Tabagismo - INCA - LUIZ CARLOS CORRÊA DA SILVA* Artigo| Liberdade para os dependentes O objetivo do primeiro tratado global de saúde pública, sob a responsabilidade da Organização Mundial da Saúde (OMS), é muito claro: "proteger as gerações presentes e futuras das devastadoras consequências sanitárias, sociais, ambientais e econômicas geradas pelo consumo e pela exposição à fumaça do tabaco". No período em que o estado do RS debateu a ratificação deste tratado _ Convenção Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT) _ houve uma grande mídia propalando que a OMS queria proibir o plantio de fumo o que deixaria milhões de pessoas sem sustento. Já se passaram mais de seis anos que o país ingressou nesse importante tratado internacional de saúde e nenhum agricultor foi prejudicado. Pelo contrário, observam-se benefícios pela progressiva redução da prevalência das doenças, o que é muito positivo para todos. Estamos falando de saúde pública e da principal epidemia evitável que acomete a sociedade contemporânea. Estamos falando do principal fator de risco para as Doenças Crônicas Não Transmissíveis, principal causa de mortes na atualidade. O que está em jogo, é esta epidemia silenciosa que causa, no Brasil, 130 mil mortes por ano e custa aos cofres públicos pelo menos R$ 21 bilhões anuais para tratar as doenças causadas pelo tabagismo. Os danos causados, silenciosamente, pelo tabagismo são incomparavelmente maiores que a Gripe A e demais doenças infecciosas juntas, e todas as causas externas de morte e agravos (acidentes de trânsito e violência em geral). Mais recentemente, entidades ligadas à produção de fumo manifestaram preocupação com as discussões em torno dos artigos da CQCT que tratam de alternativas para a fumicultura (art. 17) e proteção ao meio ambiente e à saúde das pessoas (art. 18). Trata-se de mais uma tentativa dos aliados da indústria para confundir a população, os governantes, e a opinião pública com argumentos rasos de que a adoção das medidas de saúde vão prejudicar os fumicultores. Isso é uma grande inverdade. Caso esses argumentos fossem reais, qual seria a solução? Estimular a população brasileira e mundial a fumar cada vez mais para manter as pessoas produzindo e ampliando a produção de fumo? É óbvio que não. O objetivo das entidades que defendem a implementação efetiva da CQCT no Brasil e no mundo é, não só melhorar a saúde e a qualidade de vida das pessoas, mas também dos agricultores que plantam fumo. O debate é positivo, pois é uma forma de pressionar as autoridades competentes a criarem políticas públicas que atendam ao desejo daqueles agricultores (e não são poucos) que gostariam de alternativas à produção de tabaco e carecem de políticas que favoreçam a produção e comercialização de alimentos. As teses que afirmam que a Convenção Quadro vai prejudicar os agricultores mais parecem tentativas deliberadas de criar obstáculos à adoção de medidas que farão com que menos jovens comecem a fumar e mais fumantes consigam deixar de fumar. Esse tipo de argumento se alinha mais com interesses comerciais de grandes empresas transnacionais de tabaco, tanto das processadoras de folha de fumo como das fabricantes de cigarros do que com interesses de agricultores. Portanto, para o agricultor que depende da produção de tabaco para sua subsistência, avançar no debate sobre alternativas e diversificação é uma questão crucial de sobrevivência. Afinal, o mundo que queremos para todos nós é um mundo com mais saúde e menos dependência, seja da substância nicotina, seja de um sistema integrado de produção que não dá alternativas aos próprios agricultores. Um mundo com mais liberdade para que todos possam optar pelo que querem produzir visando à valorização do seu trabalho e do bem comum. * Pneumologista, coordenador do Programa de Tabagismo da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre Fonte : Editoria de Opinião |
sexta-feira, 28 de setembro de 2012
O mundo que queremos para todos nós é um mundo com mais saúde e menos dependência
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quarta-feira, 26 de setembro de 2012
Deixe sair...
Por Conceição Trucom *
A prática diária da Alimentação Desintoxicante
permite uma limpeza completa, que vai acessando cada célula, órgão ou
sistema, cada cantinho do corpo, inclusive os emocionais e as crenças
escondidas nas nossas couraças. (ossos, músculos e tendões).
Desintoxicar-se diariamente significa expor - colocar
em evidência , iluminar - e deixar sair - desapegar - tudo o que nos
impeça de ser mais inteligentes, espontâneos e leves. Significa entrar,
limpar e clarear nosso Ser para dar espaço ao novo, ao sano: sem medo de
voar e crescer.
Deixou sair? Iluminou e liberou as sombras: helo consciência, helo lucidez!
Há um engano: a maioria das mudanças
que "tentamos" (tentar é uma expressão muito ruim pois já contém
embutida a possibilidade do fracasso) fazer na vida começam de fora,
achando que têm poder de abrir espaços ou caminhos para dentro. Um novo
trabalho que paga mais e esperamos que ele melhore nossa auto-estima. Um
novo relacionamento que sonhamos que nos dê uma vida mais alegre, cheia
de paixão, respeito e amor!
Já o convite para a desintoxicação diária é algo
diferente, porque ela favorece uma limpeza interna, ajudando-nos na
comunicação mais clara e fluida com nosso centro., nosso eixo. Como se
não bastasse, algo mais incrível começa a acontecer quando nos
desintoxicamos mais profundamente: quanto mais saudáveis e vivos nos
sentimos por dentro, tanto mais nosso "exterior" começa a refletir estes
sentimentos.
Um processo de limpeza que se inicie em nosso âmago,
mostra-se também na superfície. Tudo começa a mudar. À medida que
eliminamos do corpo as toxinas acumuladas (por anos), também começamos a
limpar nossos velhos hábitos de pensar, relacionar-se, padrões, opções,
dores, raivas e medos. Enfim, todas as coisas armazenadas e que não têm
utilidade para o crescer. Estaremos continuamente nos purificando.
Purificar é uma palavra profunda, que alcança muitos
níveis de consciência, porém extremamente adequada ao propósito da
alimentação desintoxicante.
Um convite para reflexão: confira se algum destes desejos lhe dizem respeito?
Lembrar que desejo é uma palavra muito mais forte e espirituosa do que a expressão densa do simplesmente querer.
- Desejo ter mais energia, estar bem disposta o tempo todo, a cada desafio que a vida me apresenta.
- Desejo me sentir todos os dias mais animada, entusiasmada, VIVA.
