Por Gláucia Leal, jornalista,
psicóloga e psicanalista, editora de Mente e Cérebro
Fonte: Revista Mente & Cérebro, n°
233, junho/2012
Em um mundo que privilegia a
extroversão e onde o importante é aparecer e ter iniciativa, o
modelo introvertido não costuma ser valorizado. Apesar disso, os
quietos levam uma vantagem importante: sentem-se em boa companhia
mesmo – ou principalmente – quando estão sozinhos.
“Introvertidos não são tímidos,
embora os traços de personalidade de pessoas com essas
características frequentemente se sobreponham. Os primeiros são,
basicamente atormentados pelo medo da desaprovação social e da
humilhação, enquanto os segundos são marcados pelo desconforto em
ambientes excessivamente estimulantes.”
Nem todo mundo gosta de trabalhar em
grupo. Alguns realmente produzem mais sozinhos - e de preferência
em silêncio. Esse comportamento, porém, nem sempre é bem
compreendido. Afinal, vivemos em uma sociedade que valoriza a
extroversão – os falantes, os que adoram festa e multidão. E não
os tipos tranquilos que mudam o mundo enquanto muita gente fala sem
parar. Não raro, é desprezado o fato de que a solidão é
necessária e a incapacidade de estar só causa prejuízos psíquicos.
Autora do recém-lançado O poder dos quietos (Agir, 2012), a
consultora de negócios americana Susan Cain aborda em seu livro a
falácia do “trabalho em grupo” e argumenta que, em muitos casos,
incentivar (ou até forçar) as pessoas a trabalhar juntas pode
reduzir a capacidade de criação e produtividade.
“Os introvertidos preferem ambientes
tranquilos e com o mínimo de estímulo enquanto aos extrovertidos
precisam de níveis mais elevados de excitação para se sentir
melhor. Os introvertidos até salivam mais que os extrovertidos se
colocarem uma gota de suco de limão sobe a língua deles!”, afirma
a escritora, formada em direito, pelas universidades de Princeton e
Harvard.
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