Por Gláucia Leal, jornalista,
psicóloga e psicanalista, editora de Mente e Cérebro
Fonte: Revista Mente & Cérebro, n°
233, junho/2012
Solidão produtiva
Um grande equívoco em relação aos
introvertidos é a noção de que não podem ser bons líderes. Um
estudo recente desenvolvido pelo pesquisador Adam Grant, professor de
administração Wharton School of Business, da Universidade da
Pensilvânia, revela que, às vezes, líderes introvertidos produzem
melhor resultados que os extrovertidos por serem mais propensos a
deixar funcionários talentosos discorrer sobre suas ideias, em vez
de tentar colocar o seu próprio carimbo sobre elas. Além disso
tendem a ser motivados não pelo ego ou por um desejo de ser o centro
das atenções, mas sim pela dedicação ao seu objetivo maior. É o
caso de Mahatma Gandhi, Douglas Conant, da Campbell Soup, e Larry
Page, do Google.
Outra abordagem interessante de
pesquisa estabelece relação entre introversão e criatividade. Uma
pesquisa realizada pelos psicólogos Mihaly Csikszntmihalyi e Gregory
Feist sugere que as pessoas mais criativas em muitos campos costumam
se introvertidas. Csikszentmihalyi, fundador da Escola de Ciências
do Comportamento Organizacional (SBOS, na sigla em inglês), da
Universidade Claremont, e Feist, doutor em filosofia e psicologia,
presidente-fundador da Sociedade Internacional de Psicologia da
Ciência e Tecnologia e editor-chefe do Journal of Psychology of
Science and Technology, levantam um a hipótese para isso: é
possível que para pessoas que se sentem confortáveis sozinhas a
solidão surja como ingrediente crucial -, e em geral subestimado –
para a criatividade e a produção artística.
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