Folha de São Paulo - Gilberto Dimenstein
Seria ótimo que todos tomassem conhecimento da pesquisa realizada pela Universidade Federal de São Paulo mostrando que a maconha afeta em 30% a memória --o que é uma brutalidade-- dos jovens abaixo dos 15 anos, quando o cérebro ainda está em formação. É um alerta para os pais, educadores e especialmente para os jovens.
Sou daqueles que defendem há muito tempo a ideia de que a repressão policial ao consumo de maconha é mais prejudicial do que seu uso. Segundo os cientistas, essa droga causa menos danos do que álcool e cigarro, como sabemos.
Isso nos torna ainda mais responsáveis de divulgar, sem moralismos macabros, os perigos para a saúde do abuso da maconha, que afeta a concentração, prejudica os estudos e o trabalho. Ter a memória afetada precocemente significa danos no trabalho, cortando uma série de possibilidades.
As marchas a favor da descriminação da maconha deveriam colocar, na sua plataforma, aviso aos riscos da saúde.
Esse discurso não pode ficar restrito aos moralistas e não moralistas. Jovens diminuíram o consumo do cigarro porque objetivamente viram que ali se tirava um pedaço da vida.
Daí que não consigo engolir o uso de celebridades para estimular qualquer produto com propriedade psicoativa como o álcool.
Fonte: UNIAD
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