoal, mas são mudanças com vistas a compromissos mais estáveis ou até definitivos. Funciona como uma preparação para a fase seguinte.
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