- Desejo começar uma alimentação saudável e mudar a forma de como me
alimento, sinalizando desta forma o tanto que me respeito e amo.
- Desejo ser mais cuidadosa com meu corpo, ser mais corajosa, determinada e disciplinada.
- Desejo ser mais significante e vitoriosa, tomando as decisões que
acredito serem as melhores para minha evolução e crescimento.
- Desejo ter a coragem de "largar" as coisas que sei com clareza não me fazem bem.
- Desejo simplificar e purificar minha vida, que está lotada de
coisas que não me satisfazem, mas ao contrário, me fazem sentir
insignificante e frustrada.
- Desejo seguir um caminho de mais consciência e assertividade, sem tantos erros e acertos ao acaso - achômetros.
- Desejo doar mais, a mim e aos outros.
* Conceição Trucom é química, cientista, palestrante e escritora sobre temas voltados para alimentação natural, bem-estar e qualidade de vida.
Reprodução permitida desde que mantida a integridade das informações, e citadas a autora e a fonte www.docelimao.com.br.
Recomenda-se a leitura na íntegra dos livros O poder de cura do Limão e Alimentação Desintoxicante - ambos editora Alaúde, o que possibilitará o consumo desta fruta e a prática dessa filosofia de vida com responsabilidade.
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segunda-feira, 24 de setembro de 2012
Pesquisadores de universidades paulistas criam programa de prevenção de transtorno mentais em jovens
Acompanhamento sociopsicológico pretende identificar sintomas precoces entre 10 e 24 anos
Fonte: Revista Mente&Cérebro
31 de julho de 2012
Cientistas da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), da Universidade de São Paulo (USP) e da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto (FMRP) lançaram um projeto para criar um centro de apoio sociopsicológico para acompanhar jovens expostos a fatores de risco para desenvolver dependência química e transtornos mentais, como convivência com violência e drogas.
Chamado provisoriamente de “Espaço Cuca Legal”, o futuro centro de tratamento vai dispor de atividades socioeducativas, como oficinas de leitura, teatro, música e esportes, com acompanhamento de equipe multidisciplinar. Os pesquisadores acreditam que a orientação sobre comportamentos sexuais saudáveis, o estímulo a atividades físicas e esportivas e socioculturais e a conscientização sobre os riscos do consumo de álcool, drogas e o tabagismo na adolescência, podem mudar o comportamento dos jovens e inibir ou retardar o desenvolvimento do surto psicótico.
Um projeto piloto será feito com jovens na região de Vila Maria, zona Norte de São Paulo, que possui cerca de 300 mil habitantes e onde foi criada uma área de capacitação. A ideia é dividir a região em seis áreas (50 mil pessoas cada), que serão mapeadas por agentes de saúde para identificar os casos mais emergentes e encaminhá-los para atendimento no centro de prevenção,
Cerca de 30% dos paulistas apresentam algum distúrbio psíquico, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Centros de pesquisas de várias partes do mundo indicam que patologias, como depressão, esquizofrenia e transtorno bipolar, eclodem principalemente durante a adolescência, entre os 10 e 24 anos. A falsa impressão de que os jovens são sempre muito saudáveis, além do estigma das doenças mentais, contribuem para retardar o diagnóstico e o início do tratamento, o que agrava o problema e traz repercussões por toda a vida.
Fonte: Revista Mente&Cérebro
31 de julho de 2012
Cientistas da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), da Universidade de São Paulo (USP) e da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto (FMRP) lançaram um projeto para criar um centro de apoio sociopsicológico para acompanhar jovens expostos a fatores de risco para desenvolver dependência química e transtornos mentais, como convivência com violência e drogas.
Chamado provisoriamente de “Espaço Cuca Legal”, o futuro centro de tratamento vai dispor de atividades socioeducativas, como oficinas de leitura, teatro, música e esportes, com acompanhamento de equipe multidisciplinar. Os pesquisadores acreditam que a orientação sobre comportamentos sexuais saudáveis, o estímulo a atividades físicas e esportivas e socioculturais e a conscientização sobre os riscos do consumo de álcool, drogas e o tabagismo na adolescência, podem mudar o comportamento dos jovens e inibir ou retardar o desenvolvimento do surto psicótico.
Um projeto piloto será feito com jovens na região de Vila Maria, zona Norte de São Paulo, que possui cerca de 300 mil habitantes e onde foi criada uma área de capacitação. A ideia é dividir a região em seis áreas (50 mil pessoas cada), que serão mapeadas por agentes de saúde para identificar os casos mais emergentes e encaminhá-los para atendimento no centro de prevenção,
Cerca de 30% dos paulistas apresentam algum distúrbio psíquico, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Centros de pesquisas de várias partes do mundo indicam que patologias, como depressão, esquizofrenia e transtorno bipolar, eclodem principalemente durante a adolescência, entre os 10 e 24 anos. A falsa impressão de que os jovens são sempre muito saudáveis, além do estigma das doenças mentais, contribuem para retardar o diagnóstico e o início do tratamento, o que agrava o problema e traz repercussões por toda a vida.
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sexta-feira, 21 de setembro de 2012
Uruguai estuda legalizar maconha para combater traficantes
Folha de S. Paulo
DO "NEW YORK TIMES", EM MONTEVIDÉU
A produção agrícola deste país inclui arroz, soja e trigo. Em
breve, porém, é possível que o governo suje as mãos com uma cultura
muito mais complicada, a maconha, como parte de um movimento crescente
na região para buscar alternativas à guerra às drogas liderada pelos
Estados Unidos.
O presidente uruguaio, conhecido por sua rebeldia, lançou seu primeiro chamado pela "legalização regulamentada e controlada da maconha" num plano de segurança anunciado no mês passado. Agora só se fala sobre os impactos potenciais da existência de um mercado formal daquela que Ronald Reagan certa vez descreveu como "provavelmente a droga mais perigosa da América".
"É uma mudança profunda de abordagem", falou Sebastián Sabini, um dos legisladores que trabalha sobre a proposta contenciosa anunciada pelo presidente José Mujica em 20 de junho. "Queremos dividir o mercado: separar os usuários dos traficantes, a maconha de outras drogas como a heroína."
Em toda a América Latina, líderes chocados com a difusão da violência relacionada às drogas estudam políticas que, no passado, teriam sido inconcebíveis.
