sexta-feira, 7 de setembro de 2012

O dilema das aulas particulares_3/5


Por Daniela Macedo – daniela.macedo@abril.com.br
Revista Veja, 11 de Abril, 2012 – pgs 116 a 118


Dificuldade em habilidades básicas

A criança até parece levar jeito para o raciocínio matemático – mas, na hora de resolver a lição, não sabe nem por onde começar. O problema talvez não esteja na matemática, mas sim no português: é o enunciado das questões que ela não entende. Nesses casos em que a dificuldade de aprendizado não está associada ao conteúdo da matéria, é claro eu as aulas de reforço daquela disciplina não vão adiante nada.
Se os professores da criança não se tocaram desse fato comum da vida, é sinal de que eles é que não estão prestando atenção na aula. Converse, cobre, insista e encoraje: reforços bem direcionados em geral bastam para por tudo de volta nos trilhos. “Os professores e pedagogos têm de ser capacitados para identificar dificuldades com habilidades básicas como leitura e interpretação de texto ou compreensão de sentenças matemáticas”, explica Neide Noffs, coordenadora do curso de psicopedagogia da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo.

Defasagem de conteúdo

Segundo os especialistas, trata-se da única situação em que aulas particulares são benéficas. A defasagem acontece principalmente quando a criança muda de escola e passa a frequentar uma instituição mais exigente, ou quando se afasta por período longo, por doença ou outro problema familiar. Nesse caso, as aulas de reforço são a melhor solução para o aluno alcançar o nível dos colegas. Outra possibilidade: o aluno diz que vai mal em química porque “detesta” a matéria. Aí, volta-se ao segundo item deste guia, aquele referente ao empenho; não se poder fazer só aquilo que se gosta, e o emprego do alunos é estudar...

O momento para começar

Em geral, os pais aflitos recorrem às aulas particulares aos 45 minutos do segundo tempo, como uma medida desesperada para salvar o ano letivo. “É um erro grave deixar as aulas de reforça para o último bimestre, pois os conteúdo que ao aluno deixou de aprender nos primeiros meses seria justamente a base para o resto do ano. Em esse conhecimento básico, as dificuldades nos meses seguintes são inevitáveis”, diz o professor Garcia. Os colégios que oferecem aulas de reforço e plantões de dúvidas aos alunos com rendimento insatisfatório, procuram resolver o problema assim que ele surge. No Vértice, em São Paulo, e no pH, no Rio de Janeiro, por exemplo, o reforço entra em cena assim que aparecem as primeira notas baixas, nos primeiros meses do ano letivo. Trocando em miúdos, o primeiro bimestre é o da avaliação. o segundo, o da ação.

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