Acompanhamento sociopsicológico pretende identificar sintomas precoces entre 10 e 24 anos
Fonte: Revista Mente&Cérebro
31 de julho de 2012
Cientistas da Universidade Federal de São
Paulo (Unifesp), da Universidade de São Paulo (USP) e da Faculdade de
Medicina da USP de Ribeirão Preto (FMRP) lançaram um projeto para criar
um centro de apoio sociopsicológico para acompanhar jovens expostos a
fatores de risco para desenvolver dependência química e transtornos
mentais, como convivência com violência e drogas.
Chamado
provisoriamente de “Espaço Cuca Legal”, o futuro centro de tratamento
vai dispor de atividades socioeducativas, como oficinas de leitura,
teatro, música e esportes, com acompanhamento de equipe
multidisciplinar. Os pesquisadores acreditam que a orientação sobre
comportamentos sexuais saudáveis, o estímulo a atividades físicas e
esportivas e socioculturais e a conscientização sobre os riscos do
consumo de álcool, drogas e o tabagismo na adolescência, podem mudar o
comportamento dos jovens e inibir ou retardar o desenvolvimento do surto
psicótico.
Um projeto piloto será feito com jovens na região de
Vila Maria, zona Norte de São Paulo, que possui cerca de 300 mil
habitantes e onde foi criada uma área de capacitação. A ideia é dividir a
região em seis áreas (50 mil pessoas cada), que serão mapeadas por
agentes de saúde para identificar os casos mais emergentes e
encaminhá-los para atendimento no centro de prevenção,
Cerca de
30% dos paulistas apresentam algum distúrbio psíquico, segundo a
Organização Mundial de Saúde (OMS). Centros de pesquisas de várias
partes do mundo indicam que patologias, como depressão, esquizofrenia e
transtorno bipolar, eclodem principalemente durante a adolescência,
entre os 10 e 24 anos. A falsa impressão de que os jovens são sempre
muito saudáveis, além do estigma das doenças mentais, contribuem para
retardar o diagnóstico e o início do tratamento, o que agrava o problema
e traz repercussões por toda a vida.
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