Descriminalizar tudo, desde a heroína e cocaína até a maconha? Os Legislativos brasileiro e argentino acham que essa talvez seja a melhor maneira de permitir que a polícia foque sua atenção sobre os traficantes, ao invés dos viciados.
Legalizar e regulamentar não apenas o consumo de drogas, mas também o transporte delas, possivelmente impondo grandes taxas alfandegárias sobre os carregamentos a granel? O presidente guatemalteco, o ex-general do exército Otto Perez Molina, pediu a discussão dessa abordagem, enquanto líderes da Colômbia, do México, de Belize e outros países também pedem um debate mais amplo sobre o relaxamento das leis punitivas relacionadas às drogas.
O Uruguai elevou os experimentos a outro nível. Autoridades da ONU dizem que nenhum outro país até agora estudou seriamente criar um monopólio estatal totalmente legal da maconha ou de qualquer outra substância proibida pela Convenção Única da ONU sobre Drogas Narcóticas, de 1961.
Se a proposta fosse concretizada, converteria o Uruguai na primeira república mundial da maconha, passando à frente da Holanda, que desde 1976 ignora oficialmente a venda e o consumo de maconha, e Portugal, que em 2001 aboliu todas as penas criminais por consumo de drogas. Já no Uruguai, nasceria uma indústria estatal, criada por burocratas governamentais convencidos de que a oposição à maconha é algo ultrapassado.
"Em 1961 só havia televisão em preto e branco", disse Julio Calzada, secretário-geral do Comitê Nacional sobre as Drogas. "Hoje temos a internet."
Mas livrar-se do hábito da proibição não é tarefa fácil. Mesmo aqui, num país pequeno e progressista com 3,3 milhões de habitantes, a proposta do presidente enfrenta oposição. Médicos, rivais políticos, usuários de maconha e oficiais de segurança, todos já expressaram receios sobre como a maconha seria administrada e o medo de que a legalização, ou algo que se aproximasse disso, pudesse acelerar o problema crescente da drogadição e do crime no Uruguai.
José Mujica, 78, ex-guerrilheiro que se desloca num Fusca ano 1981, parece ter ficado surpreso com as reações. Ele disse este mês que, se a maioria dos uruguaios não entender o valor da legalização da droga, ele suspenderá o plano para definir melhor seus detalhes e procurar angariar apoio popular. Mas Mujica é um líder contestador que passou mais de uma década na cadeia como prisioneiro político. Ao mesmo tempo em que falou em adiar a medida, assinalou que pode não se dispor a desistir dela, destacando que os usuários de drogas "são escravizados por um mercado ilegal".
"Eles seguem o caminho da criminalidade porque não têm dinheiro e tornam-se traficantes porque não têm outro meio financeiro de satisfazer seu vício", disse o presidente.
Seu governo, que dispõe de uma maioria pequena no Congresso, está seguindo adiante com o projeto. Um dos assessores de Mujica disse este mês que o projeto de lei será submetido ao Congresso em questão de semanas, e Calzada, entre muitos outros, vem trabalhando arduamente. Sua mesa de trabalho está coberta de anotações manuscritas sobre mercados de droga locais. Tecnocrata de carreira e ostentando os cabelos longos de um roqueiro envelhecido, ele disse que vem calculando quanta maconha o Uruguai teria que cultivar para tirar os vendedores ilegais do mercado. Concluiu que, com cerca de 70 mil usuários mensais, será preciso colher pelo menos 2.200kg por mês.
"Teremos que garantir que todos nossos usuários tenham acesso a um produto de qualidade", explicou.
Calzada acrescentou que outro desafio será o da segurança. Para proteger seu produto, os cartéis do narcotráfico o escondem e utilizam a ameaça sempre presente da violência. Autoridades uruguaias, incluindo Sabini um de vários legisladores a admitir abertamente já ter fumado maconha, pensam em permitir que usuários individuais cultivem maconha para seu próprio consumo não comercial, enquanto agricultores profissionais forneceriam o restante, cultivando-o em pequenas hortas que poderiam ser protegidas facilmente.
O governo exigiria que os usuários se cadastrassem para obter cartões de registro, visando manter estrangeiros à distância, ideia influenciada por uma política adotada recentemente na Holanda, que restringiu as vendas de maconha a moradores no país e rastrear e limitar as compras da droga pelos uruguaios (possivelmente a 40 cigarros de maconha por pessoa por mês, dizem as autoridades). Finalmente, seriam criados sistemas para regulamentar o nível de THC, o ingrediente ativo da maconha, e para cobrar impostos dos produtores. As regras seriam implementadas pelos órgãos que regulamentam tabaco, álcool e farmacêuticos.
As autoridades reconhecem que, para tentar derrotar chefões do tráfico como o mexicano Joaquin Guzmán, conhecido como Chapo, o Uruguai teria que cooptar antigos inimigos e unir-se aos mesmos dependentes de drogas que há anos vem mandando para a prisão.
Isso significa aproximar-se de pessoas como Juan Vaz. Programador de computadores, pai de três filhos e possivelmente o mais famoso ativista pró-maconha do país, Vaz passou 11 meses na prisão alguns anos atrás depois de ser flagrado com cinco plantas de maconha em flor e 37 mudas. Em entrevista, ele comparou a maconha ao vinho e expressou tanto interesse quanto receio em relação aos planos do governo. Disse estar satisfeito de ver a administração Mujica encarando o problema, mas, como muitos outros, afirmou temer o controle governamental.
O consumo pessoal de maconha já foi descriminalizado no Uruguai, de modo que Vaz, 45, disse que a ideia de criar um cadastro de produtores e usuários equivale a um retrocesso orwelliano. "Nos preocupa a violação de privacidade", ele disse.
Outros plantadores e fumantes, que exigiram não ser plenamente identificados para falar, pareceram mais interessados em participar do programa proposto. O traficante e consumidor Gabriel, 35, disse que acharia ótimo um mercado legal e espera que ele combatesse o lado mais sombrio do comércio de drogas.
Martin, 26, programador barbado cujo guarda-roupa cheio de plantas de maconha infunde um aroma singular a seu apartamento, disse que seus amigos vêm falando em criar uma pequena fazenda de maconha.
Gabriel contou que vende maconha ocasionalmente há 15 anos pouco mais de um quilo por mês e que as pessoas das quais compra a droga muitas vezes o pressionam para vender drogas mais perigosas, como a pasta de cocaína, uma substância semelhante ao crack que desde 2001 vem se espalhando enormemente pela região.
