segunda-feira, 11 de março de 2013

Hormônios_1/8


Eles comandam tudo, do Humor ao Emagrecimento

Por acelerar o metabolismo, a irisina vem sendo chamada de “ginástica em gotas”. Ela é o mais novo achado da intrincada e fascinante rede hormonal que rege nosso corpo e nossa mente

por Adriana Dias Lopes e Natália Cuminale – Revista Veja – 22.08.2012

A existência humana é definida por um mar interior”. Com essa certeza, o médico francês Claude Bernard (1813-1878), considerado o pai da fisiologia, entrou para a história da medicina. O “mar interior” foi a metáfora usada para sintetizar o seu último (e maior) achado: o de que o organismo é controlado por “fluídos que circulam pelo corpo”. Até então, acreditava-se que as células trabalhavam em circuitos fechados, sem comunicação entre eles. A mudança de paradigma aconteceu em 1848, a partir de experimentos com cachorros. Ao analisar as entranhas dos animais, Bernard percebeu que substâncias produzidas no pâncreas e no fígado poderiam se encontradas também em órgãos distantes, como os intestinos. Foi dado ali, em um laboratório do Collège de France, em Paris, o primeiro passo para a descoberta dos intrincados mecanismos reguladores do mar interior que determinaram a existência humana – os hormônios.

Até agora, contam-se duas centenas de hormônio e, graças a eles, nossas células são abastecidas de energia, nosso coração bate, nossas artérias pulsam, temos fome e nos saciamos, dormimos, acordamos e nos emocionamos. Tão Poderosos são que, caso fossem agrupados, todos os hormônios circulantes em nosso organismo somariam apenas dez gotas. Ao longo do século XX, a compreensão sobre eles avançou extraordinariamente, mas as pesquisas estão em constante ebulição. Data apenas de um mês, por exemplo, a anúncio do detalhamento da ação da irisina, o hormônio produzido pelos músculos com ação nas células de gordura – ele próprio revelado no início do ano. A medida da importância desse achado é dada pelo endocrinologista Freddy Eliaschewitz, diretor do Centro de Pesquisas Clínicas (CPClin): “Fazia pelo menos duas décadas que não se via uma novidade tão importante na área”.

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