Por Daniela Macedo –
daniela.macedo@abril.com.br
Revista Veja, 11 de Abril, 2012 – pgs
116 a 118
Participação dos pais
O primeiro passo para entender por que
seu filho está indo mal é acompanhar muito de perto a vida escolar
dele. Oferecer um espaço tranquilo para que ele estude,
supervisionar seus boletins, conferir sua lição de casa e as
anotações feitas em aula, nos cadernos – além de ouvir com
atenção o que ele tem a dizer sobre a escola e os professores -,
são deveres dos pais. O objetivo não é pressionar o aluno a se
destacar dos colegas nem fazer a lição de casa por ele; é dar
amparo para que ele progrida por seus próprios esforços. É uma boa
ideia também estimular o interesse pelas matérias nos horários de
lazer, comprando livros ou visitando exposições. Finalmente, é
fundamental que os pais conversem regularmente como os professores,
para conhecer em profundidade o método do colégio e o comportamento
do filho no ambiente escolar. “O sucesso do aluno depende da
parceria dos pais com a equipe pedagógica!”, diz Rui Alves,
diretor de ensino no do Colégio PH, do Rio de Janeiro.
Empenho do aluno
É preciso avaliar – e reconhecer –
quando é a própria criança ou adolescente quem cria barreiras para
o aprendizado, ao negligenciar o que é dito em sala de aula, ignorar
as lições de casa e recusar-se a participar de atividades
organizadas pelo colégio. Escassez de anotações ou informações
incorretas no caderno são sinais de desorganização e desatenção.
“Na maioria das vezes, é a falta de disciplina do aluno o motivo
de seu baixo rendimento”, diz Adilson Garcia, diretor do Colégio
Vértice, em São Paulo. A saída, aí, é estabelecer uma disciplina
para a criança e acompanhá-la passo a passo, todos os dias ,até
que ela tenha se tornado uma segunda natureza. Vai dar um trabalho
danado, mas vale a pena. A lição fica para a vida toda.
Metodologia de ensino da escola
A explicação para o desânimo do
aluno pode estar no método da escola. Se em casa a criança usa o
computar ou o tablet, joga games e tem acesso à internet, é natural
que se sinta entediada quando a obrigam a passar horas copiando
frases da lousa. “A metodologia deve ser compatível com a
realidade do aluno. Uma criança cercada de tecnologia precisa de
dinamismo para motivá-la”, diz Silva Colello, a USP. Ou seja: não
adianta, por exemplo, tentar compensar o ambiente liberal de casa
escolhendo uma escola rigorosa e conservadora. O único resultado
será tornar a criança infeliz e desconfortável. O especialista
lembra ainda que irmãos podem não se adaptar à mesma instituição
de ensino. “Muitas vezes, a escola que é boa para um filho é ruim
para o outro”. Nesses casos, em vez de tentar mudar o filho, pode
ser mais produtivo mudar de colégio.
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