A pasta base, como é conhecida aqui, é vista amplamente como responsável pela alta recente na drogadição e criminalidade violenta no Uruguai, e Mujica disse que legalizar a maconha romperá o ciclo de dependência e delinquência que começa quando os usuários viram traficantes.
Muitas pessoas na comunidade do tratamento da drogadição têm dúvidas. "Nunca vamos nos livrar do mercado negro", falou Pablo Rossi, diretor da Fundação Manantiales, que possui vários centros de tratamento residenciais em Montevidéu.
Mas Gabriel opinou que os grandes traficantes se adaptariam. A dúvida é se isso teria consequências positivas ou negativas. Talvez eles começassem a vender a cocaína por preços menores, disse Gabriel, causando mais problemas. Ou, quem sabe, fossem expulsos completamente do negócio das drogas. Por enquanto, pelo menos, os traficantes parecem temer mudanças. De acordo com Gabriel, um quilo de maconha está custando cerca de US$ 470 hoje no Uruguai. Antes da discussão da proposta de legalização, o preço era US$ 375.
"Estão tentando ganhar o máximo possível de dinheiro", disse Gabriel. "Estão achando que a legalização é iminente."
O presidente uruguaio, conhecido por sua rebeldia, lançou seu primeiro chamado pela "legalização regulamentada e controlada da maconha" num plano de segurança anunciado no mês passado. Agora só se fala sobre os impactos potenciais da existência de um mercado formal daquela que Ronald Reagan certa vez descreveu como "provavelmente a droga mais perigosa da América".
"É uma mudança profunda de abordagem", falou Sebastián Sabini, um dos legisladores que trabalha sobre a proposta contenciosa anunciada pelo presidente José Mujica em 20 de junho. "Queremos dividir o mercado: separar os usuários dos traficantes, a maconha de outras drogas como a heroína."
Em toda a América Latina, líderes chocados com a difusão da violência relacionada às drogas estudam políticas que, no passado, teriam sido inconcebíveis.
Descriminalizar tudo, desde a heroína e cocaína até a maconha? Os Legislativos brasileiro e argentino acham que essa talvez seja a melhor maneira de permitir que a polícia foque sua atenção sobre os traficantes, ao invés dos viciados.
Legalizar e regulamentar não apenas o consumo de drogas, mas também o transporte delas, possivelmente impondo grandes taxas alfandegárias sobre os carregamentos a granel? O presidente guatemalteco, o ex-general do exército Otto Perez Molina, pediu a discussão dessa abordagem, enquanto líderes da Colômbia, do México, de Belize e outros países também pedem um debate mais amplo sobre o relaxamento das leis punitivas relacionadas às drogas.
O Uruguai elevou os experimentos a outro nível. Autoridades da ONU dizem que nenhum outro país até agora estudou seriamente criar um monopólio estatal totalmente legal da maconha ou de qualquer outra substância proibida pela Convenção Única da ONU sobre Drogas Narcóticas, de 1961.
Se a proposta fosse concretizada, converteria o Uruguai na primeira república mundial da maconha, passando à frente da Holanda, que desde 1976 ignora oficialmente a venda e o consumo de maconha, e Portugal, que em 2001 aboliu todas as penas criminais por consumo de drogas. Já no Uruguai, nasceria uma indústria estatal, criada por burocratas governamentais convencidos de que a oposição à maconha é algo ultrapassado.
"Em 1961 só havia televisão em preto e branco", disse Julio Calzada, secretário-geral do Comitê Nacional sobre as Drogas. "Hoje temos a internet."
Mas livrar-se do hábito da proibição não é tarefa fácil. Mesmo aqui, num país pequeno e progressista com 3,3 milhões de habitantes, a proposta do presidente enfrenta oposição. Médicos, rivais políticos, usuários de maconha e oficiais de segurança, todos já expressaram receios sobre como a maconha seria administrada e o medo de que a legalização, ou algo que se aproximasse disso, pudesse acelerar o problema crescente da drogadição e do crime no Uruguai.
José Mujica, 78, ex-guerrilheiro que se desloca num Fusca ano 1981, parece ter ficado surpreso com as reações. Ele disse este mês que, se a maioria dos uruguaios não entender o valor da legalização da droga, ele suspenderá o plano para definir melhor seus detalhes e procurar angariar apoio popular. Mas Mujica é um líder contestador que passou mais de uma década na cadeia como prisioneiro político. Ao mesmo tempo em que falou em adiar a medida, assinalou que pode não se dispor a desistir dela, destacando que os usuários de drogas "são escravizados por um mercado ilegal".
"Eles seguem o caminho da criminalidade porque não têm dinheiro e tornam-se traficantes porque não têm outro meio financeiro de satisfazer seu vício", disse o presidente.
Seu governo, que dispõe de uma maioria pequena no Congresso, está seguindo adiante com o projeto. Um dos assessores de Mujica disse este mês que o projeto de lei será submetido ao Congresso em questão de semanas, e Calzada, entre muitos outros, vem trabalhando arduamente. Sua mesa de trabalho está coberta de anotações manuscritas sobre mercados de droga locais. Tecnocrata de carreira e ostentando os cabelos longos de um roqueiro envelhecido, ele disse que vem calculando quanta maconha o Uruguai teria que cultivar para tirar os vendedores ilegais do mercado. Concluiu que, com cerca de 70 mil usuários mensais, será preciso colher pelo menos 2.200kg por mês.
"Teremos que garantir que todos nossos usuários tenham acesso a um produto de qualidade", explicou.
Calzada acrescentou que outro desafio será o da segurança. Para proteger seu produto, os cartéis do narcotráfico o escondem e utilizam a ameaça sempre presente da violência. Autoridades uruguaias, incluindo Sabini um de vários legisladores a admitir abertamente já ter fumado maconha, pensam em permitir que usuários individuais cultivem maconha para seu próprio consumo não comercial, enquanto agricultores profissionais forneceriam o restante, cultivando-o em pequenas hortas que poderiam ser protegidas facilmente.
O governo exigiria que os usuários se cadastrassem para obter cartões de registro, visando manter estrangeiros à distância, ideia influenciada por uma política adotada recentemente na Holanda, que restringiu as vendas de maconha a moradores no país e rastrear e limitar as compras da droga pelos uruguaios (possivelmente a 40 cigarros de maconha por pessoa por mês, dizem as autoridades). Finalmente, seriam criados sistemas para regulamentar o nível de THC, o ingrediente ativo da maconha, e para cobrar impostos dos produtores. As regras seriam implementadas pelos órgãos que regulamentam tabaco, álcool e farmacêuticos.
