Por Susan Cain – Escritora
e Consultora empresarial formada em direito pelas Universidades de
princeton e Harvard. Este artigo foi adaptado do original “O Poder
dos Quietos” (Agir, 2012) com a autorização da Editora.
Da revista Mente &
Cérebro n° 233, Junho/2012
A introversão – assim
como a sensibilidade, a seriedade e a timidez – é um traço de
personalidade considerado indesejável; já a extroversão parece
enquadrar-se em um estilo, muitas vezes transformado em um padrão
opressivo que a maioria das pessoas acredita que deve seguir
Nossa vida é moldada tão
profundamente pela personalidade quanto pelo gênero ou código
genético. E o aspecto mais importante da personalidade – “o
norte e o sul do temperamento”, como dizem alguns cientistas – é
onde cada um se localiza no espectro introversão-extroversão. Nosso
lugar nesse contínuo influencia como escolhemos amigos e colegas,
como levamos uma conversa, resolvemos diferenças e demonstramos
amor. Afeta a carreira que escolhemos – e se seremos ou não
bem-sucedidos nela. Influi até mesmo na tendência a nos exercitar,
a cometer adultério, a funcionar bem sem dormir, a aprender com
nossos erros, a fazer grandes apostas no mercado de ações, a adiar
gratificações, a ser um bom líder. Ou seja: isso se reflete nos
caminhos do nosso cérebro, nos neurotransmissores e nos cantos mais
remotos do nosso sistema nervoso. Não por acaso, atualmente,
introversão e extroversão são dois dos aspectos mais pesquisados
na psicologia da personalidade, despertando a curiosidade de centenas
de cientistas.
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