por Angelika
Bauer-Delto, jornalista científica
Revista Mente e
Cérebro – Ano XIX – nº 235 – pgs 18-21
A sobrecarga
psíquica pode piorar significativamente algumas doenças.
Pesquisadores investigam como preocupações e tensões constantes
contribuem para que a neurodermite e outras inflamações não só
apareçam, mas também se agravem
Às 5h45 do dia 17 de
janeiro de 1995 a terra tremeu no sul do Japão. Em apenas 20
segundos, a catástrofe natural em Kobe eliminou ávida mais de 6 mil
pessoas e aniquilou 300 mil casas. A violenta destruição não
passou incólume pelo psiquismo dos afetados. Conforme comprovam
inúmeros estudos, nas áreas destruídas repentinamente muito mais
gente passou a sofrer de doenças vasculares associadas ao estresse,
em comparação às estatísticas nas regiões não afetadas.
No entanto, a sobrecarga
emocional não prejudica apenas o coração. O dermatologista Atsuko
Kodama, do Centro Médico de câncer e doenças Cardiovasculares de
Osaka, observou em 1999 que a catástrofe provocou um efeito
surpreendente: piorou sensivelmente também a situação da pele de
muitas pessoas com neurodermite . Mais de um terço da população
passou a sofrer de eczemas, coceiras e inflamações cutâneas com
mais frequência.
Essa constatação não
surpreende pessoas que sofrem com problemas de pele. Em geral, elas
sabem que irritação, preocupações e tensão podem piorar os
sintomas. Principalmente as doenças de pele inflamatórias como a
neurodermite, a psoríase (uma manifestação autoimune que acusa uma
forte escamação da pele) ou o vitiligo, pioram justamente quando
estamos diante de uma situação na qual nos sentimos avaliados,
enfrentamos uma grande frustração ou em casos de conflito.
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