As autoridades reconhecem que, para tentar derrotar chefões do tráfico como o mexicano Joaquin Guzmán, conhecido como Chapo, o Uruguai teria que cooptar antigos inimigos e unir-se aos mesmos dependentes de drogas que há anos vem mandando para a prisão.
Isso significa aproximar-se de pessoas como Juan Vaz. Programador de computadores, pai de três filhos e possivelmente o mais famoso ativista pró-maconha do país, Vaz passou 11 meses na prisão alguns anos atrás depois de ser flagrado com cinco plantas de maconha em flor e 37 mudas. Em entrevista, ele comparou a maconha ao vinho e expressou tanto interesse quanto receio em relação aos planos do governo. Disse estar satisfeito de ver a administração Mujica encarando o problema, mas, como muitos outros, afirmou temer o controle governamental.
O consumo pessoal de maconha já foi descriminalizado no Uruguai, de modo que Vaz, 45, disse que a ideia de criar um cadastro de produtores e usuários equivale a um retrocesso orwelliano. "Nos preocupa a violação de privacidade", ele disse.
Outros plantadores e fumantes, que exigiram não ser plenamente identificados para falar, pareceram mais interessados em participar do programa proposto. O traficante e consumidor Gabriel, 35, disse que acharia ótimo um mercado legal e espera que ele combatesse o lado mais sombrio do comércio de drogas.
Martin, 26, programador barbado cujo guarda-roupa cheio de plantas de maconha infunde um aroma singular a seu apartamento, disse que seus amigos vêm falando em criar uma pequena fazenda de maconha.
Gabriel contou que vende maconha ocasionalmente há 15 anos pouco mais de um quilo por mês e que as pessoas das quais compra a droga muitas vezes o pressionam para vender drogas mais perigosas, como a pasta de cocaína, uma substância semelhante ao crack que desde 2001 vem se espalhando enormemente pela região.
A pasta base, como é conhecida aqui, é vista amplamente como responsável pela alta recente na drogadição e criminalidade violenta no Uruguai, e Mujica disse que legalizar a maconha romperá o ciclo de dependência e delinquência que começa quando os usuários viram traficantes.
Muitas pessoas na comunidade do tratamento da drogadição têm dúvidas. "Nunca vamos nos livrar do mercado negro", falou Pablo Rossi, diretor da Fundação Manantiales, que possui vários centros de tratamento residenciais em Montevidéu.
Mas Gabriel opinou que os grandes traficantes se adaptariam. A dúvida é se isso teria consequências positivas ou negativas. Talvez eles começassem a vender a cocaína por preços menores, disse Gabriel, causando mais problemas. Ou, quem sabe, fossem expulsos completamente do negócio das drogas. Por enquanto, pelo menos, os traficantes parecem temer mudanças. De acordo com Gabriel, um quilo de maconha está custando cerca de US$ 470 hoje no Uruguai. Antes da discussão da proposta de legalização, o preço era US$ 375.
"Estão tentando ganhar o máximo possível de dinheiro", disse Gabriel. "Estão achando que a legalização é iminente."
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quarta-feira, 19 de setembro de 2012
De bem com a natureza - Brotos
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segunda-feira, 17 de setembro de 2012
Para manter as aparências
Passar pelos chamados sonhos de consumo sem ceder a eles pode evitar
dívidas, ganho de peso desnecessário e sensação de impotência
por Daisy Grewal
30 de julho de 2012
Revista Mente&Cérebro
Em algum momento,
todos ansiamos por nos sentir importantes, poderosos e populares. O
desejo por prestígio é um dos aspectos mais essenciais na orientação do
comportamento humano – o lugar que ocupamos na escada social pode
determinar, entre outras coisas, com quem nos casaremos e quanto tempo
viveremos, por exemplo. No entanto, pesquisas recentes sugerem que
algumas tentativas para subir na hierarquia social podem ter o efeito
contrário em relação ao esperado: certas atitudes, como ostentar grifes
ou comer nos restaurantes mais caros para elevar a autoestima, podem
melhorar o ânimo por um curto período, mas, a longo prazo, aumentam os
riscos de permanecer em uma posição social desprivilegiada.
Os sentimentos de impotência diante das demandas de consumo e a falta de influência no meio em que vivem podem levar pessoas com baixa autoestima a pagar mais por produtos e serviços e até a comer mais. A médio e longo prazo, a insistência nessa atitude é capaz de torná-las mais pobres, menos atrativas e rebaixar sua posição social em vez de fazê-la crescer. Saber como e quando essas questões influenciam nossas decisões pode ajudar a quebrar o círculo vicioso.
Em um estudo feito em 2008, os psicólogos Derek Rucker e Adam Galinsky, da Universidade Northwestern, descobriram que interferir no sentimento das pessoas quanto à sua posição social pode alterar o valor que elas estão dispostas a pagar por produtos. Os pesquisadores pediram a parte dos participantes do estudo que escrevessem sobre as vezes em que se sentiram poderosos e aos demais que discorressem sobre as ocasiões nas quais experimentaram a sensação de impotência diante de uma situação. Em seguida, perguntaram a todos quanto estariam dispostos a pagar por alguns produtos. Aqueles que haviam escrito sobre se sentir incapazes de agir ofereceram valores significativamente maiores por itens de luxo. Conclusão: o desejo de uma solução rápida para sentimentos de frustração tem o poder de colocar os indivíduos que não se sentem influentes em maior risco de acumular dívidas ou, pelo menos, de fazer alguns investimentos questionáveis.
Além de esvaziar nossa carteira, a sensação de inferioridade pode nos fazer ganhar peso. Para chegarem a essa conclusão, o professor de marketing David Dubois, também da Universidade Northwestern, e seus colegas desenvolveram uma técnica: instruíam metade dos participantes a se imaginar como um profissional de alto escalão, com possibilidade de fazer escolhas, e outra parte como um empregado humilde, sem poder de decisão. Em seguida, eles pediram que escolhessem entre um recipiente pequeno e um grande, nos quais seria servida a mesma quantidade de comida – um pedaço de pizza ou um milk-shake.
