Matéria dividida em 9 postagens – nos dias 05, 07, 10, 12, 14, 17, 19, 21 e 24 de Outubro
Por Pierangelo Garzia - Revista Mente & Cérebro n° 220, maio/2011, págs. 28 a 35
Critérios do vaticano
Mesmo aceitando e prevendo que os milagres possam ocorrer, nos últimos anos a Igreja Católica tornou-se bastante criteriosa e severa em relação à confirmação desses fenômenos. Os procedimentos são cada vez mais passíveis de submissão ao método de investigação histórica e científica: coleta de testemunhos pessoais e clínicos e inúmeros exames médicos. Além disso, o caso é confiado a comissões de profissionais, formadas por especialista não necessariamente católicos.
Já no século 18, o papa Bento 14 redigiu diversos critérios – que depois foram modificados para se tornar mais austeros – de forma que os casos considerados “milagrosos” se limitavam , em média, a um a cada dois anos. Segundo as indicações de Bento 14, antes de tudo deveria ser considerada a existência de uma doença grave e ser descartada a suspeita de que a cura tivesse ocorrido por outros motivos (como um tratamento anterior que começasse a surtir efeito); o paciente deveria se recuperar de repente e de forma completa, não deveria ter recaídas. Além disso, cada caso que, na opinião dos doutores da Igreja, pudesse atender a esses requisitos, posteriormente deveria ser submetido ao exame de uma comissão de especialistas.
É impossível não perceber que, quanto mais rigorosas as investigações, menos são os milagrs provados. Alguns casos, porém, permanecem inexplicáveis – pelo menos para o conhecimento médico atual. “Embora o número de curas apresentadas para análise pelo comitê seja baixo, é indiscutível que, todos os anos, muitas pessoas voltas de peregrinações convencidas de terem obtido grandes benefícios; seus sintomas desapareceram ou ficaram ‘adormecidos’ por algum tempo”, afirma o historiador Bian Inglis.
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