Revista
Veja n° 2277, de 11.07.2012 – pags. 80/86
por
Laura Diniz e Carolina Rangel
Com
reportagem de Kalleo Coura, André Eler, Alessandra Medina e Manoel
Marques
Fotografias
Rio
de Janeiro, quarta-feira, 16h – pg 81
Quando
foi fotografado por VEJA, o estudante de 16 anos de pé à esquerda
tomava a primeira das dez cervejas que cosumiria naquele dia. Com a
mesada de 1.700 reais, patrocina a farra a turma na paria e na
balada. Quando a mãe soube dos seus excessos, ele prometeu beber só
em casa. Mas não cumpre o acordo. “Nunca tiver dificuldade para
comprar bebida e entro na balada com uma identidade falsa infalível”,
diz.
Campo
Grande, quarta-feira, 20h – pg 83
A
estudante de 14 anos juntou-se a outras 3.000 pessoas para assistir à
final a copa Libertadores em um telão na Praça do Rádio e torcer
pelo Corinthians. Em Campo Grande, é proibido beber em locais
públicos, independentemente da idade. Mas ninguém incomoda os
contraventores. No dia do jogo, todo mundo bebeu na praça, mesmo com
a presença de policiais. “Aqui não tem o que fazer, o jeito é
beber”, disse o jovem, que festejou tomando vocda com suco no
gargalo da garrafa.
Porto
Alegre, quarta-feira, 20h45 – pg 84 e 85
As
duas gauchas de 17 anos da foto ao lado fazem um brinde à
impunidade. Elas começaram a tomar cerveja há pelo menos dois anos
e hoje bebem quase diariamente. Nunca tiveram dificuldade para
comprar as garrafas. Uma delas, estudante de filosofia, diz que as
festas da turma na universidade pública em que estuda sempre têm
gelatina com vodca. A outra, que ainda está no ensino médio, diz
que só os religiosos de sua escola não bebem. As duas consideram o
discurso antiálcool puro moralismo: “Café também já foi
proibido para menores”.
Belém,
quinta-feira, 23h30 – pg 85
O
garçom Ricardo Omar, 35 anos, já vendeu cerveja a menores diversas
vezes. “Eu trabalhava na praia, não tinha fiscalização nenhuma.
Fico triste por ver adolescentes bebendo, mas, se eu não vendesse
outro iria vender”, disse o garçom. Omar ficou decepcionado
recentemente, quando descobriu que seu filho de 15 anos também
consome bebida alcoólica, mas não o proibiu. “Beber um pouco não
faz mal, o problema é descambar para as drogas”.
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