Os “funcionários humildes” escolheram os recipientes maiores na maioria das vezes, em relação àqueles que se imaginaram como “patrões”, embora a quantidade de comida fosse a mesma em ambos os casos. Os pesquisadores concluíram que “grandes coisas” podem sinalizar um status mais elevado, o que faz com que as pessoas que se sentem impotentes tendam a comprar produtos com embalagens maiores. Naturalmente, as calorias adicionais contidas nesses pacotes também terão consequências na vida real. De qualquer forma, um dos efeitos colaterais da compra de mais alimento será o ganho de peso – o que, é claro, pode afetar não só a saúde, mas também a maneira como os outros nos veem.
Quando estamos atormentados por sentimentos dolorosos devido ao baixo reconhecimento social, nosso julgamento pode se tornar obscurecido. Podemos focar tanto em como ser mais feliz no momento que nos esquecemos de prestar atenção em como nosso comportamento irá nos afetar a longo prazo. A ligação entre o poder e o tamanho da porção pode explicar, pelo menos em parte, por que a obesidade tem aumentado mais rapidamente entre os americanos mais pobres.
A boa notícia é que manipular o que sinaliza um status social desejado pode orientar as pessoas a fazer melhores escolhas. Quando Dubois e seus colegas alertaram os participantes que a escolha de porções maiores estava relacionada à tentativa de ter maior prestígio social, eles escolheram quantidades menores. Basta estar consciente de que seu comportamento pode estar sob influência de sentimentos de inferioridade para melhorar seu julgamento diante das escolhas.
Por isso, quando você estiver na fila de uma lanchonete, planejando comprar a batata frita tamanho gigante ou aquele refrigerante extra, reflita sobre seu estado emocional. Se alguma coisa o fez se sentir inferiorizado, é provável que você “queira” o tamanho grande por outras razões que não a fome. Tomar consciência das próprias motivações também é útil quando vamos ao supermercado. Se os sentimentos de insegurança estão em alta, seria mais adequado voltar às compras mais tarde, quando se sentir mais confiante. E, assim, ainda fazer um bom negócio.
por Daisy Grewal
30 de julho de 2012
Revista Mente&Cérebro
Os sentimentos de impotência diante das demandas de consumo e a falta de influência no meio em que vivem podem levar pessoas com baixa autoestima a pagar mais por produtos e serviços e até a comer mais. A médio e longo prazo, a insistência nessa atitude é capaz de torná-las mais pobres, menos atrativas e rebaixar sua posição social em vez de fazê-la crescer. Saber como e quando essas questões influenciam nossas decisões pode ajudar a quebrar o círculo vicioso.
Em um estudo feito em 2008, os psicólogos Derek Rucker e Adam Galinsky, da Universidade Northwestern, descobriram que interferir no sentimento das pessoas quanto à sua posição social pode alterar o valor que elas estão dispostas a pagar por produtos. Os pesquisadores pediram a parte dos participantes do estudo que escrevessem sobre as vezes em que se sentiram poderosos e aos demais que discorressem sobre as ocasiões nas quais experimentaram a sensação de impotência diante de uma situação. Em seguida, perguntaram a todos quanto estariam dispostos a pagar por alguns produtos. Aqueles que haviam escrito sobre se sentir incapazes de agir ofereceram valores significativamente maiores por itens de luxo. Conclusão: o desejo de uma solução rápida para sentimentos de frustração tem o poder de colocar os indivíduos que não se sentem influentes em maior risco de acumular dívidas ou, pelo menos, de fazer alguns investimentos questionáveis.
Além de esvaziar nossa carteira, a sensação de inferioridade pode nos fazer ganhar peso. Para chegarem a essa conclusão, o professor de marketing David Dubois, também da Universidade Northwestern, e seus colegas desenvolveram uma técnica: instruíam metade dos participantes a se imaginar como um profissional de alto escalão, com possibilidade de fazer escolhas, e outra parte como um empregado humilde, sem poder de decisão. Em seguida, eles pediram que escolhessem entre um recipiente pequeno e um grande, nos quais seria servida a mesma quantidade de comida – um pedaço de pizza ou um milk-shake.
Os “funcionários humildes” escolheram os recipientes maiores na maioria das vezes, em relação àqueles que se imaginaram como “patrões”, embora a quantidade de comida fosse a mesma em ambos os casos. Os pesquisadores concluíram que “grandes coisas” podem sinalizar um status mais elevado, o que faz com que as pessoas que se sentem impotentes tendam a comprar produtos com embalagens maiores. Naturalmente, as calorias adicionais contidas nesses pacotes também terão consequências na vida real. De qualquer forma, um dos efeitos colaterais da compra de mais alimento será o ganho de peso – o que, é claro, pode afetar não só a saúde, mas também a maneira como os outros nos veem.
Quando estamos atormentados por sentimentos dolorosos devido ao baixo reconhecimento social, nosso julgamento pode se tornar obscurecido. Podemos focar tanto em como ser mais feliz no momento que nos esquecemos de prestar atenção em como nosso comportamento irá nos afetar a longo prazo. A ligação entre o poder e o tamanho da porção pode explicar, pelo menos em parte, por que a obesidade tem aumentado mais rapidamente entre os americanos mais pobres.
A boa notícia é que manipular o que sinaliza um status social desejado pode orientar as pessoas a fazer melhores escolhas. Quando Dubois e seus colegas alertaram os participantes que a escolha de porções maiores estava relacionada à tentativa de ter maior prestígio social, eles escolheram quantidades menores. Basta estar consciente de que seu comportamento pode estar sob influência de sentimentos de inferioridade para melhorar seu julgamento diante das escolhas.
Por isso, quando você estiver na fila de uma lanchonete, planejando comprar a batata frita tamanho gigante ou aquele refrigerante extra, reflita sobre seu estado emocional. Se alguma coisa o fez se sentir inferiorizado, é provável que você “queira” o tamanho grande por outras razões que não a fome. Tomar consciência das próprias motivações também é útil quando vamos ao supermercado. Se os sentimentos de insegurança estão em alta, seria mais adequado voltar às compras mais tarde, quando se sentir mais confiante. E, assim, ainda fazer um bom negócio.
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sexta-feira, 14 de setembro de 2012
Tablets devem ser usados com moderação por crianças
Por UNIAD
Qui, 02 de Agosto de 2012 14:07
R7
Uso indiscriminado pode causar problemas como autismo e transtorno por déficit de atenção com hiperatividade
O uso crescente de tablets entre as crianças vem chamando a atenção dos cientistas. De acordo com uma pesquisa, só no Reino Unido e nos Estados Unidos, 15% dos menores na faixa etária dos três aos oito anos utilizam iPad. A dependência das crianças com os aparelinhos não é saudável, alertam os estudiosos.
Segundo pesquisas, o uso indiscriminado dos tablets até mesmo como forma de aprendizado nas escolas pode causar problemas como o autismo e o TDAH (transtorno por déficit de atenção com hiperatividade).
De acordo com os especialistas que estudam o assunto, é preciso regular o tempo que as crianças passam com os tablets, que oferecem uma quantidade enorme de informação simultaneamente.
Qui, 02 de Agosto de 2012 14:07
R7
Uso indiscriminado pode causar problemas como autismo e transtorno por déficit de atenção com hiperatividade
O uso crescente de tablets entre as crianças vem chamando a atenção dos cientistas. De acordo com uma pesquisa, só no Reino Unido e nos Estados Unidos, 15% dos menores na faixa etária dos três aos oito anos utilizam iPad. A dependência das crianças com os aparelinhos não é saudável, alertam os estudiosos.
Segundo pesquisas, o uso indiscriminado dos tablets até mesmo como forma de aprendizado nas escolas pode causar problemas como o autismo e o TDAH (transtorno por déficit de atenção com hiperatividade).
De acordo com os especialistas que estudam o assunto, é preciso regular o tempo que as crianças passam com os tablets, que oferecem uma quantidade enorme de informação simultaneamente.
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quarta-feira, 12 de setembro de 2012
O dilema das aulas particulares_5/5
Por Daniela Macedo –
daniela.macedo@abril.com.br
Revista Veja, 11 de Abril, 2012 – pgs
116 a 118
Estudar por lazer
Parece sonho, mas alguns alunos gostam,
e muito, de estudar. Quando há facilidade em aprender e interesse
maior da criança por uma matéria específica, os pais chegam a um
(agradável) impasse: investir no talento do filho com atividades
relacionadas à disciplina preferida, ou abordar outras áreas do
conhecimento a fim de manter o equilíbrio? Segundo os especialistas,
todo incentivo é bem-vindo. Ou seja, se a criança gosta de
literatura, de fato vale estimular o escritor potencial que há nela.
Mas não sem antes considerat algumas questões;
- É importante garantir que a acriança
tenha um tempo reservado às brincadeiras, sem responsabilidade de
cumprir horários e tarefas
- Os pais não devem descuidar das
outras áreas acadêmicas,. Ou seja, as atividades extras não devem
sobrecarregar a criança nem afetar as notas de outras disciplinas.
- O ideal é diversificar, mesmo que
dentro da área de interesse da criança. Se ela demonstra fascínio
pelas aulas de artes, pode frequentar cursos de desenho, pintura e
música. Para as que têm facilidade em matemática, há curso de
informática, robótica e até aeromodelismo.
- Ensinar os colegas de escola que
precisam de uma mãozinha na matéria é um excelente exercício, já
que criar explicações para fazer o outro entender reforça o
conhecimento. Também para o amigo-aluno há vantagens. “É mais
fácil aprender quando se é ensinado por alguém da mesma idade”,
diz a psicopedagoga Neide Noffs, da PUC-SP.
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segunda-feira, 10 de setembro de 2012
O dilema das aulas particulares_4/5
Por Daniela Macedo –
daniela.macedo@abril.com.br
Revista Veja, 11 de Abril, 2012 – pgs
116 a 118
Transtorno ou travessura?
Os especialistas alertam para o excesso
de diagnósticos de transtorno de déficit de atenção e
hiperatividade (TDAH) entre crianças na fase escolar.
Com tantos estímulos – celulares,
games, computadores -, as crianças multitarefas podem se entediar
facilmente ao realizar tarefas que consideram monótonas. Quando
obrigadas a permanecer sentadas por várias horas na sala de aula,
então, a perda de paciência e concentração é quase inevitável –
e, na esteira dela, vem as notas baixas. Daí para suspeita de
transtorno de déficit de atenção e hiperatividade é, hoje em dia
um passo. O questionário mais comumente usado para diagnosticar o
distúrbio, porém, não é unanimidade entre os especialistas. A
psicóloga Marilene Proença, da Universidade de São Paulo, explica:
as perguntas não são contextualizadas nem sofrem adaptação para
diferentes faixas etárias. Ou seja, questão como tem dificuldade de
esperar sua vez?” e “fala em excesso:”, além de subjetivas,
servem para avaliar crianças de 3 a 12 anos, que têm noções de
tempo muito diversas e estão em estágios de sociabilidade
distintos. Marilene Proença é membro da Associação Brasileira de
Psicologia Escolar e Educacional e do Fórum sobre Medicalização,
grupo composto de pediatras, professores e outros profissionais de
saúde e educação, que discute o uso de medicação para tratar
comportamentos. “O limite ente atitudes típicas da infância e um
distúrbio neurobiológico é em parte cultural nem sempre
objetivo”, dia a psicóloga. O tratamento envolve medicamentos que
têm forte impacto sobre o sistema nervoso central e podem causar
efeitos adversos como dor de cabeça, náusea e taquicardia. “Um
diagnóstico impreciso de TDAH implica usar medicação para resolver
um problema que na maior parte das vezes é pedagógico”, diz
Marilene. A recomendação, portanto, é de cautela: se houver
suspeita de TDAH, o ideal é buscar o veredicto de vários
profissionais antes de decidir-se pelo emprego de medicamentos.
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sexta-feira, 7 de setembro de 2012
O dilema das aulas particulares_3/5
Por Daniela Macedo –
daniela.macedo@abril.com.br
Revista Veja, 11 de Abril, 2012 – pgs
116 a 118
Dificuldade em habilidades básicas
A criança até parece levar jeito para
o raciocínio matemático – mas, na hora de resolver a lição, não
sabe nem por onde começar. O problema talvez não esteja na
matemática, mas sim no português: é o enunciado das questões que
ela não entende. Nesses casos em que a dificuldade de aprendizado
não está associada ao conteúdo da matéria, é claro eu as aulas
de reforço daquela disciplina não vão adiante nada.
Se os professores da criança não se tocaram desse fato comum da vida, é sinal de que eles é que não estão prestando atenção na aula. Converse, cobre, insista e encoraje: reforços bem direcionados em geral bastam para por tudo de volta nos trilhos. “Os professores e pedagogos têm de ser capacitados para identificar dificuldades com habilidades básicas como leitura e interpretação de texto ou compreensão de sentenças matemáticas”, explica Neide Noffs, coordenadora do curso de psicopedagogia da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo.
Se os professores da criança não se tocaram desse fato comum da vida, é sinal de que eles é que não estão prestando atenção na aula. Converse, cobre, insista e encoraje: reforços bem direcionados em geral bastam para por tudo de volta nos trilhos. “Os professores e pedagogos têm de ser capacitados para identificar dificuldades com habilidades básicas como leitura e interpretação de texto ou compreensão de sentenças matemáticas”, explica Neide Noffs, coordenadora do curso de psicopedagogia da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo.
Defasagem de conteúdo
Segundo os especialistas, trata-se da
única situação em que aulas particulares são benéficas. A
defasagem acontece principalmente quando a criança muda de escola e
passa a frequentar uma instituição mais exigente, ou quando se
afasta por período longo, por doença ou outro problema familiar.
Nesse caso, as aulas de reforço são a melhor solução para o aluno
alcançar o nível dos colegas. Outra possibilidade: o aluno diz que
vai mal em química porque “detesta” a matéria. Aí, volta-se ao
segundo item deste guia, aquele referente ao empenho; não se poder
fazer só aquilo que se gosta, e o emprego do alunos é estudar...
O momento para começar
Em geral, os pais aflitos recorrem às
aulas particulares aos 45 minutos do segundo tempo, como uma medida
desesperada para salvar o ano letivo. “É um erro grave deixar as
aulas de reforça para o último bimestre, pois os conteúdo que ao
aluno deixou de aprender nos primeiros meses seria justamente a base
para o resto do ano. Em esse conhecimento básico, as dificuldades
nos meses seguintes são inevitáveis”, diz o professor Garcia. Os
colégios que oferecem aulas de reforço e plantões de dúvidas aos
alunos com rendimento insatisfatório, procuram resolver o problema
assim que ele surge. No Vértice, em São Paulo, e no pH, no Rio de
Janeiro, por exemplo, o reforço entra em cena assim que aparecem as
primeira notas baixas, nos primeiros meses do ano letivo. Trocando
em miúdos, o primeiro bimestre é o da avaliação. o segundo, o da
ação.
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quarta-feira, 5 de setembro de 2012
O dilema das aulas particulares_2/5
Por Daniela Macedo –
daniela.macedo@abril.com.br
Revista Veja, 11 de Abril, 2012 – pgs
116 a 118
Participação dos pais
O primeiro passo para entender por que
seu filho está indo mal é acompanhar muito de perto a vida escolar
dele. Oferecer um espaço tranquilo para que ele estude,
supervisionar seus boletins, conferir sua lição de casa e as
anotações feitas em aula, nos cadernos – além de ouvir com
atenção o que ele tem a dizer sobre a escola e os professores -,
são deveres dos pais. O objetivo não é pressionar o aluno a se
destacar dos colegas nem fazer a lição de casa por ele; é dar
amparo para que ele progrida por seus próprios esforços. É uma boa
ideia também estimular o interesse pelas matérias nos horários de
lazer, comprando livros ou visitando exposições. Finalmente, é
fundamental que os pais conversem regularmente como os professores,
para conhecer em profundidade o método do colégio e o comportamento
do filho no ambiente escolar. “O sucesso do aluno depende da
parceria dos pais com a equipe pedagógica!”, diz Rui Alves,
diretor de ensino no do Colégio PH, do Rio de Janeiro.
Empenho do aluno
É preciso avaliar – e reconhecer –
quando é a própria criança ou adolescente quem cria barreiras para
o aprendizado, ao negligenciar o que é dito em sala de aula, ignorar
as lições de casa e recusar-se a participar de atividades
organizadas pelo colégio. Escassez de anotações ou informações
incorretas no caderno são sinais de desorganização e desatenção.
“Na maioria das vezes, é a falta de disciplina do aluno o motivo
de seu baixo rendimento”, diz Adilson Garcia, diretor do Colégio
Vértice, em São Paulo. A saída, aí, é estabelecer uma disciplina
para a criança e acompanhá-la passo a passo, todos os dias ,até
que ela tenha se tornado uma segunda natureza. Vai dar um trabalho
danado, mas vale a pena. A lição fica para a vida toda.
Metodologia de ensino da escola
A explicação para o desânimo do
aluno pode estar no método da escola. Se em casa a criança usa o
computar ou o tablet, joga games e tem acesso à internet, é natural
que se sinta entediada quando a obrigam a passar horas copiando
frases da lousa. “A metodologia deve ser compatível com a
realidade do aluno. Uma criança cercada de tecnologia precisa de
dinamismo para motivá-la”, diz Silva Colello, a USP. Ou seja: não
adianta, por exemplo, tentar compensar o ambiente liberal de casa
escolhendo uma escola rigorosa e conservadora. O único resultado
será tornar a criança infeliz e desconfortável. O especialista
lembra ainda que irmãos podem não se adaptar à mesma instituição
de ensino. “Muitas vezes, a escola que é boa para um filho é ruim
para o outro”. Nesses casos, em vez de tentar mudar o filho, pode
ser mais produtivo mudar de colégio.
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segunda-feira, 3 de setembro de 2012
O dilema das aulas particulares_1/5
Por Daniela Macedo –
daniela.macedo@abril.com.br
Revista Veja, 11 de Abril, 2012 – pgs
116 a 118
O baixo rendimento de um aluno ao longo
do ano consuma levar a família a una corrida contra o tempo, para
que ele não perca o ano letivo, sobrecarrega-se o filho com aulas
particulares no quarto bimestre.
A atitude, porém, é reprovada pelos
especialista em educação. Além da pressão psicológica e do
cansaço físico que acarretam, as aulas particulares podem
enfraquecer o compromisso da escola com o ensino. “Não mais do que
3% a 7% das crianças apresentam alguma dificuldade real de
aprendizado – decorrente, por exemplo, de problemas de visão ou
audição, dislexia ou algum tipo de comprometimento neurológico”,
diz Silva Colello, professora da Faculdade de Educação da
Universidade de São Paulo.
Fora esse universo restrito, cabe à
equipe pedagógica da escola atender de forma eficaz os alunos com
diferentes ritmos de aprendizado, elaborando estratégias de ensino
diversificadas e oferecendo plantões ou aluas de reforço.
A seguir,
especialista comentam os pontos que deem ser avaliados quando as
notas vêm baixas.
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